RODRIGO
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A vida te dá vários sinais de que algo precisa mudar, ela te fornece caminhos que facilitam sua caminhada, que façam você evoluir como ser humano, então o nosso maior inimigo, é nós mesmos, que mesmo com todas as dicas e situações que nos favorecem, insistimos em seguir o nosso próprio pensamento, na intenção de fortalecer o nosso ego, e muitas vezes, é exatamente o ego que nos leva a fracassar.
Quando acordei, eu não imaginava que o fracasso, a humilhação a decepção já estavam batendo a minha porta, eu pensei que era apenas mais um dia da minha triste vida, que eu mesmo me deixei trilhar.
A gente se acostuma com tudo, com a mesma cafeteria, com o mesmo restaurante, com a mesma hora de acordar e dormir, com os mesmos amigos, e até com a vida ruim que a gente leva.
Então eu chego a dizer que eu estava acostumado.
Acostumado a ter sempre o que eu queria, na hora que eu queria e sabia exatamente o caminho que eu precisava trilhar pra conseguir.
Acontece que tudo o que eu conseguia, era passageiro, levando isso pra todos os meus conflitos com a Yanka e a Melissa, eu digo que o beijo era passageiro, o sexo era passageiro, e até o sentimento de posse era passageiro.
Nada era meu, eu apenas burlava o sistema da minha mente, pra acreditar em coisas que faziam eu me sentir melhor, esquecendo dos sentimentos das outras pessoas.
Mas chegou uma hora que o sistema de defesa dessas pessoas, resolveu reagir, pois esse sistema também passou a conhecer o meus métodos de me infiltrar, e soube usar isso contra mim, e então eu fracassei.
Era pra ser só um sábado em família, com o meu pensamento martelando a melhor forma de ter um momento a sós com a Yanka, eu queria saber se ela havia mesmo trocado de número ou apenas me bloqueou.
Tomei um banho, me arrumei, e fui pro almoço na casa da minha mãe.
Assim que cheguei, eles já estavam na cozinha.
A Yanka estava na mesa, e a Isabel estava servindo ela, porém ela estava de cabeça baixa e nem olhou pra minha cara, o que foi um pouco estranho.
Mãe: Oi filho, sente-se...
A minha mãe parecia normal, eu fiquei com receio dela ficar diferente pro meu lado depois de eu ter ido ver o meu pai pra pedir conselhos.
Pyter: Boa tarde, Rodrigo?
— Boa tarde Pyter.
Eu voltei a olhar pra Yanka que continuava olhando pro prato sem levantar a visão pra mim, aquilo me deixou muito incomodado, então eu resolvi falar com ela.
— Oi Yanka? Tá tudo bem?
Ela me ignorou totalmente, e todos perceberam, até a Isabel que estava presente olhou pra ela.
Eu olhei pro Pyter e ele estava atento a filha dele, e a minha mãe também estava sem entender nada, e eu comecei a ficar tenso.
— O que você tem? Não vai me responder?
Ela ficou calada mais uma vez, e se não fosse os nossos pais presentes eu iria arrancar uma resposta dela na marra.
Pyter: O que houve filha?
Só então ela levantou o olhar pra responder o pai dela, deixando claro que o problema era apenas comigo.
Yanka: Nada com o senhor pai.
Respondeu voltando a abaixar a cabeça.
O Pyter me encarou, e a minha mãe também, como se estivessem exigindo alguma explicação de mim.
Como eu não dei, ela perguntou diretamente pra Yanka.
Mãe: Você quer nos dizer alguma coisa, Yanka? Quer compartilhar com a gente qual é o problema?
Ela soltou o talher no prato e levantou o olhar novamente pra encarar a minha mãe.

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