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Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 81

Rubens se aproximou um pouco mais, os olhos cravados nos de Heitor como lâminas.

— Por que não confessa logo, hein? — a voz agora carregava uma nota de provocação.

— Me poupa o trabalho de ter que investigar tudo isso só pra, no fim, descobrir que foi você o assassino de Bruna Santos.

Heitor finalmente respirou fundo, o peito arfando, como se tivesse sido esfaqueado em silêncio.

A raiva, a humilhação, o medo... tudo queimava por dentro, e ainda assim, ele precisava se controlar.

Por isso mesmo Heitor sempre se esforçara para manter sua vida privada envolta em anonimato. Não por vergonha do que era ou do que desejava, mas porque sabia que o mundo ainda era cruel com o que não entendia. Havia muitas pessoas como aquele delegado, rápidas em julgar, lentas em compreender. Gente que rotulava como "perversão" qualquer prática fora do convencional, como se alcançar o prazer de forma diferente fosse crime.

Ele tinha vontade de mandar aquele delegado arrogante e preconceituoso para o inferno ,mas ele representava a lei , por tanto era melhor se manter frio e controlado ,como sempre foi.

Não era um monstro. Não era um sádico descontrolado. Era apenas um homem que havia encontrado no BDSM uma forma mais profunda de conexão , de entrega, de confiança, de prazer real. E agora, ver tudo aquilo sendo distorcido, tratado como prova de culpa, doía mais do que ele podia explicar.

Quando ia responder o delegado , a porta se abriu com força. Seu advogado, Henrique Castro, entrou, visivelmente irritado.

— O Heitor não vai confessar nada. — disse ele, dirigindo-se diretamente ao delegado.

— E, aliás, eu posso denunciá-lo à Corregedoria por estar tratando dessa forma o meu cliente. Pelo que eu saiba, o senhor não tem nenhuma prova concreta contra ele. Nenhuma gravação, nenhuma testemunha, nenhum laudo que o ligue diretamente à morte da vítima.

Rubens sorriu de lado, sem humor.

— Temos uma vítima, um corpo algemado, uma janela de tempo muito conveniente, e um cliente assiduo de um clube de BDSM,que se nega a admitir que passou do ponto e acabou matando uma mulher.

— Ele já disse o que aconteceu. — rebateu Henrique.

— Ele não teve relação física com a mulher. Apenas conversaram. Se o senhor quer mesmo conduzir essa investigação, comece verificando os outros acessos do clube, as outras pessoas que entraram sem lá , e principalmente quem desligou as câmeras de segurança.

Rubens se levantou, recolhendo os papéis.

— Por enquanto, ele está liberado. Mas não poderá deixar a cidade. E vamos continuar investigando. Em breve, eu volto a conversar com o senhor, senhor Arantes.

Henrique assentiu.

— Quando quiser. Mas da próxima vez, terá que falar comigo primeiro.

Rubens saiu da sala. O silêncio se instalou.

Heitor afundou o rosto nas mãos. Respirava com dificuldade. Tudo doía. O corpo, a cabeça, a alma. Sua mente repetia as palavras do delegado como um eco cruel.

— Maldita mulher. Me tem nas mãos, por mais que não se dê conta disso. — completou, amargo.

— Laura? — Henrique arqueou uma sobrancelha, curioso. — Então quer dizer que tem uma mulher especial na sua vida?

— Pelo jeito, não tem mais. — respondeu Heitor com um sorriso torto, ferido. — Ela acredita que eu sou um assassino. E eu não quero ao meu lado alguém que pensa tão mal de mim, mesmo que entre nós tenha sido só sexo.

Henrique deu uma risada breve, sem humor, e olhou para o amigo com um misto de ironia e empatia.

— Pois eu acho que ela é muito mais que uma transa pra você, amigo. Só não se deu conta disso ainda... ou talvez não queira admitir. Nem pra si mesmo.

Heitor sabia que o amigo estava certo, mas permaneceu em silêncio. Logo depois, mudou de assunto e começou a falar sobre tudo o que conseguia se lembrar da noite anterior.

O carro partiu, deixando para trás o som do motor e uma noite ainda mais silenciosa. Heitor entrou em casa com passos arrastados, os ombros curvados pelo peso das últimas horas.

O interrogatório, as acusações veladas, a lembrança do corpo de uma mulher que ele mal conhecia , tudo isso martelava em sua cabeça como um pesadelo sem fim.

Caminhou até o bar no canto da sala, abriu uma garrafa de uísque e serviu-se com a mesma frieza com que se moveu a noite toda. Levou o copo aos lábios, mas parou no meio do gesto. O aroma forte da bebida não era reconfortante como antes. Era apenas mais um lembrete de tudo o que queria esquecer.

Deixou o copo sobre o balcão, intocado. Beber não resolveria nada. O gosto amargo da culpa, mesmo sem ter culpa alguma , já bastava.

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