CAPÍTULO 171
Débora Andrade
Nunca quis tanto ver o Luigi na vida... se ele não chegasse, aqueles homens teriam me levado, e a última coisa que quero é voltar a ver Leonardo, não posso nem pensar nisso.
O problema é que Luigi age de forma estranha, e ao invés de eu querer abraçá-lo, prefiro me afastar.
— O quê foi?
— Você pode me deixar na casa da Katy ou da Laura... até da Rebeca, ou...
— Tem medo do quê? — Polly foi para a sua cama no banco de trás.
— Não gosto do seu jeito, as vezes... me lembra...
— Lembra o quê? Leonardo? — me irritei com o jeito dele.
— ESCUTA AQUI... SE VAI SER BABACA, VAI SER COM OUTRA, PORQUÊ DE HOMENS QUE ME TRATAM MAL, ESTOU FARTA! — abri a caminhonete em movimento, saltei de lá porquê estava devagar, mas machuquei o pé e caí no asfalto.
— DÉBORA! VOCÊ É LOUCA! — vi que parou a caminhonete e veio me encostar, mas me arrastei no chão, me esquivando.
— VAI EMBORA DAQUI, ME DEIXE EM PAZ! EU QUERO FICAR SOZINHA, NÃO CONFIO MAIS EM HOMEM NENHUM! — ele parou abaixado na minha frente, respirou fundo, passou a mão entre os cabelos e gesticulando disse:
— Me desculpe, eu só estou nervoso. Prometo que não vou falar nenhuma merda, só quero te ajudar, cuidar de você! — fiquei olhando com medo.
— Eu tenho medo, Luigi... infelizmente você se parece com ele, e suas atitudes às vezes, são parecidas, eu não sei o que pensar... — ele sentou no chão, pegou um graveto e começou a mexer na terra na beira da rua, onde havia mato.
— Ele te machucou, não é? — não olhou pra mim.
— Sim. Eu o amei, e ele se aproveitou disso, sinto muito, mas sou uma pessoa que não confia.
— Me deixa te levar pra casa, você machucou o pé. Te dou a minha palavra que se continuar nervoso, ficarei calado. — me encarou jogando o graveto.
— Está bem. Laura me disse que é um homem de palavra... — ele se aproximou.
— Machucou o tornozelo, vou te carregar. Mas te peço que não faça mais isso, por favor!
— Tá, fazer o quê... — ele me levantou e no colo me colocou na caminhonete, depois fechou a porta.
— Não estamos longe, fique tranquila. — assenti.
Quando chegamos, me deu um calafrio de saber que ficaria ali com ele, sabendo o quão fechado era aquele lugar.
Ele me ajudou a descer, mas como não conseguia pisar, voltou a me carregar, enquanto vi a Polly pulando pela janela.
— Essa casa é sua? É enorme! — perguntei ao olhar por fora.
— Da minha mãe, na verdade. — era muito bonita, a decoração parecia valiosa.
— Boa tarde, senhor! — um homem que parecia um mordomo, falou.
— Boa tarde, Silvestre! — olhei por tudo e vi apenas uma senhora na cozinha, que olhei de longe, parecia imensa.
— Só mora você, aqui? A casa é imensa!
— A minha mãe mora em outra cidade, faz alguns tratamentos de saúde, acabei ficando aqui, uma hora ou outra ela volta.
— E, seu pai...
— Morreu. — fiquei calada.
Entramos num quarto imenso, ele me sentou sobre a cama.
— Meu pé inchou... — Luigi se abaixou e começou a tirar a minha sandália.
— Vou te colocar na banheira, tome um banho e relaxe. Vou mandar trazerem roupas pra você. — ele veio tirando a minha roupa, e tive receio — Pode ficar de lingerie, só estou facilitando.
Acabei deixando, e então ele me levou até o banheiro que parecia outro quarto, de tão grande, me colocou na banheira e depois saiu.
Tomei um banho demorado, até que uma moça entrou no banheiro.
— Boa tarde, sou a Gleice, peguei uma roupa no closet pra você.
— No closet? Mas Luigi disse que iria mandar trazerem, pensei que estava longe. — era uma moça jovem, roupa curta, com um avental de faxineira por cima, mas quando abaixasse apareceria a bunda.
— Luigi? Poucas tem a audácia de chamá-lo pelo nome, aqui é só El Chapo, senhor, chefe!
— Audácia?
— Sim, o senhor gosta de ser tratado formalmente, se não se comportar, ele te chuta pra fora. É a segunda mulher que ele trouxe aqui, mas a outra nem conheci.
— Vejo que está por dentro de tudo. Uma funcionária atenta e bem informada... — zombei a fofoqueira.
— Só te aviso pra não competir comigo. Sou mais nova e mais atraente que você, ele logo vai te despachar. Não adianta se fazer de santa e tomar banho de lingerie, ele não cai nessa! — comecei a tirar a lingerie ficando nua, só de raiva e deboche, quando vi o Luigi chegando e ficando na porta.
— Ah, meu Deus! — ela disse em choque, e eu relaxei a cabeça pra trás, vendo ele entrar com os olhos vidrados em mim, e a filhote de cruz-credo se contorcer.
“Se essa uma, meter a besta comigo, quebro a cara dela.“
CAPÍTULO 172
Débora Andrade

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A prometida do Capo italiano