— Eu também errei. E agora… — ela olhou para a criança — acho que a vida é curta demais para guardarmos ressentimentos.
As duas sorriram uma para a outra, e Camilla se inclinou com cuidado para abraçá-la, de forma delicada, evitando os machucados de Petra. O abraço foi breve, mas sincero.
O momento, no entanto, foi quebrado pela porta do hospital se abrindo com violência. Um guarda entrou quase tropeçando, a respiração entrecortada.
— Luna! — Ele se curvou rapidamente, antes de disparar as palavras. — Os guardas viram movimento da alcateia central! Eles estão vindo em direção a nós!
O rosto de Camilla perdeu a cor imediatamente. Olhou para Petra, que estava pálida e com os olhos arregalados.
— Precisamos escondê-la — disse Camilla, já se levantando, ajeitando a filha em um braço só.
— Sim… sim, por favor — respondeu Petra, apavorada. — Eu não posso ser pega de novo…
Camilla voltou-se para o guarda.
— Segure-os do lado de fora, ganhe tempo. Se perguntarem, diga que estou no hospital, mas não os deixe entrar imediatamente.
— Sim, Luna! — O soldado bateu o punho no peito e correu para fora.
Camilla olhou para as enfermeiras.
— Limpem tudo agora. Quero todo o cheiro de mata-lobos eliminado daqui! Rápido!
As mulheres se entreolharam, alarmadas, e começaram a se mover, começando a limpar com pressa e, principalmente, medo, medo dos guardas da alcateia central e do que poderiam fazer. Camilla segurou a mão de Petra com firmeza.
— Vamos. Precisamos ir para a mansão.
O caminho foi lento e doloroso. Petra mancava, ainda fraca, e Camilla sentia o corpo pesado depois do parto, mas a adrenalina as movia. Elas atravessaram os corredores e saíram para o ar frio, correndo como podiam até a grande mansão da alcateia.
Dentro da residência principal, Petra respirava com dificuldade.
— Segundo filho? Mas… ninguém… ninguém disse nada…
— Porque ele nasceu amaldiçoado. — A voz de Camilla tremeu um pouco. — Se os anciãos soubessem… eles o matariam. Então eu o escondi aqui. A sala é protegida por selos mágicos, uma bruxa me ajudou com isso, nenhum lobo pode sentir a presença de ninguém aqui dentro.
Petra levou a mão à boca, chocada.
— Camilla…
— Você vai ficar aqui, eles nunca vão te encontrar. — Camilla se aproximou e segurou seu ombro. — Confie em mim.
A Luna respirou fundo, olhou uma última vez para o bebê, e fechou a porta secreta atrás de si. O silêncio da sala oculta envolveu Petra, que se sentou devagar, o coração disparado.
Do lado de fora, Camilla endireitou a postura, pronta para enfrentar os lobos da alcateia central. Precisava enganá-los, e faria seu máximo para garantir que aqueles lobos jamais desconfiassem que estavam escondendo Petra ali.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...