O nome caiu como um trovão no meio da clareira, os guerreiros se entreolharam tensos. River avançou com um passo firme, os punhos cerrados e a veia do pescoço latejando.
O estranho, no entanto, não recuou. Continuava sorrindo como se aquilo fosse uma brincadeira para ele.
— Você está a três segundos de perder a língua — sibilou River. — Fale logo ou vou arrancar pedaço por pedaço do seu corpo até que finalmente termine de dizer a maldita mensagem.
— Ah, mas se fizer isso... — o homem ergueu as mãos como quem se rende ainda sorrindo cínico — nunca mais verá sua luna.
A frase atingiu River como um soco. Por um instante, tudo parou. O coração, os pensamentos, o ar ao redor. Sua mandíbula se travou e o maxilar latejou com o esforço de não avançar. Ele podia matar aquele homem ali mesmo, era forte o bastante para esmagá-lo em segundos. Mas... e se ele estivesse dizendo a verdade?
— Isso mesmo — o homem sorriu mais ainda, como um lobo que sentia o cheiro do medo. — Está amando esse papel de cãozinho adestrado, não está? O todo-poderoso Alfa Supremo... agora domado por uma mulher, ou melhor pela falta dela. Que cena patética.
River rosnou tão alto que fez dois guerreiros se afastarem com receio. Sua transformação começou a tomar forma. Os olhos brilharam em vermelho vivo, as veias saltaram, as garras começaram a surgir. Mas antes que pulasse sobre o desconhecido, Solomon colocou-se em seu caminho, segurando-o pelos ombros.
— Não agora, River — disse em tom firme. — Você sabe que ele é apenas o mensageiro. Se o matar, perdemos tudo.
River empurrou Solomon com força, mas não o suficiente para feri-lo. Passou a mão no rosto, tentando conter a raiva que queimava por dentro. O estranho continuava ali, com aquele maldito sorriso de quem tinha controle da situação.
— Fale, diga o que vieram dizer! — rugiu River.
O homem endireitou os ombros, satisfeito por ter provocado a reação desejada.
— Os anciãos têm uma proposta muito... simples. Eles estão esperando por você no território da Alcateia Central, dentro de três dias. Você irá até lá, sozinho. Sem guardas. Sem aliados. Apenas você. Em troca... libertaremos sua luna.
— Um por um — sibilou River, os olhos semicerrados.
— Exatamente. Eles querem o Alfa Supremo em troca da companheira. Um negócio justo, não acha?
River não respondeu. Seu rosto era uma máscara de pedra, mas por dentro, seus pensamentos gritavam. Era uma armadilha, qualquer um veria isso. A matariam e depois o matariam, aquilo era óbvio. Mas era Lyra... A única coisa no mundo que importava.
— E se eu não for?
— Ela morre, simples assim.
O silêncio foi pesado e cruel. River não podia recusar, não podia correr o risco de perdê-la, mas também não podia confiar.
— E se eles te matarem? E se não for só você que eles querem?
— Então que tentem, não sou tão fácil de derrubar.
Ele se virou, caminhando de volta à casa principal. Cada passo parecia pesar toneladas.
O ar estava mais denso, o tempo parecia correr contra ele. Três dias. Esse era o prazo. E entre ele e sua companheira, havia o abismo mais traiçoeiro de todos: os anciãos.
Solomon caminhava ao lado dele, a mente fervendo de estratégias, mas o coração apertado. Sabia que River não estava apenas decidido, ele estava disposto a tudo.
E isso... isso era o que mais o apavorava.
Petra também estava lá, presa junto a luna, e provavelmente teria o mesmo destino que ela caso ele não intervisse. Não acreditava que os anciãos as soltaram, então, o que lhe restava fazer?
Precisava de um plano e, agora infelizmente, não poderia contar com o alfa, porque River estava decidido a se sacrificar.
Mas Solomon achava que aquela não era a resposta.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...