Tommy deixou os portões da Lua Sangrenta antes que a lua chegasse ao topo do céu, depois de ter passado longos minutos debatendo o plano com o alfa supremo e seu beta. Transformou-se em lobo assim que sumiu entre as árvores, o vento noturno golpeando sua pelagem. Cada músculo doía da luta contra os renegados, mas ele ignorou a dor. A missão era clara: contatar as alcateias mais próximas, precisavam de aliados, e precisavam deles agora.
Quando a silhueta de Tommy desapareceu entre a mata, River permaneceu imóvel por um instante, o olhar fixo no escuro. Então, girou o corpo com brusquidão e voltou para dentro do escritório, onde Solomon já passava instruções para os batedores.
— Nenhum barulho — disse Solomon, firme, enquanto os olhares atentos dos guerreiros pairavam sobre ele. — Quero vocês percorrendo a Terra de Ninguém sem deixar vestígios. Procurem sinais de acampamento, rastros recentes, cheiro de sangue… qualquer pista. Mas não se aproximem demais, precisamos ter certeza antes de atacar.
— Sim, senhor! — responderam em uníssono, antes de saírem em disparada, um a um, transformando-se em lobos sob o luar.
River se aproximou lentamente de Solomon, o rosto duro e sério. O beta, percebendo a tensão do amigo, tocou-lhe o ombro com firmeza.
— Nós vamos conseguir, River. — Sua voz era grave, mas transmitia segurança. — Amanhã tudo estará pronto para atacar. Só precisamos ter paciência e não levantar suspeitas. Se os anciãos perceberem que você não vai para a alcateia central, podem mudar o plano.
River respirou fundo, os olhos escurecidos pela raiva que borbulhava por dentro.
— Eu sei — disse, com um rosnado baixo na voz. — Mas é difícil esperar, eles estão com ela… e se fizerem qualquer coisa…
— Eles querem que você vá até eles, é a única razão para ela ainda estar viva — lembrou Solomon, com frieza. — Vamos usar isso ao nosso favor.
O Supremo caminhou até a janela e olhou para a lua, que brilhava fria no céu.
— Precisamos pegá-los de surpresa, só assim Lyra sairá viva. — Pausou, cerrando o punho. — Assim que eu tiver minha companheira de volta… vou atrás da alcateia central. Vou destruir todos eles.
O rosto de Camilla suavizou-se com orgulho e ternura.
— A deusa da lua está abençoando esta alcateia — disse ela, ajeitando a mantinha sobre a filha. Por um momento, o cansaço desapareceu, substituído por uma luz de carinho puro que brilhou em seus olhos.
Petra hesitou, depois respirou fundo.
— Camilla… — começou, baixando os olhos. — Sinto muito por tudo o que aconteceu, sei que nossa relação nunca foi boa, mas… Estou feliz que me salvou..
Camilla também ficou em silêncio por um instante. Quase um ano havia passado desde que aquela tensão surgira entre as duas. Então, a nova mãe sorriu e balançou a cabeça.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...