Augusto, que, ao ver Bianca, havia se afastado de Laura, deixou que o corpo dela tombasse mole na cama — como uma boneca de pano, sem nenhuma consciência do que fazia. O olhar dele era frio, calculista, mas forçava uma expressão de falsa preocupação ao se aproximar de Heitor.
— Calma, cara… Eu posso explicar…
Mas Heitor já não raciocinava. Era pura dor transformada em fúria. Avançou para cima de Augusto, o punho voando com a força de um homem traído, acertando um soco violento que estalou no rosto do outro.
Augusto caiu de lado, sangrando no canto da boca, tentando se proteger, atordoado.
— Certamente essa vagabunda está transando com nós dois… — rugiu Heitor, cuspindo o veneno da dor.
— Agora me diz que tipo de homem você é? Para aceitar dividir sua mulher com outro? Que tipo de lixo faz isso?!
Augusto cuspiu sangue, a voz falha, mas com aquele sorriso canalha no canto dos lábios:
— O tipo de homem que ama uma mulher.
Eu amo a Laura. E aceitei dividir ela com você porque sabia que ela só estava interessada na sua grana, seu riquinho de merda!
Heitor cambaleou. As palavras de Augusto cortaram mais fundo que o soco que ele mesmo deu. O peito dele parecia ter sido perfurado. Seu coração já não sabia mais o que era verdade.
— Já chega, Augusto! — gritou Bianca, agora ajoelhada ao lado de Laura. A amiga ainda murmurava palavras desconexas, os olhos perdidos, como se estivesse em outro mundo.
— Ela não está bem, Heitor! Ela não está falando coisa com coisa!
Mas ele estava surdo.
Surdo de dor. Cego de raiva.
— Eu vi, garota! Eu vi! Ela estava agarrada a ele, o tocava! Nem tente limpar a barra da vagabunda da sua amiga. Se é inocente, por que ela não se defende?
Bianca gritou, quase chorando:
— Porque ela foi dopada , seu idiota! Olha pra ela! Isso foi uma armação! A Laura nunca iria para cama com um verme que lhe fez tanto mal, como Augusto e nunca faria isso por que ela te ama .
Augusto, ainda no chão, viu o momento perfeito
para o golpe final.
— É a Bianca que está mentindo. Ela sabe de tudo. Ela sabia que a Laurinha só estava com você porque estava tramando alguma coisa para arrancar muito grana de você .
— Seu mentiroso desgraçado ! — gritou Bianca, com lágrimas nos olhos.
— Você é um monstro, Augusto! Ela nunca faria isso! Você armou tudo com aquela bruxa da Patrícia! Eu tenho certeza que estão juntos nessa sujeira toda.
Heitor ergueu a mão, cortando o ar.
— CHEGA! Vocês três me dão nojo.
__ E você… senhorita Bianca, se quiser continuar trabalhando na minha empresa… nunca mais ouse dirigir a palavra a mim.
Virou-se, saindo como uma tempestade de fúria, traição e dor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.