CAPÍTULO 12
Laura Strondda
Respiro fundo antes de apertar a campainha. Sou a dona da casa, a partir de agora entrarei e sairei pelo portão. Quero ver quem vai me impedir.
Fui andando pelo jardim e procurando o carro que Luigi falou. Pelo modelo do carro e a placa, logo de cara o encontrei na grande garagem de casa, quando cheguei.
— De quem é esse carro? — perguntei a um segurança que se aproximou.
— Não sei dizer, senhora! Já vi a Magnólia o dirigindo, mas não sei se é dela! — balancei a cabeça.
— Ok... — me dirigi para a frente da casa e encontrei um Alex enfurecido na porta, me esperando. Estava lindo, com aquele cabelo curto, caído na testa, vestia uma camisa branca com botões que brilhavam no sol de quase meio-dia. Ele usava uma calça azul clara, de um jeans discreto, destacando a sua pele bronzeada pelo sol.
— Onde esteve? — seus dentes serrados e sua mão apertando o batente, demonstravam que a brincadeira ficaria interessante, o meu marido gato, estava furioso.
— Fui tomar um ar! A cara de sonsa daquela Anita me cansou, me deixou enjoada! — veio rapidamente na minha direção, o vento bateu naquele cabelo, e precisei me concentrar, se fosse ter um briga limpa não poderia me distrair.
— Eu acabo com você se encostar um dedo na Anita! Ela é uma moça maravilhosa, decente e... — “Pronto! A beleza foi embora quando abriu a boca!“
— Que vá pra puta que pariu com tantos adjetivos! Se aparecer aqui a colocarei para fora! — ele me peitou enquanto nossos olhares enfrentaram uma briga cruel de poderes.
— Isso é o que vamos ver! — me ameaçou. Era hora de mudar o assunto, eu precisaria ser estratégica, tenho coisas a resolver.
— Babene, veremos isso depois... — com raiva passei a mão no seu ombro, mas por fora consegui um sorriso mais falso que nota de quinze dólares para chamar a atenção daquele Siciliano maledetto.
— O que quer? Está tocando meu corpo, alguma coisa você quer? — percebi que a sua voz saiu um pouco mais suave, estava dando certo. Homens são patéticos quando os enrolamos.
— Não sentiu falta da pulseira que me deu? Eu nunca a tirei do pulso, prometi que não tiraria. — me olhou tentando me entender, enquanto levantei o pulso.
— Se tirou, tirou... procure algo mais interessante para fazer, como ajudar a Magnólia a limpar a casa! — engoli o ar para não esmurrar aquele homem.
— Foi ela quem pegou! — falei tranquilamente, virando o corpo e se afastando de raiva, mas ele segurou o meu braço. Estava difícil de controlar meu temperamento com esse ogro.
— Como assim? Ela não poderia...
— Eu ofereci em troca dela trair você, e não demorou mais que dois segundos para que ela contasse de Anita e alguns segredos... — ele me puxou pelo braço e se eu não o acompanhasse seria arrastada.
Dentro da sala encostou a porta.
— O que ela disse?
— Que sai para beber todas as noites, que comprou o perfume da maledetta, digo... sua prima, e passa naquele quarto para dormir lá... bom, passava, porque o explodi!
— Maledetta! Vou matá-la! Onde ela está? — Alexander ficou cego, saiu andando pela casa. Era exatamente isso que eu queria, precisava descobrir mais coisas, principalmente onde ele a levaria para tirar informações, pois eu usaria o local depois.
Fui atrás dele, que nem me ouvia mais, estava furioso.
Quando encontrou Magnólia, puxou logo o braço dela procurando a pulseira.
— AHHHH, ME DEIXEM IR EMBORA, POR FAVOR! — deixei aquela ridícula lá, é fui até o Siciliano, precisaria me esforçar agora.
— Algo importante? — falei baixo, quando ele desligou.
— Sim, tem algumas coisas que eu preciso resolver... acho que vou deixar a traidora para depois!
— Não, agora você não vai! Vai ficar aqui e torturar e matar essa infeliz! Não vou te deixar fazer as coisas pela metade! — me olhou irritado.
— Quem você pensa que é para me dar ordens? Se ficar se fazendo de boazuda, vou te amarrar na outra cadeira e torturar mais que a Magnólia!
— Só estou dizendo o que um Capo-regime de verdade faria! Volte lá e torture aquela falsa, a famiglia que espere! Eles sabem que acabou de casar, aposto que vão ficar felizes de vê-lo com a sua esposa! — o rosto dele ficou sombrio. Eu sabia que estava correndo riscos demais se fizesse isso. Se ele a matasse, eu estava ferrada, eu preciso tirar esse homem daqui.
Ele puxou a arma e saiu a passos duros até a Magnólia que continuava gritando. Meu coração batia acelerado, a cada passo uma expectativa, ele não poderia matá-la, não poderia matá-la...
Eu mal respirava, não piscava, nem me mexia. Alex me olhou antes de atirar, tive vontade de pular nele e arrancar aquela arma de lá.
— Eu nunca vou ouvir você! Pra mim é insignificante as coisas que diz, deveria calar a boca! — falou duramente, cheguei a levantar as sobrancelhas, incrédula. Aquele figlio de puttana ainda engoliria aquelas palavras com facas no almoço. — Alex virou as costas deixando a mulher ali presa.
— Vou ficar aqui... tenho coisas para falar com essa falsa!
— Ótimo! Vou te deixar presa aqui, você também está precisando de um corretivo! — quase morri de raiva quando vi que ele estava saindo com um controle e eu ficaria presa lá.
— Como quiser! — Sorri internamente ao segurar um controle igual o dele no bolso. O idiota nem percebeu que havia um igual ao dele, guardado numa caixinha de vidro perto da porta! — Agora a minha conversa é com você!

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