Laura abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Tudo o que tinha ensaiado em sua mente se esvaiu no momento em que sentiu o corpo dele tão próximo. O calor que irradiava de Heitor a envolvia como uma brasa viva, queimando lentamente a razão dela.
O perfume dele, amadeirado e másculo, misturado ao cheiro sutil de fúria, a entorpecia. Os olhos dele estavam fixos nos seus lábios como se quisessem devorá-los, e o modo como seu peito quase roçava o dela fazia o ar parecer pesado, escasso.
Ela deveria falar. Se justificar. Explicar tudo. Mas… como, se o corpo gritava mais alto do que a mente?
— Heitor… — sussurrou, mas o nome saiu mais como um gemido do que como um protesto.
Ele ergueu uma sobrancelha, provocador, percebendo a rendição estampada no olhar dela.
— O que foi? Esqueceu o que veio dizer? — sussurrou contra o ouvido dela, a voz grave, quase um toque.
O hálito quente em sua pele a fez estremecer. Laura encostou as costas na porta, sentindo-se vulnerável, exposta… e perigosamente excitada.
— Você está... muito perto — disse, sem convicção.
— Estou exatamente onde você me quer.
— A mão dele subiu, devagar, até o queixo dela, obrigando-a a erguer o rosto para ele. Os polegares traçaram o contorno de sua mandíbula, firmes, possessivos.
— Ou vai mentir pra mim… dizendo que não? — ele murmurou, colando o corpo ao dela, os olhos cravados nos seus.
— Não sei o que você fez comigo, Laura… — a voz dele saiu baixa, rouca, carregada de desejo bruto
— mas basta estar assim, perto de você… sentir seu cheiro, sua respiração… que eu perco completamente o controle. E a única coisa que consigo pensar é em te foder com força contra essa parede.
O olhar de Laura se arregalou, o corpo reagindo instantaneamente àquelas palavras sujas e intensas. Ela tentou resistir, mas o calor já dominava cada parte do seu corpo.
— Eu... eu não vim aqui pra isso... eu...
— Não? — Ele a interrompeu, com um sorriso torto e amargo.
— Claro que não. Veio aqui pra terminar de bagunçar o meu juízo, pra inventar mais uma série de mentiras pra justificar por que estava trepando com seu ex-noivo e comigo ao mesmo tempo.
— Não, Heitor! Eu juro que não é isso! Eu nunca te traí com o Augusto! Ele...
— Vai me dizer o quê? A mesma desculpa esfarrapada que sua amiga inventou? Que ele te dopou? Me poupe, Laura! Eu vi você montada nele, gemendo de prazer enquanto ele te acariciava. Eu vi!
A dor na voz dele cortava fundo, mas ainda havia mais desejo do que mágoa em seu olhar.
— Mas sabe o que é pior? — Ele deu um passo ainda mais próximo, até seus corpos se tocarem por completo.
— Eu devo estar completamente louco por você… porque mesmo assim, ainda estou disposto a te perdoar... se você apenas admitir o seu erro.
— Mas eu não vou admitir nada! — ela explodiu, os olhos marejados de raiva e frustração.
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