Nove meses depois.
A lua cheia iluminava o céu acima da alcateia, brilhando no céu escuro, banhando todo o jardim e as casas com sua luz prateada. As paredes de madeira do quarto de Petra estavam banhadas pela luz prateada, que entrava por uma janela aberta, e o ar estava pesado, cheio do cheiro metálico de sangue, suor e medo. Os gritos dela ecoavam por toda parte, misturados ao esforço desesperado de trazer sua cria ao mundo.
Petra estava deitada na cama, o corpo arqueando em ondas de dor que a faziam ranger os dentes. O lençol de claro já estava encharcado de suor e sangue, e cada contração parecia rasgar seu corpo em pedaços. Ao redor dela, as lobas mais velhas da alcateia se movimentavam com urgência, trazendo toalhas, panos e bacias de água quente. Camilla e Lyra estavam ao lado, cada uma segurando uma de suas mãos, tentando dar forças a ela, mas nem isso parecia suficiente diante do sofrimento que ela enfrentava.
— Ele não… não quer vir — Petra arfava, lágrimas escorrendo de seus olhos fechados, estava exausta, o trabalho de parto já durava horas e horas. — Está preso… eu sinto…
Camilla, que era a mais calma do quarto, olhou rapidamente para a parteira, a mesma que tinha feito o parto de Lyra. O suor também escorria pelo rosto da parteira, que examinava Petra com preocupação crescente.
— O bebê está fraco — a loba disse, ainda mais preocupada. — Se não nascer agora, pode não sobreviver.
— Então leve-a para o hospital da alcateia — Camilla falou firme, tentando manter a voz sob controle. — Não temos mais tempo para insistir aqui, precisamos de instrumentos, precisamos de médicos…
— Não! — Petra abriu os olhos subitamente, as íris brilhando em um tom intenso de amarelo lupino. O som que saiu de sua garganta foi rouco, cheio de desespero e fúria. — Não vai dar tempo! Tirem ele de mim… agora!
A parteira a encarou, hesitante, mas sabia que Petra tinha razão. A cada segundo, a vida do bebê e a dela mesma escorriam pelas frestas do destino.
— Petra… — Lyra falou baixo, tentando confortá-la, embora seu coração batesse em desespero. — Vai doer muito, você não precisa…
— Não me importa a dor! — Petra interrompeu, arqueando o corpo ao sentir outra contração brutal que lhe arrancou um grito. — Eu só quero… salvar meu filho.
Camilla segurou sua mão com mais força, inclinando-se para ela.
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