A comida chegou, e ele ficou bastante pensativo.
Eu também não falei mais nada, apenas comi, tentando tirar o foco do clima estranho que ficou entre nós, até que ele resolveu quebrar o silêncio.
Matheus: Se você me aceitar na sua vida, eu serei um bom amigo pra você, mas eu vou logo te avisando que eu sou um amigo bem grudento.
— Você levou esse tempo todinho pensando se deveria ou não ser meu amigo?
Matheus: Em nenhum momento eu pensei em não ser, Yanka.
— E no que você estava pensando?
Matheus: No quanto você quer que eu me meta nisso.
— Você não precisa se meter, isso é um problema meu.
Matheus: Não em momentos em que você estiver comigo, daí o problema será nosso, e pelo que você me falou, ele tá passando muito do ponto com você. Até onde você está disposta a ir pra tirar ele de vez da sua vida?
— Eu quero tirá-lo Matheus, acredite, eu só não sei como ainda.
Matheus: Saindo da casa da Laura, saindo de ambientes que ele sabe onde te encontrar é um bom começo.
— Você tem mais algum tempo pra eu poder te levar a um lugar?
Matheus: Bom, eu já estou aqui, porquê não?
Só um momento enquanto eu faço uma ligação.
Eu peguei o meu celular e liguei pro meu pai e pedi pra ele ligar pro prédio liberando a minha entrada até o meu apartamento, mas ele disse que o prédio podia até liberar, mas eles não estavam mais com as chaves do apartamento, e que as chaves estavam com ele desde que fechou a compra.
Eu voltei a sentar na mesa e me expliquei pro Matheus.
— Eu iria te levar a um lugar, e te contar uma outra parte da história, mas isso vai ficar pra outro dia.
Matheus: E você só pode me contar sem me mostrar?
— Não...Eu prefiro te contar te mostrando.
Matheus: Tudo bem, eu vou aguardar então.
— Bom, agora eu vou pra casa, e te encontro as 16:00 na praia.
Matheus: Eu vou te esperar.
Pegamos um taxi de volta, ele desceu em frente a loja, deixou pago a viagem, e eu segui no taxi até a casa da Laura.
Já eram 14:00 hrs, então eu decidi tomar um banho e dormir um pouco, mas o tempo passou voando, e logo o celular me despertou.
Eu coloquei um biquíni, um short e uma camiseta e assim que desci as escadas, eu vi que enquanto eu estava dormindo, a minha prancha e os meus acessórios haviam chegado.
— Você é sempre assim, tão compreensivo e insistente com as pessoas?
Ele me olhou, de forma penetrante.
Matheus: Não! Somente com o que eu acredito que valha a pena.
— Eu posso ser decepcionante.
Matheus: Você terá que fazer bem mais do que chorar por um cara pra se tornar decepcionante pra mim.
— Pior do que chorar por um cara, é continuar cedendo as investidas dele. Isso não é decepcionante o suficiente pra você?
Matheus: Isso vai se resolver com um tempo, um passo de cada vez, lembra?
Eu balancei a cabeça e desviei a atenção dele.
Matheus: O que foi agora?
— Eu tenho uma puta sorte de sempre ter pessoas dispostas a me ajudar e eu acabo ferrando com tudo.
Matheus: Faça valer a pena dessa vez.
Eu voltei a olhá-lo, e ele olhou pros meus lábios, e por um momento ele ficou relutante em continuar olhando e desviou o olhar pro mar, e então eu percebi que ele estava a fim de mim, e que eu era o passo de cada vez dele.

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