Do outro lado da linha, ela ficou em silêncio, surpresa com o tom seco e duro. Mas ele nem se importou.
— Só pra deixar claro, o que aconteceu entre nós não muda absolutamente nada. Se você não estiver aqui nos próximos trinta minutos, pode considerar o seu contrato rescindido.
E antes mesmo que ela pudesse reagir, defender-se ou dizer qualquer coisa, ele desligou.
Jogou o celular sobre a mesa com força, os olhos faiscando.
"Ela não vai me tratar como se eu fosse descartável."
Dentro dele, era impossível separar o homem ferido do chefe implacável. Ele queria que ela voltasse. Queria olhar nos olhos dela e entender por que havia se afastado. Mas não sabia pedir. Nunca soube. Então fazia o que sempre fez: atacava, controlava, exigia.
E agora, restava esperar para ver se ela o desafiaria… ou obedeceria.
Laura ficou olhando para a tela do celular ainda alguns segundos depois que a ligação foi encerrada bruscamente. Os olhos fixos, o maxilar tenso.
"Como ele ousa?"
Respirou fundo, tentando conter a onda de emoções que ameaçava transbordar.
"Se ele quer a secretária dele de volta, ele vai ter. Mas é só isso que ele vai ter."
Ela se levantou, caminhando até o banheiro. Ligou o chuveiro e entrou, permitindo que a água quente caísse sobre seu corpo, como se pudesse lavar não apenas o suor da noite passada, mas também a confusão dentro dela.
Estava vivendo coisas demais, novas demais, intensas demais. E Heitor... Heitor era como um furacão que a envolvia, a consumia, e depois a deixava sozinha para recolher os cacos. Ele era egoísta, temperamental, e incapaz de entender que nem tudo girava em torno dele.
Mas ela não ia fugir.
Não mais.
Saindo do banho, se secou com calma, prendeu os cabelos em um coque perfeito, como sempre fazia, e escolheu um vestido justo cinza de gola alta, na altura dos joelhos — elegante, discreto, impecável.
Passou uma maquiagem leve, apenas para realçar os traços. Era a mesma Laura de sempre por fora. Mas por dentro… ela estava se reconstruindo.
Pegou sua bolsa, olhou-se rapidamente no espelho e inspirou fundo.
"Você consegue. Não vai deixar ele te quebrar."
Ao sair do quarto, respirou aliviada ao não ver sinal de Augusto pela sala. Deu graças a Deus por não ter que lidar com ele naquele momento. Já tinha o bastante para administrar com Heitor.
Fechou a porta do apartamento com firmeza e caminhou com passos decididos até o elevador.
— Isso já nem me excita mais.
— Que ótimo. — retrucou ela, com um leve arquejo de ironia.
— Porque eu não vim aqui pra te excitar, Heitor. Vim pra trabalhar. Com licença.
Ela nem bem termina de falar e é pega de surpresa, o corpo fica tenso, o coração acelera e um misto de medo e excitação invade Laura quando ele a agarra pelo braço e a pressiona contra as enormes portas de vidro da sala, com a vista de São Paulo aos fundos. Ela tenta controlar o tremor da voz.
Heitor está tomado pelo desejo e pela vontade de posse. Seu olhar é intenso, cheio de fogo, o corpo rígido pela necessidade de dominá-la. Cada gesto é carregado de uma autoridade que não admite resistência.
___Sabe o que você está merecendo? — ele sussurra em seu ouvido, a voz grave e autoritária, quase rouca de intensidade
— Que eu te puna, Laura. Que eu levante esse seu vestidinho comportado e meta meu pau com força, bem fundo em você, até te fazer gritar de prazer, para que todos saibam que você é minha.
Laura sente um frio na espinha, um misto de choque e nervosismo. O tom dele a assusta, mas ao mesmo tempo desperta algo dentro dela que ela nem sabia existir. O medo se mistura com uma tensão inesperada
Heitor agarra seus cabelos com força, puxando sua cabeça para trás e desfazendo o coque. A ação brutal e ao mesmo tempo dominadora faz Laura se sentir vulnerável, quase sem fôlego.
___Se fizer isso, eu peço demissão agora mesmo e o acuso de abuso — diz ela, a voz firme, tentando impor limites, mesmo que o corpo traia suas palavras.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.