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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 51

— Porque não tenho mais nada a perder, Alfa. — sua voz não tremeu. — Porque finalmente abri os olhos. E porque... o que Kael está fazendo não é liderança, é carnificina. Loucura.

River estreitou os olhos, um riso sem humor dançando em seus lábios.

— E onde estava esse seu senso de justiça quando sua alcateia se curvou para os anciãos? Quando seu alfa desrespeitou a vontade da deusa? Quando a minha companheira foi humilhada, marcada à ferro quente e deixada para morrer na terra de ninguém? Onde estava essa vontade de salvar seu povo? Lyra não era parte do seu povo também? Por que cruzou os braços enquanto… enquanto ela era estuprada? — a raiva na voz do alfa supremo fez Tommy se encolher os olhos de River ficaram vermelhos como sangue, brilhando, e o ódio que emanava dele era esmagador e faria qualquer lobo se curvar em terror. — Você é exatamente como seu alfa.

Tommy fechou os olhos, o rosto contraído de dor, arrependimento e medo.

— Eu sei. — sussurrou. — Eu sei que sou, sei que fui tão cego quanto Kael. Eu vi as ordens absurdas, vi as punições, vi o sofrimento da Lyra. E... mesmo assim, me calei. — seus olhos se encontraram com os de River. — Me calei porque achava que aquilo era normal… Achava que ele tinha esse direito…

River o observou em silêncio, os olhos vermelhos como brasas. Então caminhou lentamente até se sentar à frente dele, os dois separados apenas pela mesa larga.

— Então diga. — sua voz era baixa, mas carregada de ameaça. — Por que agora? Por que me procurar agora? Está tentando salvar sua alcateia ou sua propria pele como um traidor asqueroso?

Tommy respirou fundo, reunindo coragem.

— Porque ele enlouqueceu. — disse, firme. — E mesmo que eu tenha sido omisso, sei que tem muitos inocentes que não tinham opção, e eles vão morrer se alguém não fizer alguma coisa. Sei que falhei, que meu pai sentiria vergonha do beta que estou sendo agora, mas só quero que minha alcateia tenha uma chance.

River manteve a expressão firme, os olhos fixos nos do beta, absorvendo cada palavra.

— E o que você quer de mim? — perguntou, direto.

— Quero... quero que isso acabe. — Tommy disse. — Sei que você vai nos atacar, mas Kael pretendia vir primeiro, isso não mudaria nada, vocês venceriam do mesmo jeito, mas ele está doente, pode ser perigoso para seus soldados.

— E o que me oferece em troca? — River arqueou uma sobrancelha. — Não sou um tolo, Tommy, nenhum favor vem sem custo. Eu posso libertar sua alcateia, a doença dele não me afetaria, até agora você não me trouxe nada de útil.

O beta inspirou profundamente.

— A cabeça de Kael. — disse, sem hesitar. — E de todos os que tocaram em Lyra. Eu sei quem são, posso mostrar cada um deles para você. Vou atrasar a partida de Kael para que você chegue antes da nossa saída, assim, sequer chegaremos perto de suas terras e seu povo não corre risco de adoecer também.

O silêncio que se instalou foi espesso, pesado como neblina carregada de sangue.

River tamborilou os dedos sobre a mesa por alguns segundos, depois se inclinou para frente.

— Você está disposto... a trair o próprio alfa?

Tommy o encarou de volta, os olhos castanhos escurecidos pela culpa e pela dor.

— Depois que Kael cair, depois que os responsáveis forem mortos. — sua voz vacilou. — O que vai acontecer com os outros? Com os que não sabiam? Com os jovens? Com os velhos?

River cruzou os braços.

— Isso não sou eu quem vai decidir — ele respondeu, vendo Tommy unir as sobrancelhas, confuso.

— Como assim não é você? — o beta perguntou, confuso.

— Minha Luna vai definir o destino de vocês, se ela pedir, vou exterminar a todos, até os filhotes, até não restar nada da Ventos sombrios — River não teve receio nenhum em falar aquilo, afinal, se Lyra quisesse, ele seria op monstro que as histórias contam. — Então, reze para a deusa para que o coração doce de Lyra tenha compaixão por vocês, mesmo que vocês não tenham tido compaixão alguma com ela.

— Eu concordo. — Tommy sussurrou.

— E se provar que está do nosso lado... talvez ainda haja redenção para você.

Tommy assentiu, os ombros finalmente relaxando um pouco.

— Obrigado, Alfa Supremo.

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