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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 69

Três meses depois

As cortinas estavam meio abertas, deixando a luz da lua entrar pelas frestas e iluminar parcialmente a sala. Lyra estava deitada no sofá com as pernas sobre o colo de River, os dois cobertos por uma manta macia enquanto assistiam a um filme qualquer na televisão. Era algo que ela nunca conseguia fazer muito na antiga alcateia, mas aqui tinham uma tv grande só para eles e Lyra estava adorando, mas River ainda achava um tanto... estranho. Ele a observava mais do que ao filme, tentando entender como aquelas imagens em movimento podiam prender tanto a atenção dela.

— Isso não faz sentido — murmurou ele, franzindo o cenho quando o protagonista saltou de um carro em movimento para o telhado de outro. — Humanos realmente acreditam que isso é possível?

Lyra soltou uma risada baixa, puxando a mão dele para beijá-la.

— É entretenimento, amor. Você precisa desligar a mente e só... assistir.

— Difícil desligar a mente quando estão constantemente inventando essas baboseiras — resmungou ele, mas seu tom era mais curioso do que irritado. — Não consigo acreditar que em setecentos anos tanta coisa mudou…

Ela virou o rosto para ele, sorrindo.

— Você perdeu muita coisa... Mas está recuperando o tempo agora. Comigo.

— Algumas coisas ainda me confundem. — River suspirou. — Como essas luzes pequenas no controle. Pra que servem?

— Isso? São os botões... de função. — Ela sorriu, divertida. — Você aperta e coisas acontecem. Máquinas obedecem. É tipo mágica... mas humana.

— A magia deles é feia — murmurou ele. — Mas, se te faz sorrir, posso tolerar.

O sorriso dela se alargou. River nem sempre sabia demonstrar o que sentia, mas sempre que o fazia era como se o mundo parasse por um momento e só existissem os dois.

Mas um barulho seco do lado de fora quebrou o momento.

— Você ouviu isso? — Lyra ergueu a cabeça.

River já estava de pé, o corpo rígido e alerta. O som voltou, mais intenso, batidas fortes na porta. Sem hesitar, ele correu até a entrada, enquanto Lyra o seguia, preocupada.

— Quem é?! — River rosnou, a mão na maçaneta.

— Solomon! — gritou uma voz abafada do outro lado. — Abra! Precisamos de você agora!

River escancarou a porta.

Solomon estava ali, suado, parecia que havia acabado de sair da cama, completamente bagunçado, mas havia uma urgência em seu olhar que deixou o alfa em alerta. Atrás dele, vários soldados aguardavam, igualmente armados e em alerta.

— O que aconteceu? — River perguntou, abrindo espaço para que seu beta entrasse.

— Eles atacaram — disse Solomon, sem fôlego. — O lado norte da fronteira... vieram com tudo. Estão tentando romper nossas defesas, precisamos ir, Supremo, os soldados precisam de nós!

Lyra sentiu o estômago revirar ao ouvir aquilo. Era como se cada minuto daqueles meses doces estivessem sendo roubados, destruídos. Aparentemente, a guerra havia chegado até eles e na calada da noite, sem que estivessem esperando.

— Eu vou com vocês — disse, determinada.

River virou-se para ela, o olhar firme.

A estrada até o lado norte era acidentada e escura. A lua cheia iluminava os caminhos entre as árvores, e o silêncio só era interrompido pelo som das patas afundando na terra e quebrando galhos e folhas secas. Estavam todos em suas formas de lobo, avançando pelo terreno, se aproximando cada vez mais da fronteira.

“Estamos perto! Mais rápido!”, a voz do supremo ecoou na mente dos lobos ao longe, já podiam ver a fronteira, e os lobos tentando, a todo custo, combater os invasores.

De repente, o primeiro rosnado.

Um lobo enorme, de pelagem amarelada, surgiu entre as árvores e avançou contra eles. Logo vieram outros, dezenas. A batalha começou como um estouro: dentes, garras, gritos.

O chão se tingiu de vermelho.

Mas ninguém estava disposto a ceder, não iriam entrar, eles defenderiam a alcateia até o fim daquele ataque impensado. Apesar de lutar com tudo o que tinha, enquanto olhava seu alfa desmembrando lobos que pareciam se jogar para a morte em direção a ele, Solomon sentia algo pesar em seu peito.

Não fazia sentido.

Algo estava fora do lugar.

Por que atacaram assim? Pareciam descoordenados, sem um plano, sem nenhum objetivo que não morrer pelas garras da alcateia… Por que ops soldados dos anciões fariam isso?

“Não recuem!”, gritou River, suas garras cortando o ar, alheio as preocupações do amigo.

Tudo o que ele queria era manter sua alcateia segura, sua luna segura…

Mas será que conseguiria?

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