Jessy caminhou cabisbaixa pelas ruas ate chegar em frente ao hotel Magno. Por algum motivo começava a questionar-se sobre o que estava fazendo de sua vida, pois sentia que a única coisa que a fazia querer levantar-se da cama todos os dias era o seu pai.
“Ate que ponto vou chegar?” se perguntou ao respirar fundo e adentrar no hotel pela entrada dos funcionários. Cumprimentou a todos tentando sorrir, o que conseguiu a duras penas. Foi ate o banheiro feminino onde trocou-se. Naquele dia ficaria apenas auxiliando na arrumação dos quartos. Colocou o seu avental sobre a saia e antes de sair do banheiro, olhou-se no espelho constatando as suas olheiras, as quais só pioravam a cada dia que passava.
–Estou realmente... me matando aos poucos – murmurou a si mesma ao seguir em frente.
***
Valentin olhou para Vanda, a qual mantinha-se com o semblante sério ao entregar a planilha com as atividades de Jessy para aquela semana. Já estava saindo da sala quando virou-se e o encarou.
–Sabe que o que esta fazendo é errado, não é? – Vanda falou séria.
–E o que eu estaria fazendo? – indagou com um leve sorriso na face – não lembro-se de ter ido contra nenhum direito trabalhista.
–Eu não entendo, mas de alguma forma esta interessado nela.
–Achas isso?
–Qualquer um acharia pelo interesse que esta demonstrando tão repentino.
–Só porque quis que trabalhasse conosco e porque estou avaliando-a? Não chamo de interesse e sim de avaliação de potencial.
–Pode chamar como quiser, entretanto para mim isto tem apenas um nome – virou as costas e saiu da sala deixando-o com um semblante pensativo.
–Talvez eu devesse ser mais discreto – disse a si mesmo ao ler a planilha de Jessy. –Então irá arrumar os quartos do sexto andar. – colocou a planilha de lado voltando a fazer o seu trabalho quando sorriu enigmático – Nada como salvar uma mulher para uma aproximação. – sussurrou ao ler a lista de hospedes, sorrindo em seguida. Após duas horas levantou-se de sua cadeira e seguiu para fora de sua sala – Vanda, estou indo dar uma volta pelo hotel.
–Sim senhor – disse sem encará-lo. Valentin segurou um sorriso divertido, pois aquela mulher sentada a sua frente era a única que o enfrentara. Optou por sair em silencio não demorando para entrar no elevador e apertar o botão do 6º andar. Permaneceu impassível ao elevador parar em diversos andares ate que ele seguisse o seu destino. Caminhou pelo extenso corredor como se inspecionasse o que passava a sua volta, entretanto estava focando a sua atenção para a aparição de Jessy Smiths, a qual surgiu segundos depois saindo de um dos quartos, mas o que chamara a sua atenção fora o semblante assustado dela, seus cabelos desgrenhados e suas roupas amassadas. Jessy encostou na parede deixando-se cair no chão, suas mãos estavam próximas ao seu peito e seus olhos encontravam-se cheios d’agua. A reação mais sensata seria ir ate ela e perguntar o que houve, porem Valentin manteve-se distante vendo o seu sofrimento, sentindo-se feliz por aquilo. Permaneceu observando-a por longos minutos ate ir ate com ela fingindo preocupação – O que houve?
Jessy ergueu o olhar deparando-se com o homem que aterrorizava os seus pesadelos desde que fora trabalhar naquele hotel.
–N...nada – murmurou com a voz tremula. Seus olhos mantinham a expressão assustada e seus lábios tremiam.
–O que houve com você? – indagou continuando a sua atuação ao segurar em seu braço – levante-se e me diga, o que aconteceu?
Jessy o encarou e sem conseguir segurar, deixou as lagrimas caírem pelo seu rosto. Ao sentir os braços de Valentin envolver o seu corpo ficou rígida. Ficou surpresa com seu gesto, porem sabia que o correto seria afastá-lo de si apesar das circunstâncias não conseguiu, acabou relaxando em seus braços, sentindo culpa em seguida.
–Por, favor...me solte – pediu próximo a um sussurro. Percebeu que ele não faria o que foi pedido, suspirou antes de colocar as mãos em seu tórax, afastando-o percebendo o quanto ele possuía um bom físico – não houve nada, Sr Magno, com licença – pediu ao se afastar, tendo o seu braço puxado por ele.
–É a primeira mulher que conheço que chora por nada no meio do corredor de um hotel. Diga-me o que houve, sou o seu chefe tenho a obrigação de zelar pelos meus funcionários. –percebeu a hesitação em seu olhar e agarrou aquela chance – aconteceu algo em algum destes quartos? – olhou para a porta,a qual ela havia saído – foi neste quarto? – a viu desviar o olhar e levar a mão em direção ao pescoço – o que lhe fizeram? – perguntou sério.
–N...na..nada – gaguejou sem jeito – na... não me fizeram nada.
–Então porque esta assim? – indagou ao olhar para ela de cima a baixo. Segurou em seu pulso e bateu na porta do quarto 625, não demorou para um homem usando apenas uma toalha em sua cintura, abrir a porta – Sinto incomodá-lo, mas imagino que tenhamos um problema.
–Problema? – ele indagou sorrindo de forma sedutora ao olhar para Jessy – Imagino que ela já foi chorar para o chefe, típico.
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