Lyra caminhava de um lado para o outro pela sala, os olhos indo constantemente até o relógio de parede. Cada minuto parecia se esticar mais do que deveria. Já havia passado tempo demais desde que River e os soldados saíram para o combate na fronteira norte. Petra estava sentada no sofá com uma xícara nas mãos, tão nervosa quanto a amiga. Eles estavam demorando, já havia se passado duas horas e nem sinal de retorno…
Um aperto começou a tomar seu peito. Ela sentia… algo estranho. Não era só preocupação, era como se o próprio corpo estivesse tentando avisá-la de que algo estava errado.
— Tem alguma coisa errada, Petra, eu sei que tem — sussurrou, parando perto da janela sentindo o mundo girar ao seu redor quando uma súbita tontura a atingiu.
— Precisa se acalmar, eles vão voltar logo, sei que vão! — Petra tentou falar, mas também sentia aquela sensação ruim de quando algo está prestes a acontecer. — Precisa se acalmar, amiga.
A loira suspirou fundo, levando a mão ao estômago. Um leve enjoo começou a subir, deixando a tontura ainda mais forte, fazendo-a se apoiar na soleira da janela e Petra se levantar correndo para ajudar a Luna.
— Não tô me sentindo bem… — murmurou, levando a outra mão à testa.
— Chega disso, você precisa relaxar um pouco, é sério. Vem, vamos, vou preparar um banho quente pra você.
Então, as duas caminharam até o banheiro do andar de cima, Petra preparou a banheira, colocou sabonete líquido, sais de banho, ajudou Lyra a tirar o robe que usava e a entrar no banho.
— Vou estar lá embaixo, qualquer coisa é só chamar… Vou aproveitar e fazer algo doce para a gente, e pedir para chamarem Nora e Cecil para nos fazerem companhia.
— Obrigada, amiga…
— Não precisa agradecer. Vamos só ficar juntas e isso vai passar.
As duas assentiram uma para a outra e Petra saiu, fechando a porta e seguindo para o andar debaixo.
Lyra fechou os olhos, encostando a cabeça na borda da banheira. Tentou pensar em River, no sorriso dele, no toque firme, no calor do seu corpo contra o dela. Tentou, mas o mal-estar não sumia. Algo a incomodava, algo além da preocupação.
— Preciso respirar… — sussurrou, levantando-se com cuidado.
Enrolou-se em uma toalha e saiu do banheiro, os pés descalços contra o piso frio do corredor.
Foi quando ouviu.
Um estalo.
Pequeno.
Mas antes que pudesse reagir… uma dor aguda rasgou suas costas.
— O que…!
Cambaleou, tentando se virar, mas o corpo já começava a falhar. A toalha caiu ao chão, o mundo girou sob seus pés.
Por trás dela, alguém, completamente vestido da cabeça aos pés, com uma balaclava que cobria seu rosto, a encarava, olhos negros eram a unica coisa que ela conseguia ver enquanto sua visão começava a ficar cada vez mais turva.
— Quem… Quem são… — sussurrou, a voz embargada, sem conseguir terminar a frase.
Com a pouca força que ainda tinha, rosnou, as unhas crescendo em garras enquanto tentava atingir o homem a suas costas, mas não foi muito longe, sequer o acertou. Os joelhos cederam, e ela caiu no chão, nua, vulnerável. O som do rosnado voltou a preencher o cômodo enquanto o lobo se aproximava, o hálito quente contra o rosto dela.
Tudo foi ficando escuro.
— River, socorro… — sussurrou antes de perder a consciência.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...