CAPÍTULO 173
Luigi / El Chapo
— Eu não quero falar sobre isso, acho que está na hora de jantar! — guardei o óleo de massagem e fui lavar as mãos no banheiro.
— Não confia em mim? Eu te contei um pouco do que vivi, fui sincera com você. Não mereço nenhuma resposta? — respirei fundo, fiquei olhando pra ela...
“É... talvez, sim!“ — pensei, antes de me aproximar, pensar e dizer, cautelosamente:
— É o responsável por sequestrar a minha namorada há nove anos! — fiquei quase sem ar ao falar, apertando o batente da porta, me lembrando do que vivi — Eu tinha dezoito anos, igual ela...
— Mas... ele a levou a força? Você não conseguiu salvá-la? Por isso, se culpa? — passei a mão nas sobrancelhas, engoli um nó da garganta, isso é tão difícil lembrar, falar...
— No começo sim! Eu não sabia que era ele, não sabia onde ela estava, procurei por um mês e nada... até o dia que recebi um vídeo dos dois juntos, ela havia se apaixonado por ele, era tarde pra mim... até cheguei a ir até lá quando soube onde estava, mas vi com os próprios olhos que ela escolheu ele, mesmo tendo sido raptada no início...
— Sinto muito. — levantou mancando, quase caiu, precisei amapará-la, nossos olhares se encontraram. A ergui, ajudei a se apoiar numa cômoda de madeira maciça.
— O pior não foi isso, depois do acontecido, eu coloquei todo o meu tempo em treinamentos... ele faz parte de outra máfia, eu fiquei mais forte com o tempo para enfrentá-lo, e achei que a esqueci, mas...
— Porquê eu penso que não foi só isso? — precisei esperar um pouco para responder.
— Ele começou a machucá-la e me mandar vídeos. Ele a torturava dia após dia, chegou um momento que eu não abria mais vídeos, mas ao vê-los chegando, me doía, porque sabia que ela estava sofrendo, até que misteriosamente ela apareceu morta num acidente de carro.
— E, você sofreu? O que aconteceu?
— Eu tinha vinte anos, ainda era fraco... sofri um pouco, mas não fui no seu funeral. Só sei o que vi no jornal, não investiguei, não quis.
“Logo depois conheci a Laura, mas por medo dela e de acontecer novamente, não investi nela... agora é tarde, não era pra ser. Se não tive coragem de arriscar, é porque não era ela!“
— Nossa! Dois anos com aquele homem? Meu Deus, eu poderia ter morrido, então! — colocou a mão na boca.
— Ainda bem que está aqui! Agora vamos jantar, que estou com fome. — disfarcei o meu ódio perto dela, também já sofreu com aquele canalha, não preciso contar tudo, não agora. Apenas ficar de olho, ele voltará para buscá-la, mais cedo ou mais tarde.
Fomos até a mesa, ela preferiu se apoiar em mim, já que estava conseguindo pisar, mesmo que mancando.
Ao chegar à mesa, fiz sinal para servirem, e quando Gleice veio com as taças, iria dispensá-la, mas olhei para a cara da Débora e pensei que agora eu descobriria se ficou com ciúmes ou não, então apenas sorri.
Ajeitei ela na cadeira, e a ajudei a se servir.
— Sabe... eu não imaginava que era rico, assim! — Débora falou, depois olhou à sua volta.
— Não se iluda, não sou rico! A casa é da minha mãe, só tenho a minha caminhonete, as gatas, e mantenho alguns empregados, mas não sou rico, não! — Gleice derrubou uma das taças — Tudo bem, Gleice?
— Eu me distraí, sinto muito, senhor! Eu vou limpar agora mesmo... — Gleice se explicou, Débora gargalhou.

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