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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 46

Cada passo fazia o chão tremer.

Quando se aproximou do enorme portão de ferro, ergueu as duas cabeças, segurando-as pelos cabelos ensanguentados. Girou o corpo levemente, mirando, e com força descomunal lançou uma… depois a outra.

As cabeças voaram pelo ar, passando sobre o muro de pedra da entrada e caindo no pátio central da alcateia com um som surdo e molhado.

River então levantou o queixo, abriu sua boca monstruosa e soltou um uivo que parecia abrir fendas na terra. Um som assustador, carregado de fúria, dor e vingança. Tão forte que todos dentro da mansão pararam, lobos tremiam, omegas se encolhiam, filhotes começaram a chorar.

E então, tão rápido quanto veio, ele sumiu. Sua enorme silhueta se perdeu na escuridão da floresta, deixando apenas o som do vento e o cheiro de morte.

***

Tommy estava no pátio quando ouviu o som das cabeças caindo e o uivo que pareceu sacudir as terras da Ventos sombrios.

Ele virou lentamente, já sentindo o estômago revirar antes mesmo de confirmar o que era. Quando viu... travou. Seus olhos se arregalaram, e o pavor subiu pela espinha. Ali, no chão de pedras, estavam as cabeças de Kieran e Daryl, olhos arregalados, bocas abertas, sangue escorrendo e formando poças aos poucos.

O beta apertou as mãos em punhos, encarando a cena por um momento sem saber o que fazer. Já não tinham problemas demais? Já não estavam fodidos o suficiente?

— MERDA! — rosnou, ofegante, o peito subindo e descendo em meio ao desespero.

Olhou para os guardas que estavam próximos, todos pálidos, em choque.

— VÃO! VÃO AGORA! CHAMEM O ALFA! AGORA! — gritou, a voz embargada entre o desespero e o medo.

Dois guardas saíram correndo, quase tropeçando nas próprias pernas.

Tommy começou a andar de um lado para o outro, respirando fundo, passando as mãos na nuca. Ele sabia… sabia que aquilo ia acontecer. E tinha avisado.

Minutos depois, Kael apareceu, descendo as escadas da mansão como uma tempestade. Seu rosto estava deformado de tanta raiva, olhos apertados, mandíbula travada.

— QUE PORRA É ESSA?! — berrou, se aproximando. — O QUE TÁ ACONTECENDO AGORA?!

Tommy não respondeu, só apontou para o chão.

Kael seguiu o movimento do braço dele e, quando seus olhos pousaram nas cabeças, ele travou. Ficou pálido por dois segundos… depois, a expressão se contorceu em puro ódio.

— Me ameaça, então. — Tommy abriu os braços. — Faz. Porque, a partir de agora, não somos mais aliados. Eu só vou continuar aqui porque não sou covarde de abandonar a alcateia... — apontou pra casa, pro portão, pros lobos que começaram a se reunir assustados. — Porque são eles que vão pagar pelo seu orgulho.

Kael cerrou os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Rangia os dentes, respirando pesado, completamente fora de controle.

— Esse maldito River… esse monstro… — sua voz falhava entre o ódio e o medo que começava a se instalar, mesmo que ele não admitisse.

Tommy balançou a cabeça, encarando o horizonte, os olhos sombrios.

— Isso, Kael. — cruzou os braços. — Vai negando. Vai fingindo que ele não vai voltar. Vai fingindo que isso é só uma provocação… enquanto ele tá lá, agora, planejando exatamente como vai derrubar você… e tudo o que você construiu.

O silêncio que se instalou depois foi sufocante.

O cheiro de sangue. As cabeças no chão, o vento frio da noite.

O caos tinha começado.

E nada… absolutamente nada… ia impedir o que estava vindo.

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