Num movimento rápido e inesperado ,colou-se a ela, o calor dele envolvendo cada centímetro do dela. Suas mãos firmes envolveram sua cintura, e ele roçou o quadril contra o dela, deliberadamente, fazendo-a sentir a rigidez da excitação que crescia por trás do terno perfeitamente alinhado.
— Sente isso? — murmurou com a voz rouca, quase um ronronar perigoso contra o ouvido dela.
Laura soltou um gemido baixo, o som involuntário escapando de sua garganta, como se o corpo falasse antes da mente. Ela fechou os olhos por um breve segundo, tentando resistir à onda de prazer que a tomou de assalto, mas não havia escapatória.
— Isso... — continuou ele, colando os lábios em sua mandíbula, descendo até o pescoço com um toque lento, possessivo
— ...isso é a única coisa da qual tenho certeza.
Ele a apertou contra si, a mão firme deslizando pelas costas dela até os quadris.
— Tesão, Laura. Desejo. Isso é tudo que sei sentir. Tudo que ainda consigo oferecer.
Houve uma pausa. Um silêncio carregado.
— Já te disse antes — ele sussurrou, o olhar escurecido, mas não tão seguro quanto a voz queria parecer.
— depois do que vivi... depois das perdas, das mentiras, das feridas que nunca cicatrizaram... não tenho mais dentro de mim espaço pra sentir qualquer coisa por uma mulher que não seja física. Carnal.
Laura o encarou, o peito arfando, o corpo em combustão. Mas não disse nada. Ela sabia. Sabia que ele estava lutando contra algo maior do que ela — contra ele mesmo.
E Heitor também sabia.
Aquela confissão — aquela meia mentira vestida de verdade — era a muralha que ele usava para se proteger. Mas, por dentro, o castelo estava em ruínas.
Porque a verdade, nua e crua, o sufocava.
Ele estava apaixonado por Laura.
Obcecado por ela de um jeito que não sabia lidar. Sentia falta da presença dela quando ela não estava. Do perfume suave que ficava no ar depois que ela saía da sala. Do jeito como ela o enfrentava, como nenhuma outra mulher jamais ousou. Do olhar firme, que o fazia sentir que não era intocável.
E era exatamente isso que o aterrorizava.
Heitor Arantes não perdia o controle. Nunca.
Mas com Laura… ele já havia perdido desde o primeiro toque.
Por isso quis afastá-la. Quis enterrá-la em uma cadeira na recepção e esconder o efeito que ela causava nele atrás de pilhas de e-mails e números. Fingir que ela era apenas mais uma. Fingir que o que sentia era apenas desejo — quando, na verdade, era um incêndio devastador que crescia a cada dia, queimando suas defesas até o chão.
Mas agora, ali, com ela em seus braços, o corpo quente, os olhos cheios de entrega e desafio... ele se sentia tentado a esquecer tudo.
A esquecer os limites. A esquecer a razão.
Apenas tomá-la de novo. Ali mesmo. Na mesa. Na parede. Onde fosse.
Mas algo na voz dela, na calma provocante com que ela disse que podia separar amor de prazer, o incomodava profundamente.
Porque, no fundo, ele sabia que se ela realmente conseguisse... ele é quem estaria perdido.
Heitor respirou fundo e sussurrou, a voz rouca e sensual:
— Tenho um convite a fazer.
Laura arqueou uma sobrancelha, tentando recuperar a clareza em meio ao turbilhão que ele sempre causava nela.
— Voltar àquele clube? — perguntou, ainda com a respiração entrecortada.
Um sorriso torto surgiu nos lábios dele.
— Não. Hoje não. — Ele deslizou os dedos pelos braços dela, como se quisesse mantê-la ali por mais um instante.
— Quero que passe a noite comigo. Na minha casa. Só nós dois. Sem máscaras. Sem olhares. Sem ninguém por perto.
As palavras fizeram o coração dela disparar mais uma vez. Estava dizendo que queria tê-la apenas para si? Sem o jogo do clube, sem o ambiente provocador? Apenas os dois... na intimidade da casa dele?
Laura hesitou por um instante, mais por orgulho do que por receio. Mas o olhar dele... aquele olhar penetrante, faminto, dominante... dissolveu qualquer resistência.
— Eu aceito — sussurrou, com um sorriso sutil.
A noite caiu como um véu escuro e sensual sobre a cidade. Quando Laura desceu os degraus do prédio, vestida com um vestido preto justo, que delineava suas curvas com elegância e provocação na medida certa, encontrou Heitor à sua espera.
Encostado em um carro luxuoso, de terno impecável, com a gravata frouxa e os olhos mais perigosos que já vira, ele parecia saído de um sonho erótico — ou de um filme onde o vilão é tão irresistível que você se entrega sem sequer resistir.

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