Segunda Chance(Completo) romance Capítulo 33

Jon permaneceu ainda parado em frente a porta do apartamento de Jessy, mesmo após ela ter fechado a porta. Já haviam se passado longos minutos. Longos minutos ate ele ponderar e ir embora. Ao passar pela entrada do edifício, vislumbrou um automóvel carro estacionado. Estranhou, mas deu de ombros ao entrar em seu carro e ir embora com seus pensamento nas lagrimas de Jessy.

Valentin esperou, paciente, ate Jon sair do apartamento de Jessy para ir ate lá. Ele não conseguia se conter. Ele desejava vê-la. Ele ansiava em saber o que o homem misterioso era para ela, definitivamente. Assim que viu o carro afastar-se, saiu de seu veiculo e com altivez caminhou ate o edifício. Subiu as escadas com a expressão mais indecifrável possível. A cada passo que dava, a cada escada que subia, sentia algo dentro de si. Valentin começava a sentir um calor. Um calor muito semelhante ao calor do sol. Ele não entendia como conseguia sentir tal sensação estando naquela situação. Parou em frente a porta de seu apartamento, segundos depois, e hesitou ao bater na porta. Perguntou-se o que estava fazendo ali e o que diria, mas antes que pudesse pensar corretamente, suas mãos já estavam indo de encontro a porta. O seu desejo de vê-la conseguia ser mais que sua razão. As batidas ecoaram pelo corredor vazio, não demorando para a porta ser aberta por uma mulher com o olhar assustado. Jessy abriu a porta sem olhar quem era, imaginando ser Jon, entretanto ao ver o par de olhos verdes a encarando, ficou sem reação. Sentiu um tremor percorrer o seu corpo ao perceber o modo gélido com que ele a encarava. Ela hesitou em continuar com a porta aberta, já estava prestes a fechá-la quando ele sorriu. Um sorriso perverso e se encaminhou para dentro do apartamento. A cada passo que ele dava, ela recuava.

–O que esta fazendo aqui? – Jessy indagou confusa e sem reação. Por mais que pensasse que não conseguia imaginar o motivo – não me diga que.. veio terminar o que começou?

–Se for isso, o que fará? O seu amante acabou de sair. Esta sozinha, ou melhor, esta apenas comigo aqui dentro - disse com um sorriso malicioso nos lábios ao fechar a porta e encará-la. – irá gritar ou sucumbir? Estou realmente curioso.

–Saia daqui – disse enfrentando-o. – Se não sair, ligarei para a policia. Estou.. realmente cansada. Cansada do modo como ando me tratando e deixando com que me trate. Valentin.. eu... – antes que terminasse de falar, ela o viu indo em sua direção e a segurando pela cintura. O seu corpo tornou-se rígido, com receio do que ele poderá fazer, mas apenas sentiu a sua cabeça apoiada em seu ombro. A respiração dele de alguma forma a deixava calma – o que... esta...

–Fique quieta. Por alguns segundos, por favor, fique quieta – ele disse quase em um murmúrio. Valentin não sabia o motivo de ter ido atrás dela, mas ao encará-la por tanto tempo, soube que se ficasse perto dela, perto o suficiente para sentir Victor não se sentiria tão sozinho e frágil. Apesar dela não tê-lo abraçado, o calor de seu corpo o confortou. Jessy era a única ligação que ele tinha com seu irmão naquele momento. A única pessoa que conhecia, o verdadeiro, Victor tão bem quanto ele.

–Estava me ameaçando a minutos atrás...como esta me pedindo consolo agora? – ela indagou confusa ao perceber a situação. Tentou se afastar dele, mas a cada movimento que fazia, ele a apertava contra si.

–O que aquele homem é seu? – perguntou com a voz baixa. Por mais que tentasse descobrir, Valentin não sabia se o motivo de desejar saber a resposta era para a sua vingança ou curiosidade pessoal. Sem perceber, ele começava a se afogar no desespero que ansiava criar para ela.

–Ele.. é um homem que me ama – respondeu hesitante.

–E você.. o ama?

–So conseguirei amar uma pessoa nesta vida – disse sincera ao senti-lo se afastar, pouco a pouco de si, e por mais que não quisesse, ela sentiu falta do calor dele. – Não consigo entende-lo por mais que eu tente – confessou – o que deseja de mim, afinal? Quer se vingar ou ser consolado? Diga-me para que eu possa...

–Se defender de mim? – a interrompeu.

–Sim. Sei que fui a única a pedir para que continuasse com o seu plano. Sei que fui a única que implorou para ser ferida e machucada como uma forma de perdão, mas... não consigo mais. A cada dor, o meu coração apenas... se fecha ainda mais. A dor que sinto por Victor não some, ao contrario, ela aumenta cada vez mais. Vê-lo todos os dias como um reflexo dele, é doloroso demais. Eu...não aguento mais. Estou implorando.. por favor, me deixe viver. Se continuar com isso...eu.. – Valentin escutou cada palavra que saia de seus lábios com atenção. Ao mesmo tempo em que sentia uma felicidade apoderar de seu ser, sentia uma dolorosa sensação por vê-la tão frágil, implorando para ele. Implorando para viver. A mão de Valentin adquiriu vida própria ao direcionar-se para o rosto dela, acariciando-o. Com delicadeza, ele contornou o seu rosto, passando um tempo encarando-a, como se estivesse gravando aquela imagem em suas lembranças. Deu um passo para frente, ficando a pouquíssimos centímetros dela, e com gentileza, colocou os seus lábios em cima dos dela, fechando os olhos, pouco a pouco, de forma lenta e gradativa. Ele queria saborear aquele momento. O momento regado a tristeza e desespero. Jessy mantinha-se imóvel, talvez por medo dele e de si própria. Aos poucos, o beijo tímido e quase infantil, transformou-se. As mãos calmas buscavam um lugar para repousar no corpo de Jessy, a qual começava a se entregar pela atmosfera. Jessy começara a fechar os seus olhos lentamente, pois por mais que quisesse negar, ela se sentiu inebriada por ele. Ela estava inebriada por Valentin, e não pela sua aparência. As mãos dele pousavam sobre a sua cintura e em sua nuca, enquanto as mãos dela, que encontravam-se inertes ao lado de seu corpo, começaram a mover-se de forma instintiva em direção ao corpo dele. No meio da sala do apartamento de Jessy, um casal beijava-se com um beijo de gosto salgado. Valentin sabia que não conseguiria parar mais. Ele sabia que a medida que ela correspondesse aos seus beijos não se conteria. A cada beijo que dava e recebia da mulher a sua frente em sua mente, a imagem de Victor estava presente.

“Isso é alguma traição, a você, meu irmão?” se perguntou ao sentir as mãos macias dela em seu cabelo. Valentin a imprensou contra a parede, colocando ainda mais os seus corpos. Sentiu e escutou o seu coração bater rapidamente, a sua respiração alterada. Ele percebeu o quanto ela estava correspondendo a ele. Sem pensar, por medo de voltar atrás, Valentin a segurou pela cintura, forçando-a a segurar-se nele e colocar as suas pernas em sua cintura. Sem parar de beijá-la a levou em direção a uma das portas que avistara. Caminharam entrelaçados, beijando-se e usando aquela oportunidade para esquecer os seus problemas. Eles estavam entregando-se um ao outro não pelo perdão, mas sim pelo esquecimento. Valentin entreabriu os olhos apenas para ver onde estavam e ao ver a cama, a depositou sobre a mesma, ficando inerte em pé, a sua frente.

–Eu não sou Victor e não irei parar. Não importa o quanto me implore para largá-la – a avisou – se desejar fugir, lhe darei três segundos. Apenas três segundos para fugir de mim. – ele observou o corpo dela, e o modo como seus olhos o encaravam. Ele sabia que ela acabaria fugindo dele se tivesse mais tempo para pensar, mas ele não desejava isso. Com seus olhos vidrados na reação da mulher a sua frente, Valentin, deitou-se sobre ela, beijando-a de forma ardente. Jessy entregou-se a ele sempre mantendo seus olhos entreabertos como se assim pudesse ficar entre o sonho e a realidade. O corpo de Valentin diferenciava muito do corpo de Victor, pois enquanto o segundo não possuía tatuagens ou cicatrizes no de Valentin podia-se encontrar cicatrizes em suas costas e duas tatuagens, uma em sua cintura e outra em sua panturrilha. Os dois irmãos possuíam personalidades diferentes, e modos divergentes de agir. Valentin, inebriado, puxou blusa de Jessy, rasgando-a. Ele não se importava com nada, apenas com seu próprio desejo. Por mais que Jessy quisesse gritar ou se sentir angustiada, não conseguiu. Ela sentia a força dele, ela sentiu o seu desespero e a sua paixão pelo sofrimento dela, e isto, apenas isto a deixou entregue a ele. A medida que Valentin depositava beijos pelo seu corpo, ela se entregou. Jessy não sabia se estava pensando em Victor, em Valentin ou apenas encontrando uma forma de sofrimento, mas ela tinha certeza que não conseguiria parar.

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Alejandro segurou o buque de flores em frente ao hotel Magno e sorriu ao vislumbrar Vanda sair com o semblante sério. Antes de chamar por ela, a observou como se decorasse todos os seus traços, com calma caminhou ate onde ela estava, alcançando-a sem problemas. Sorriu ao chamar o seu nome e a ver olhar para trás com surpresa.

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