TRÊS MESES DEPOIS
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Porteiro: Desculpe Sr. Rodrigo, mas a Srt. Melissa proibiu a sua entrada no prédio.
Tirei o telefone do bolso e liguei pra ela.
Melissa: Rodrigo, quantas vezes vou precisar falar pra você não me ligar mais?
— Nós precisamos conversar Mel, eu estou aqui embaixo, libera a minha entrada, por favor?!
Melissa: Eu já disse que NÃO quero falar com você.
— Caramba Melissa, você precisa me ouvir.
Melissa: Não, eu não preciso, o que eu vi já foi o bastante, agora por favor, esquece que eu existo.
Eu já não sabia mais o que fazer pra tentar me explicar para Melissa, não que existisse alguma justificativa pra tudo o que eu fiz, mas foram dois anos de relacionamento, e eu nunca havia feito nada para magoá-la, isso deveria ser o suficiente pra pelo menos conseguir o direito de ser ouvido.
Já havia se passado três meses que ela descobriu a minha traição, e durante esses três meses eu tinha me esforçado pra caramba pra conseguir o perdão dela.
No começo ela nem me atendia, ignorava todas as minhas mensagens, depois ela passou a me atender e a despejar toda a raiva e o rancor que ela estava sentindo em cima de mim, o que era bom, pois me atender já era um começo.
Era a primeira vez que coloquei os pés no prédio dela depois do que aconteceu, pois a saudade que eu estava sentindo era gritante.
Sobre a Yanka, não vou dizer que eu a esqueci, eu me via pensando nela sempre, e o desejo que eu sentia por ela ainda reverbera no meu corpo, e a terapia não me ajudou em nada.
— Que grande merda essa que eu me meti.
Falei no carro, indo em direção a casa do Demétrio.
Estacionei o carro e toquei a campanhia.
Rayssa: Que diabos você quer Rodrigo?
A Rayssa falou, assim que abriu a porta e viu que era eu.
— Eu vou tentar ignorar essa sua falta de educação, Rayssa, cadê o Demétrio?
Falei já entrando na casa.
Rayssa: E desde quando eu preciso ser educada com quem não tem um pingo de respeito com os sentimentos das pessoas?
— Quem te vê falando assim, até pensa que você é uma santa e nunca errou na vida.
Rayssa: Santa eu não sou, mas covarde, mentirosa e manipuladora, também não.
— Olha aqui Rayssa, já se passaram três meses, você vai continuar me tratando assim até quando?
Rayssa: Você não entende as coisas mesmo, não é Rodrigo? Você ainda não se deu conta que quem apresentou você pra Mel foi eu? Que além de decepcioná-la, você também me decepcionou? E no momento em que você a traiu, trouxe pra cima de mim a culpa por eu ter feito a merda de te colocar na vida dela.
Se tinha uma coisa que a Rayssa fazia com maestria, era golpear um homem agressivo. Além de bonita e inteligente, ela tinha uma autodefesa impecável.
Eu não podia crescer em cima dela, pois eu perderia com certeza, apesar de eu ser um homem.
— Eu amo a Melissa, Rayssa.
Rayssa: Deveria ter pensado nisso quando meteu esse teu pau no primeiro buraco que apareceu na tua frente.
Agora me deixe em paz, o Demi tá lá em cima, no quarto dele.
— Deixa, depois eu falo com ele.
Dei as costas pra ela, e fui embora.
Eu não tinha mais cabeça pra conversar com mais ninguém, eu só queria ir pra casa e esmurrar o saco de pancadas que eu fiz questão de comprar pra impedir que eu quebrasse as coisas dentro de casa.
Eu avancei três sinais, eu poderia muito bem ter provocado um acidente com a minha falta de responsabilidade.
Mas eu não estava conseguindo pensar em nada, apenas no maldito dia que eu conheci a Yanka e coloquei a perder o meu relacionamento de dois anos com a Melissa.
E naquele momento, ela poderia estar saindo com outro, e eu não poderia fazer nada pra impedi-la.
— Porraaaaaaa...
Saí gritando do carro, e abrindo a casa pra que eu pudesse entrar.

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