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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 48

A lua cheia rasgava o céu, lançando sua luz prateada sobre a floresta densa e silenciosa... silenciosa até que um uivo poderoso, gutural e prolongado, ecoou, estremecendo as árvores, os animais e cada lobo que respirava dentro da alcateia Ventos Sombrios.

— Ele está aqui... — murmurou um dos soldados, empalidecendo, enquanto apertava o cabo da lança com as mãos trêmulas.

Outro uivo veio, seguido por um rosnado tão grave e monstruoso que parecia fazer a terra vibrar sob os pés. Os pássaros fugiam, os animais corriam, e até a própria floresta parecia temer aquela criatura.

Do lado de fora, entre as sombras da mata, River andava em sua forma de lycan. Seu corpo imenso, de músculos tensionados e pelagem negra, circulava lentamente toda a extensão da cerca que protegia a Ventos Sombrios. Suas pegadas se cravavam na lama, deixando rastros fundos, marcas de garras enormes desenhadas no chão, nas pedras, nas árvores... como se ele estivesse assinando seu nome ali, deixando claro que aquilo era só um aviso.

Ele rugiu, um rugido que fez até mesmo os corvos silenciarem. Em seguida, uivou, mais uma vez, para que todos entendessem... que ele estava ali. Que ele vinha. Que ninguém sairia ileso.

Dentro da mansão da alcateia, o caos estava instalado. Malas sendo jogadas às pressas no chão, ômegas correndo, fêmeas desesperadas agarrando seus filhotes, enquanto soldados menos fiéis ao alfa tentavam, de forma desesperada, preparar-se para uma possível fuga.

Camilla, com o corpo fraco, mas notavelmente melhor do que dias atrás, empurrava uma mala sobre a cama, ofegante, enquanto Belia a ajudava.

— Eu te disse... — murmurou Camilla, rangendo os dentes. — Eu te disse que esse maldito ia trazer o inferno até aqui!

— Luna, apresse-se. — Belia dizia, puxando alguns vestidos e jogando dentro da mala. — Não podemos perder tempo, vou guiar você.

Mas, do lado de fora, o som de passos pesados, determinado, ecoou pelo corredor. E antes que pudessem reagir, a porta foi aberta com brutalidade.

— Ninguém vai sair daqui. — Kael apareceu, apoiando-se no batente, pálido, visivelmente mais magro, os olhos fundos e a pele suada, mas com aquele olhar de ódio pulsante que não diminuía nunca. — Quem tentar fugir... vai morrer.

Belia arregalou os olhos, se colocando na frente de Camilla.

Camilla tentou avançar com dificuldade enquanto Belia o distraia. Ela saiu do quarto com dificuldade, segurando a barriga e se apoiando na parede, caminhando pelos corredores ofegante quase sem forças, mas assim que chegou perto do portão, sentiu um forte empurrão em suas costas, fazendo-a cair com tudo no chão.

— Você não vai a lugar nenhum, com meus herdeiros sua desgraçada! — ele rosnou, com os olhos vermelhos de fúria. — Você só sai daqui quando esses malditos filhos estiverem fora da sua barriga!

Camilla gemeu, segurando o ventre, e olhou para ele com puro ódio.

— Isso é culpa sua, Kael! Tudo isso! Não pode obrigar ninguém ficar aqui para morrer!

— Cala a boca! — ele berrou, avançando sobre ela, os dentes cerrados, os punhos fechados, tremendo de raiva. — Você... você destruiu minha vida! Foi você quem trouxe essa maldição pra mim! Você que me ferrou, sua...

Ele levantou a mão, claramente disposto a bater nela. Pela primeira vez, Kael estava pronto para agredir sua própria Luna na frente de todos.

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