— Foi com ele que você passou a noite? Um cara cheio da grana que, com certeza, só deve estar te usando.
Ela parou subitamente, os ombros rígidos. Virou-se devagar, com os olhos faiscando.
— Não se atreva a me julgar, Augusto. — Sua voz saiu baixa, mas cortante como lâmina.
— Você perdeu todo o direito quando destruiu tudo o que eu te dei.
Ele recuou um passo, como se tivesse levado um tapa.
— Não, você está incomodado porque me viu saindo de um carro caro, ao lado de um homem que não é você. — Ela suspirou e desviou o olhar, apertando os botões do elevador.
— Você não se importava comigo quando estava transando com a sua secretária, quando sumia por semanas e me roubou todas as minhas economias que levei anos para juntar. Então não venha agora bancar o ex-noivo arrependido.
— Como eu disse, só estou preocupado com você. — repetiu ele, agora parecendo mais curioso do que realmente preocupado.
— Obrigada, mas eu dispenso sua preocupação. — disse Laura, entrando em seu quarto e fechando a porta sem olhar para trás.
.
Augusto se jogou no sofá como quem carrega o peso de mil pensamentos, mas não era dor o que brilhava em seus olhos — era cálculo.
Passou as mãos pelo rosto, bufou e deixou um sorriso torto surgir no canto dos lábios.
"Então é isso... a certinha da Laura agora anda de Porsche? Interessante."
Ele olhou para a porta fechada do quarto com desdém.
Na verdade, nunca a amou. Nunca houve sentimento. Havia interesse, e ela, com aquele jeitinho doce e confiável, foi um alvo fácil. Conquistá-la foi só uma questão de tempo. Bastou algumas palavras bonitas, algumas noites quentes, e ela entregou tudo — o coração, a casa, as economias.
"Tadinha..." ele pensou com sarcasmo. "Achou que estava vivendo um conto de fadas... e eu era o príncipe encantado."
Gostava de transar com ela, claro. Laura sempre foi linda. Seu corpo, seu cheiro, era tímido demais , mas sentir o poder que tinha sobre ela. era excitante. Mas, para Augusto, isso nunca foi amor. Era posse. Era domínio. E agora, depois de ter arrancado tudo que podia dela, ver Laura andando com um homem rico reacendia algo mais forte que qualquer sentimento: ambição.
"Se ela está mesmo com esse cara, se ele é tão poderoso quanto parece... então eu posso me dar bem com isso."
A mente dele começou a trabalhar a mil por hora. Se Laura tinha entrado nesse mundo — seja por amor, sexo ou interesse — ela agora era a ponte perfeita para ele voltar ao jogo. Precisava apenas se reaproximar. Ganhar sua confiança de novo. Se fazer de arrependido, de perdido, de carente. E então, quando ela estivesse vulnerável… ele daria o bote.
Mas dessa vez, queria mais que o pouco que levou da primeira vez.
"Dessa vez eu vou até o fim."
Levantou-se do sofá e foi até a janela, olhando para a rua lá embaixo, onde ainda ecoava na memória o ronco do motor da Porsche. O dono daquele carro era a peça-chave. Augusto precisava saber quem era, o que fazia, e o quanto estava envolvido com Laura.
"Se ela tá mesmo dando pra esse cara, então ela vale ouro. E eu sempre tive o dom de transformar mulheres como ela em lucro."
Voltou a sorrir, dessa vez com frieza nos olhos.
Enquanto isso, na empresa...
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