O céu estava começando a escurecer quando Lyra caminhou até a clareira da cachoeira, o som da água caindo era quase hipnótico, e a brisa que soprava ali fazia seus cabelos dançarem em ondas suaves. Seus pés pisavam com cuidado sobre as pedras úmidas, os olhos atentos procurando por ele, e então ela o viu.
River estava encostado em uma das rochas maiores, de braços cruzados, com o semblante tão sério que fez o coração de Lyra acelerar. O vento batia em seus cabelos escuros, e seu olhar só se suavizou quando a viu se aproximar.
— Por que me chamou aqui? — ela perguntou, parando a poucos passos dele, ainda ofegante pela pequena trilha que percorreu para chegar ali.
River estendeu a mão, puxando-a com cuidado para junto de seu corpo. Quando ela se aconchegou em seu peito, ele abaixou o rosto e depositou um beijo demorado em sua testa, sem dizer nada por alguns segundos. O silêncio foi preenchido apenas pelo som da água e do bater ritmado do coração dele contra seu ouvido.
— Amanhã, ao pôr do sol... — River finalmente disse, sua voz profunda reverberando em seu peito — ...nós vamos até Ventos Sombrios.
Lyra ergueu o rosto, surpresa, os olhos arregalados.
— Amanhã?
— Está na hora de encerrar isso. — ele falou com firmeza. — De fazer justiça e limpar a sujeira que aquele lugar se tornou.
Ela se afastou levemente, tentando entender.
— Você quer dizer... uma guerra?
— Bão vai chegar a ser isso. — ele corrigiu. — Vamos sozinhos sem levar mais ninguém. Pode ser perigoso para nossos guerreiros aparentemente tem uma doença se alastrando pela alcateia que mata lobos sem casta.
Lyra engoliu em seco, sentindo o estômago revirar. O medo se misturava com a certeza de que aquilo precisava acontecer, mas ainda assim, havia hesitação em sua voz.
— E se... e se der errado?
— Não vai dar. — River disse com convicção. — Eu jurei que protegeria você, que faria todos que te feriram pagar, e é isso que vou fazer, mas não vou sem sua permissão. — ele segurou seu rosto com as duas mãos, encarando-a nos olhos. — Quero que você esteja comigo. Não como uma arma, mas como minha força, minha companheira. A razão pela qual luto.
— Rápido, apenas eu, você e Solomon. Vamos entrar com a ajuda de um aliado que temos lá dentro, ele vai entregar o alfa e a alcateia.
— Um aliado? — ela franziu a testa.
— O beta, Tommy. — River respondeu. — Ele veio até aqui mais cedo, quer entregar Kael. Diz que a alcateia está desmoronando, que Kael está doente... e todos os lobos estão pagando por isso.
— Tommy? Ele vai trair o próprio alfa? Eles eram melhores amigos… Tem certeza que ele não está armando para nós?
— Não me pareceu uma armação, me pareceu desespero — River disse com amargura. — Kael transformou aquele lugar num cemitério vivo e agora vai ser enterrado com as consequências dos próprios atos.
A loba não disse nada, seus olhos estavam fixos na queda d'água e seu silêncio fez River apertá-la mais um pouco, com carinho
— Você tem certeza de que quer ir? — River segurou seu rosto com firmeza, encarando-a de forma intensa. — Se disser que não, eu cancelo tudo. Não preciso de sangue pra seguir em frente, Lyra, mas se isso for importante pra você... se isso for te curar... então vamos.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...