Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 46

O uivo de um lobo ecoou pela floresta, cortando o silêncio da noite como uma lâmina afiada. A lua cheia estava alta no céu, lançando sua luz prateada sobre as árvores e banhando a alcateia Ventos Sombrios com um brilho pálido e frio.

No limite norte do território, um grupo de cinco soldados fazia a ronda. Estavam atentos, com os sentidos aguçados, farejando o ar e observando cada pequeno movimento nas sombras. O cheiro no vento estava estranho. Algo… algo não estava certo.

Mas o que estava certo ali? A alcatéia estava morrendo, os soldados não sabiam mais a quem seguir e estavam tentando apenas sobreviver ao alfa descontrolado.

— Você sentiu isso? — perguntou Kieran, o líder da guarda, franzindo o cenho e apertando os olhos em direção à mata densa.

— Senti… — respondeu o outro, Daryl, puxando a jaqueta para cima como se aquilo fosse protegê-lo. — Tem alguma coisa aqui… alguma coisa muito errada.

— Tudo tá errado nessa merda de lugar — Justin comentou, um soldando mais jovem que estava no fundo do grupo.

O resto se entreolhou, inquieto. Os pelos da nuca de todos estavam eriçados, um instinto primal gritava dentro deles. Algo… algo se aproximava.

Foi quando os galhos à frente se quebraram. Primeiro, apenas um estalo, depois outro e mais outro. Até que um barulho seco, como se uma árvore inteira tivesse sido arrancada do chão, reverberou pelo ar.

— O que… — Kieran deu um passo para trás, arregalando os olhos.

Do meio da mata, surgiu uma sombra enorme. Passos pesados faziam o chão tremer. Quando a criatura atravessou os últimos arbustos, todos os soldados arregalaram os olhos.

O lycan era monstruoso, maior do que qualquer outro lobo que já tinham visto. Seus músculos pareciam esculpidos em pedra, cobertos por uma pelagem negra como a própria noite. Os olhos… oh, os olhos… eram vermelhos, brilhantes, selvagens. Carregavam não só ódio… carregavam sentença de morte.

Eles sabiam exatamente quem era.

O supremo.

— Puta merda… — sussurrou um dos soldados, começando a recuar.

Mas River não olhou para ele, nem para os outros três.

Seus olhos estavam fixos, focados em dois rostos específicos. Kieran e Daryl.

Seus lábios se abriram, revelando presas enormes, e um rosnado gutural saiu de sua garganta, vibrando no ar, fazendo os ossos dos soldados tremerem de terror.

— Corre! — gritou um dos soldados.

Os três que não eram alvos saíram correndo, disparando pela mata como se suas vidas dependessem disso, e, de fato, dependiam. Mas River nem sequer moveu um músculo para persegui-los, eles não interessavam. Aqueles três não tinham cometido pecado além de fazer parte daquela alcatéia manchada. Insignificantes.

Mas Kieran e Daryl… ah… eles eram diferentes.

— Não… não, não! — Kieran começou a dar passos para trás, tropeçando nos próprios pés. — Isso não… isso não pode estar acontecendo!

— Ele… ele… É o supremo…— Daryl sussurrou, com os olhos arregalados, puxando a camisa do companheiro. — Corre, Kieran! CORRE!

Mas era inútil.

O grande Lycan avançou.

Um salto, uma sombra negra que cruzou o espaço como um raio.

Kieran tentou correr, mas mal deu dois passos antes de ser derrubado no chão com violência. Um grito rasgou sua garganta, mas foi cortado quando as garras de River atravessaram suas costas, rasgando pele, músculos e ossos com facilidade.