Laura saiu do carro com as pernas trêmulas, a alma em combustão, e o corpo implorando por descanso. Mas enquanto subia as escadas até seu apartamento, uma coisa era certa:
Dormir seria impossível.
Porque, mesmo longe, o toque de Heitor ainda queimava sob sua pele.
No dia seguinte o despertador tocou, mas Laura já estava acordada.
Na verdade, sequer havia dormido de verdade.
Passara a noite rolando na cama, os lençóis colando à sua pele nua e sensível, cada centímetro de seu corpo doendo de forma deliciosa. Era como se ainda sentisse as mãos de Heitor em sua pele, o som de sua voz dominadora ecoando em sua mente, o peso de seu corpo sobre o dela. Era como se ele ainda estivesse ali, dentro dela, preenchendo não apenas seu corpo… mas seu vazio mais íntimo.
Sentou-se na cama com dificuldade, o corpo protestando a cada movimento.
Passou a mão pela lateral da coxa e sentiu a pele marcada por uma leve vermelhidão — as chicotadas ainda visíveis, suaves, como lembranças gravadas com intenção. No espelho, viu as marcas em seus seios, nos pulsos, até mesmo na curva de seu quadril. A marca de cera vermelha ainda estava ali, desbotando como uma tatuagem emocional.
Mas nenhuma daquelas marcas a assustava.
O que realmente a abalava… era o que sentia por dentro.
Foi até o banheiro e tirou a camisola curta de algodão que usava. Olhou-se nua no espelho. O reflexo não era o mesmo da mulher de antes. Havia algo em seu olhar — uma sombra de entrega, de submissão, sim — mas também de poder. Paradoxal. Como se ser dominada tivesse lhe dado uma nova força.
Passou a mão entre as pernas, sentindo ainda a delicada ardência. O corpo reagiu imediatamente ao toque, como se o nome dele estivesse gravado ali.
"Sou sua", ela lembrava de ter sussurrado.
E sabia que não fora apenas da boca para fora.
Ligou o chuveiro, deixou a água quente cair sobre os ombros. Mas a sensação do vibrador ainda em seu clitóris, da penetração profunda enquanto era torturada de prazer, das palavras sussurradas em seu ouvido enquanto ela implorava para gozar… tudo isso ainda estava vivo.
Tocou os seios, fechou os olhos e gemeu baixinho, lembrando-se de como ele apertava, puxava, mordia, batia — sempre alternando dor e prazer até que ela não soubesse mais distinguir um do outro.
E então veio a verdade.
Ela gostava da dor.
Gostava de ser amarrada.
Gostava de se sentir usada, preenchida, testada.
Gostava de não ter controle algum quando estava com ele.
E isso a assustava.
Saiu do banho e se enrolou em uma toalha. No quarto, pegou o celular. Nenhuma mensagem de Heitor. Nenhuma ligação. O peito apertou. O silêncio dele doía mais do que qualquer chicotada.
Será que ele a queria como sua subimissa,será que ele a queria só para sexo ?
Respirou fundo e sussurrou para si mesma:
— O que está acontecendo comigo…?
Mas no fundo, ela já sabia.
Estava viciada.
Viciada nele.
Na dor.
Na entrega.
No prazer de não ser nada além do que ele decidisse que ela seria.
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