RODRIGO
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Eu já estava no portão de saída do condomínio quando uma dúvida me atravessou feito uma flecha. No canto do estacionamento de visitantes, algo me chamou atenção. Um carro...
Não era qualquer carro. Era exatamente igual ao da Yanka. Mesmo modelo, mesma cor, até os vidros pareciam com os dela. Mas eu já estava no fluxo da saída e não dava mais tempo de dar ré, parar e checar a placa.
O pensamento me perseguiu como uma sombra incômoda, se colando à memória do cheiro que senti no apartamento da Melissa, um cheiro que não era dela, um cheiro que eu conhecia...
— Não... não pode ser. Será...?
Falei baixinho, como se minha própria voz tivesse medo da resposta.
Não podia ignorar aquilo. A hipótese começou a latejar na minha mente, me atormentando, então dirigi direto para a casa do Demétrio. Ele não sabia que eu tinha sido solto, mas naquele momento ele era a peça que faltava para eu montar o quebra-cabeça.
Assim que toquei a campainha, não demorou muito até a Rayssa abrir a porta, porém, ela não parecia surpresa ao me ver.
Rayssa: Demétrio, você tem visita.
Ela gritou e deu as costas para mim sem nem me cumprimentar.
— Qual é, Rayssa? Vai me perdoar quando?
Rayssa: Quando você construir uma máquina do tempo e voltar antes de fazer tanta merda.
— A Mel já me perdoou. Só falta você. Se você tivesse esperado um pouquinho mais, a gente teria se encontrado lá.
Eu sorri amigavelmente e já estava esperando um "Do que você está falando?", mas, ela acabou confirmando exatamente o que a Mel disse.
Rayssa: Ah, você foi lá hoje? Então Deus também te perdoou, porque se eu ainda estivesse lá, eu teria arrebentado sua cara. Sorte a sua eu ter saído de lá antes. Que livramento né?!
Antes que eu pudesse dar uma resposta afiada, o Demétrio apareceu...
Demétrio: Não brinca? Caralho, não acredito. Você foi solto e não me falou, seu filho da...Laura!
Eu comecei a rir e ele me abraçou forte.

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