Segunda Chance(Completo) romance Capítulo 20

Jessy ainda estava surpresa por estar sendo abraçada por Jon, entretanto nada fez para afastá-lo apenas permaneceu em seus braços ao ser conduzida para fora do hotel.

–O que..esta fazendo aqui? – ela indagou confusa e sem jeito ao olhar para o homem que a abraçava de forma afetuosa.

–Vim lhe proteger – Jon sorriu singelo ao acenar para um taxi – quer ir para algum lugar tomar um chá ou.. não sei.

–Queria apenas ir para casa.

–Iremos para o aeroporto então. Esta com seu passaporte? – ao vê-la negar com a cabeça, suspirou – podemos pegar.

–Isso seria ótimo, mas não o correto – falou após pensar rapidamente. Sem saber se era o certo, afastou-se dele de forma discreta – eu não sei o que dizer.. Como me encontrou?

–Não foi difícil – sorriu ao passar a mão pelo seu cabelo percebendo a sua loucura pela primeira vez desde que tomara aquela decisão – você ligou para o meu celular, o numero ficou registrado e com isso foi fácil saber de que hotel havia ligado.

–Entendi – murmurou pensativa – mas.. porque esta aqui?

–Poderia mentir, mas a verdade é que fiquei preocupado com você. Escutei o seu choro e as batidas na porta. Não consegui pensar em nada que não fosse vir atrás de você. Fui um pouco precipitado, não? – sorriu envergonhado ao ver o olhar pasmo que ela lhe lançava.

–Eu.. – Jessy não soube o que dizer. Aquela havia sido a primeira vez desde que perdera Victor e seu pai estava em coma que alguém se importara com ela realmente. Ela o olhou sem saber o que achar. Fechou os olhos, e o abraçou, surpreendendo-o – Obrigada por estar se preocupando comigo – falou inconsciente do quanto aquelas palavras haviam o deixado feliz. Jon retribui o abraço com um sorriso discreto na face. Para ele, aquela loucura estava valendo a pena.

Valentin estancou ao sair do hotel e ver Jessy abraçada com o misterioso homem. Ficou olhando-os por alguns minutos ate virar as costas e voltando para dentro do hotel.

–Não tenho nada com isso – disse a si mesmo. A cada passo que dava, afastando-se dela sentiu algo diferente dentro de si que preferiu ignorar – isso não irá me impedir de terminar a nossa conversa.

***

Alejandro sorriu ao segurar o papel que lhe entregavam. Aquela era apenas uma, pequena, prova da inocência de Jessy. Ele não sabia qual seria a reação de Valentin ao ver aquilo. Nem ele sabia o que sentir ou imaginar ao ver aqueles relatórios.

–Algo iniciado de uma mentira não poderia ter um fim melhor, no final – sussurrou consigo mesmo ao olhar para o céu escuro.

***

Valentin entrou na sala de reunião com o semblante fechado. Sentou na cadeira que lhe fora designada e ao fazer um leve sinal com a cabeça, a reunião dera inicio. Todos que estavam no coquetel perguntavam-se onde estaria a sua secretaria. Joaquim sorriu levemente ao perceber que Valentin estava sozinho. Por mais que odiasse aquela situação, Valentin pegou o bloco de notas em sua frente, a caneta em seu paletó e começou a anotar pontos que achava conveniente. Ignorou os olhares questionadores que Joaquim lhe lançava. Para ele aquele dia estava tornando-se o pior possível.

***

A xícara repousava sobre a mesa do, pequeno, bistrô onde Jessy estava acompanhada por Jon. Ambos se olhavam sem nada dizer. Inúmeras perguntas rondavam a mente dele, mas para preservar a privacidade de Jessy, ele temia em perguntar.

–Vai retornar comigo?

–Não – negou séria – agradeço por ter vindo, por estar se preocupando comigo, mas... há coisas das quais não podemos fugir. E querendo ou não tenho um emprego que necessito proteger.

–Verdade – assentiu ao observá-la – mas o que me disse sobre culpa, algum dia irá me contar toda a historia?

–Talvez – sorriu levemente ao levantar-se da cadeira – quando eu voltar.. irei lhe visitar e poderemos conversar, como sempre me disse para fazer, afinal..Todo mundo precisa de um amigo.

–Compreendo, então esta o usando?

–Eu, usando-o? – respirou profundamente antes de responder – não consigo entender a sua curiosidade sobre minha vida. Ah, verdade. Deve saber tudo para poder usar contra mim em sua vingança, mas já lhe disse que não precisa disso. Estou disposta a ir ate o fim com isso. Não é necessário jogos quando o objetivo já foi mostrado.

–Esta me dizendo que irá dançar comigo conforme a musica que eu tocar?

–Sim. Imaginei que já tivéssemos esclarecido isso antes.

–És pior do que eu imaginava. Esta fazendo isso para eu ter compaixão e lhe deixar livre?

–Não – negou ao baixar o seu olhar, erguendo-o em seguida – Não serei livre ate sentir estar dor em meu coração ir embora. Imagino que se sente da mesma forma que eu, se não, não estaria fazendo isso tudo, colocando a sua carreira em risco.

–Como minha carreira entra nisso? – perguntou curioso.

–Me transferiu, me deu uma promoção tudo isso em menos de três meses. É obvio para todos, esta colocando a emoção em frente dos negócios. Chegará um tempo, se isto continuar, que irão achá-lo incapacitado para exercer a sua atual função.

–Há alguns erros em seu pensamento, senhorita Smiths, o primeiro deles é que sou o herdeiro dos hotéis Magno e isto me faz ter total poder sobre ele. Posso demitir, admitir, transferir e beneficiar quem eu desejar, portanto nada disso vai influenciar negativamente no hotel. Se os investidores e os clientes estiverem satisfeitos, isso não irá abalar a minha presidência.

–Não deveria ser tão confiante.

–E você deveria preocupar-se mais contigo – tornou sério ao vê-la ficar quieta. – “Como você pôde desistir de sua vida por ela, meu irmão?” Valentin questionava-se em silencio ao ver Jessy impassível, mas assim que as mãos dela alcançaram a taça preenchida com água. Viu pela primeira vez o que nunca reparara. As mãos dela tremiam. Ela estava nervosa. Nervosa pelas palavras dele e por sua presença – “Então não é tão forte como parece. Interessante” sorriu diante de sua descoberta.