Ao anoitecer , Laura chegava ao seu apartamento,girando a chave na fechadura e empurrou a porta devagar, esperando encontrar o apartamento silencioso. Mas em vez disso, deparou-se com Bianca praticamente no colo de um homem desconhecido no sofá, em um amasso escandalosamente entusiasmado.
Os dois estavam tão absortos nos beijos quentes e toques apressados que nem notaram a presença dela imediatamente.
Laura pigarreou alto, tentando conter o riso.
— Hum-hum… Desculpa interromper o romance, viu?
Bianca pulou no sofá como se tivesse levado um choque, ajeitando o vestido que subira perigosamente até a coxa. O rapaz, um moreno musculoso de barba bem feita e sorriso atrevido, apenas riu, visivelmente sem vergonha alguma.
— Ai, Laura! Que susto, garota! — Bianca exclamou, corando até a alma.
— Relaxa, vocês podem ficar à vontade. — Laura disse com um sorriso divertido, jogando a bolsa em cima da mesa de centro.
— Eu só vou tomar um banho, descansar um pouco… depois vou sair.
— Já vai sair de novo? — Bianca perguntou, ainda se recompondo.
— É, tive um dia… intenso e estou precisando relaxar.- Laura respondeu com um sorriso enigmático, os olhos brilhando com algo que Bianca não entendeu, mas percebeu.
— E o Augusto? — perguntou com curiosidade, olhando ao redor.
— Ele tá por aí?
— Não. Quando cheguei, ele não estava em casa — respondeu Bianca com um encolher de ombros.
— Deve ter saído antes do almoço.
— Ah, entendi. — Laura desviou o olhar, aliviada.
— Aliás, deixa eu apresentar oficialmente. — Bianca se virou para o rapaz ao seu lado.
— Laura, esse é o Fernando. Fernando , essa é minha colega de apartamento e melhor amiga: Laura.
— Um prazer. — ele disse, estendendo a mão e analisando-a com interesse.
— O prazer é meu — respondeu ela, educada, antes de seguir em direção ao corredor.
Assim que entrou em seu quarto, Laura trancou a porta, tirou os sapatos e soltou um suspiro profundo. A lembrança do que acontecera mais cedo com Heitor ainda fervilhava sob sua pele.
Entrou no banheiro, acendeu a luz e foi se despindo devagar. Ao tirar o vestido e a lingerie, virou-se para o espelho. E então viu.
As marcas estavam lá, claras como fogo na pele alva.
As palmas grandes e firmes de Heitor haviam deixado rastros rosados nas nádegas, que agora começavam a escurecer levemente em tons violáceos suaves. Mas não era uma dor insuportável. Era uma lembrança. Uma memória viva de cada estocada intensa, de cada comando sussurrado com voz grave e suja no seu ouvido.
Ela mordeu o lábio, encarando o reflexo. A pele era sensível, sim. Mas mais do que dor, havia uma excitação quase embriagante percorrendo seu corpo.
Aquilo deveria incomodá-la. Assustá-la.
Mas não.
Aquilo a deixava molhada.
Vistoriou o corpo no espelho. O vestido colava-se perfeitamente às curvas generosas, desenhando sua silhueta com perfeição pecaminosa. Cada movimento fazia o tecido deslizar de forma sensual, revelando sem mostrar demais. E sob ele… nada.
Zero barreiras.
Se penteou com esmero, deixando os cabelos soltos com ondas suaves e naturais. A maquiagem foi sutil nos olhos, com um toque dourado, mas a boca… ah, a boca foi pintada com um vermelho profundo, carnudo, chamativo. Como uma promessa não dita.
Borrifou o perfume favorito atrás das orelhas, entre os seios e na parte interna das coxas — onde sabia que ele sentiria.
Estava pronta.
Ao sair do quarto, passou pela sala onde Bianca ainda estava jogada no sofá com Fernando. Os dois riam de algo no celular dele. Mas, quando levantaram os olhos, ficaram em silêncio.
Laura cruzou a sala com passos lentos e seguros, como se andasse em uma passarela invisível. Fernando quase engasgou ao vê-la, e Bianca arregalou os olhos.
— Uau. — disse Bianca, piscando algumas vezes.
— Você vai jantar com um príncipe árabe, é isso? Porque está digna de um.
Laura riu, pegando a clutch pequena sobre a mesa.
— Com um CEO lindo e bilionário, o que dá quase no mesmo. — respondeu, virando-se de lado para checar o visual uma última vez no espelho.
Fernando não conseguia disfarçar o olhar. Percorria o corpo dela com interesse mascarado, os olhos demorando um pouco demais na curva das costas e no decote profundo.
— Com todo respeito, seu acompanhante é um homem de muita sorte, Laura. — disse ele, meio em tom de brincadeira, meio em sinceridade crua.

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