Heitor hesitou. A vergonha veio como uma onda quente, queimando por dentro. Ele se levantou devagar, caminhando pelo quarto como se procurasse as palavras certas. Finalmente parou, de costas para ela.
— Ontem à noite, depois de sair do seu apartamento… eu fui pro clube de BDSM.
Ela engoliu seco, os olhos arregalados.
— Você foi buscar sexo com outra?
— Não. — disse, virando-se rapidamente.
— Eu tentei. Eu queria afogar o que eu estava sentindo… mas não consegui. Nenhuma mulher me interessou. Eu saí de lá e fui pra um bar. Bebi demais. E… acordei esta manhã… com Patrícia ao meu lado.
Laura ficou imóvel, o sangue gelando nas veias.
— Você tá dizendo… que transou com ela?
— Eu não lembro de nada! — ele explodiu, aflito.
— Juro que não lembro de ter encostado nela. Mas ela disse que sim. Mas agora, depois do que você me contou… eu não duvido que ela tenha me encontrado no bar e colocado algo em minha bebida também.
Laura se levantou lentamente. O coração parecia ter sido arrancado do peito. Ela caminhou até ele com passos lentos, mas firmes.
— Sabe o que penso? É que você está se aproveitando do que aconteceu comigo para usar como desculpa por ter transado com Patrícia. — disse Laura com um misto de mágoa e ciúmes.
Heitor tentou tocá-la, mas ela recuou.
— Laura… eu estava destruído, com raiva. Me senti enganado, usado. Eu não pensei. Só… queria uma válvula de escape e por isso fui ao clube e depois àquele bar.
— Pois eu acho que fez isso por vingança. — disse Laura com mágoa.
— E não importa se lembra ou não. Você estava com ela. Dormiu com ela. E isso… me faz sentir muita raiva de você.
Heitor passou as mãos pelo rosto, a culpa transbordando.
— Eu errei ,mas eu não posso voltar ao passado, Laura, espero que entenda.
Ela respirou fundo, sentindo a fúria e o amor por ele queimando ao mesmo tempo. Mas o que doía mais era saber que, mesmo sem memória, ele tinha permitido que Patrícia se infiltrasse de novo.
— Eu não sei se consigo olhar pra você e não lembrar disso, que você transou com a mulher.. — sussurrou.
— Laura, mesmo que eu tenha transado com a Patrícia, não significou nada para mim. E se agora sou capaz de passar por cima do que vi por você, espero que faça o mesmo.
Laura afastou-se um passo, os braços cruzados, como se isso fosse suficiente para conter a dor que transbordava.
— Não é a mesma coisa, Heitor. — sua voz saiu baixa, mas firme.
— Augusto me dopou. Eu não tive escolha. Eu fui vítima de uma armação.
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