CAPÍTULO 167
Débora Andrade
Fiquei meio atordoada, ele me soltou e mordeu a minha boca devagar. “Qual a dificuldade de fugir desses beijos? Qual?“
— Espero que tenha se acalmado, as minhas gatas não gostam de alvoroço, venha! — puxou a minha mão e fui bufando, por perder o controle. — Essa é a Tina, mãe da Polly.
Não pude me conter, adoro os gatos, então me soltei e abaixei atrás da Polly.
— Não entendo... como a mãe dela conseguiu fugir desse presídio? — olhei em volta, parecia impossível aquilo.
— Porque acha que mandei erguerem os muros e mudar o sistema de segurança? Não vou correr risco novamente, agora ninguém sai...
— Costuma prender na sua casa aquilo que escolhe para ser seu? — ele entendeu o duplo sentido.
— As vezes! Você é uma das que eu gostaria de prender, mas é mais divertido te ter assim... — olhou o meu corpo todo. Levantei de onde estava.
— Luigi, sejamos honestos... eu e você não demos certo, e isso percebi em alguns segundos do teu lado.
— Está enganada... — coloquei o dedo na boca dele.
— Shhhhh! Eu já sofri nessa vida, comi o pão que o diabo amassou, e não vou mais passar por isso. Você é do tipo que está comigo e todas as outras, não posso permitir! — segurou o meu dedo com a mão, me fazendo arrepiar.
— Está enganada e mal informada!
— Não, não estou! — Seu olhar me lembrou o que eu não queria.
— Se ainda está assim por boatos que ouviu... acho que deveria começar a tentar ver a verdade, posso estar gostando mesmo, de você. — virei as costas, aproveitando para ir atrás da gatinha.
— Você não é do tipo que se apaixona, não vou cair nessa! — ele me virou pra ele.
— Pague pra ver!
— Não quero! Será que pode me levar embora, agora?
— Débora... alguém te magoou, né? Você só precisa lembrar que eu não sou essa pessoa. — olhei bem pra ele. Como contar isso?
— Acontece que esse homem parecia muito com você! É olhar no teu rosto, nos seus olhos, e ver o Leonardo escrito! — os olhos dele arregalaram, segurou mais forte em mim.
— Leonardo? Você esteve com ele? Leonardo Lombardi? — segurou no meu braço.
— Eu não quero falar disso, esse homem me fez muito mal, me enganou, me traiu...
— Não tenho nada a ver com aquele maledetto miserável do diavolo! Nada!
— Conhece, Leonardo?
— A única coisa que precisa colocar na sua cabeça é que sou o “Luigi” e não Leonardo!
— Mas o que vou fazer, se dependendo de como te vejo, enxergo ele?
— POIS FECHE OS OLHOS, PORRA! FECHE E NÃO ABRA! — virou de costas depois de gritar, e eu estranhei.
— Luigi?
— QUER SABER? É HORA DE IR EMBORA! VOU TE LEVAR PRA CASA. — gritou outra vez, abriu a porta da caminhonete. — VEM DÉBORA.
— COMO ASSIM? VEM DÉBORA? VOCÊ MUDA A TODO INSTANTE? AGORA EU QUERO SABER, QUEM É ESSE LEONARDO? PORQUÊ ME PEDIU PARA FECHAR OS OLHOS?
— EU JÁ EXPLIQUEI, É SÓ FECHAR OS OLHOS E PRONTO! NÃO PRECISA ME BEIJAR DE OLHO ABERTO, NEM FODER! — passei por ele e o empurrei entrando na caminhonete.
— Grosso! Vê se me esquece! — coloquei o sinto e bati a porta com força, não entendi nada, mas ele não vai gritar comigo assim.
Luigi simplesmente se calou. Dirigiu aquela caminhonete irritado, mal me olhava.
O caminho não era longo, e logo eu estava na frente de casa. Ouvi o barulho dos pinos erguerem, e sem pensar, abri a porta descendo rapidamente da caminhonete.
Bati com força e saí sem olhar para trás, ele também não veio atrás de mim. Realmente não entendi nada do que aconteceu ali... quem está magoada e chateada sou eu, Leonardo me magoou demais, passei por muitas coisas na vida que uma mulher jamais gostaria de passar, sofri, chorei, por quase todos os dias em que estive ao lado dele, e não tenho culpa se os olhos do Luigi são exatamente iguais aos dele, e o seu semblante se assemelha ao Leonardo.
Agora, o fato dele ter perdido o controle assim, me deixou bem confusa.
“O que teria acontecido entre eles dois, que eu não sei?“ “Quem é Leonardo para Luigi?“ — Dei de ombros, que se lasquem, agora também não quero saber!
CAPÍTULO 168
Débora Andrade
Dias depois
[Alerta de mensagens]
“Abra a porta, estou aqui na sua casa!“ — respirei fundo.
“O que deu nele, agora?“

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