— Mais uma palavra ofensiva dirigida a ela e eu juro que vou processar cada um de vocês por difamação, assédio e invasão de privacidade. , a voz dele saiu firme, controlada, mas tão carregada de fúria que os jornalistas recuaram, mesmo que por instinto.
Laura segurou o braço dele com delicadeza.
— Vamos, Heitor. Não vale a pena. — sussurrou.
Ele olhou para ela por um segundo. O olhar dela era um lembrete silencioso de que ele não precisava lutar daquele jeito — não mais. Ela estava ao lado dele.
Protegido por dois seguranças, o casal enfim entrou no saguão da holding. Assim que as portas de vidro se fecharam, o som foi abafado, e um estranho silêncio os envolveu.
Laura respirou fundo.
— Eles não vão parar, vão?
Heitor ajeitou o paletó, os olhos ainda voltados para a entrada.
— Não. E é por isso que agora... mais do que nunca... eu vou descobrir quem está por trás disso.
Ela assentiu, com firmeza nos olhos.
— E eu vou estar aqui. Com você.
Heitor a olhou de lado, uma sombra de sorriso nos lábios.
— Sinto muito pelo que está passeando.— disse, com a voz rouca.
— Tudo bem. — ela respondeu.
___Não é culpa sua.
E, naquele instante, cercados por uma empresa inteira em alerta, jornalistas em fúria e um passado que voltava para assombrar, Heitor e Laura pareciam inabaláveis.
Como duas peças de um tabuleiro de guerra, dispostas a lutar , juntos , até o fim.
Assim que as portas de vidro da holding Arantes se abriram, Heitor entrou com postura firme, o olhar à frente e Laura ao seu lado. Estava impecável como sempre: terno sob medida, a barba levemente por fazer, os olhos intensos. Mas agora, havia algo a mais. Algo que ardia no ar ao redor dele.
Desejo. Misturado com curiosidade. Com julgamento. E com inveja.
Os olhares femininos se voltaram para ele como se o homem que até dias atrás era apenas um CEO poderoso tivesse se tornado agora uma espécie de lenda viva. O escândalo em torno do BDSM parecia, paradoxalmente, ter aumentado seu magnetismo. Havia algo de proibido, de misterioso, de sedutor — e isso, para muitas delas, o tornava ainda mais irresistível.
— Nossa... é verdade mesmo, né? — sussurrou uma assistente de marketing, observando Heitor passar.
— O homem é dominador... literalmente e pensar que até um tempo atrás achamos que era gay ,como estávamos erradas.
— É, mas não esqueça que ele pode ser um assassino ...Dizem que ele foi o último a ver aquela mulher viva no clube.— disse outra, baixando a voz.
___É mais são apenas suspeitas ,se ele fosse mesmo assassino a secretária estaria com medo de dormir com ele e tudo indica que não .
— Essa holding foi construída por mim. Desde o primeiro tijolo, cada contrato, cada expansão, cada risco. Ela é minha. Não apenas no papel, mas na essência.
Fez uma pausa e percorreu com o olhar cada um dos rostos diante dele, todos agora mais tensos.
— A maioria de vocês só está aqui porque, no passado, eu aceitei o pedido do meu pai. Ele tinha amigos falidos, parceiros de negócios quebrados, e me pediu, enquanto nosso relacionamento ainda era algo de muito valor para mim.
— para lhes dar uma chance. Para oferecer participação em algo que os ajudasse a sair do buraco em que estavam. Eu fiz isso a pedido dele. Por consideração. Não porque precisava de vocês.
Os olhares evitaram os dele.
— Enquanto vocês detêm 5%, 6%... eu tenho o controle absoluto. A presidência não está em debate. E muito menos a minha vida pessoal. Não devo explicações a vocês, à imprensa, nem a ninguém. — sua voz crescia com cada palavra, carregada de firmeza e desprezo.
— Se algum de vocês se sente constrangido por ver meu nome nos jornais, ou acredita que minha imagem pode manchar a de uma empresa que só existe porque eu a tornei o império que é hoje... então façam o seguinte: — ele se inclinou mais, os olhos duros como aço.
— Vendam suas ações. Eu as compro. Agora mesmo, se quiserem. E com um preço generoso, para que possam sair desse "escândalo " que não querem está associados com muito dinheiro em seus bolsos.
O silêncio era tão espesso que poderia ser cortado com uma lâmina.
Heitor recostou-se com calma, como se tivesse apenas finalizado um lembrete simples, e não um ultimato.
— Agora, se terminamos com essa tentativa ridícula de me afastar da minha própria empresa, podemos falar de assuntos realmente importantes... ou preferem encerrar a reunião por aqui?
Nenhum dos acionistas ousou responder.

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