CAPÍTULO 174
Peter Marino
Hoje resolvi ir em uma consulta com a terapeuta, para expor minha evolução e alguns conselhos.
— Bom dia! Como está, Peter? Sente-se, fique à vontade. Em que posso ajudar, hoje? — cumprimentei a doutora Márcia, quando entrei no consultório.
— Acredito que melhor, hoje me vejo muito melhor! — me sentei, me aconchegando na cadeira.
— Que bom! Me relate o que melhorou e o que ainda tem dúvida se houver.
— Bom... a cada dia aprendo algo novo, ou supero algo, e até me atrevo a dizer que esqueço um pouco, sabe? Embora ainda tenha os mesmos pesadelos. — me ajeitei na cadeira, vindo com o corpo um pouco mais perto.
— Você tem exercitado para esquecer aquilo que não é necessário, aquilo que te machucava? — ajeitou os óculos. Ela parece sempre saber do que estou falando.
— Exatamente. O que me incomoda são os pesadelos que ainda aparecem. Eu e Katy observamos, isso... — pensei melhor — Na verdade, quem é a merecedora de todos os méritos é ela, totalmente ela, não eu. Katy tem um dom de perceber as coisas, em pouco tempo, parece me conhecer tão bem, tem um coração bom... — ela sorriu.
— Foi muito importante ter alguém que te ama, e entende sua dificuldade emocional para que houvesse essa recuperação, e também porque você aceitou que precisava de uma ajuda profissional e foi em busca. Conseguiu expor sua dor, angústia, toda a sua preocupação, as amarras que existiam na sua alma. O amor dessa pessoa te fez querer se livrar disso, se recuperar para ser feliz com ela sem ressalvas. Esse projeto em homenagem à sua mãe, também foi muito importante, te faz ver que será útil na vida de outras mulheres e sua esposa estará ao seu lado. — agora fui eu quem sorriu encostando na cadeira.
— Ela é incrível! A minha vida mudou muito desde que me casei com ela... Gostaria de fazer algo para a minha esposa, ela também não teve uma uma vida fácil, não teve muita atenção, carinho, a mãe pouco pôde fazer por ela.
— Então faça, Peter. Procure saber o que a faria feliz, proporcione isso a ela, de repente uma viagem para algum lugar que ela tenha vontade de conhecer, ou apenas pergunte à ela. — “me lembrei que Katy se emocionou quando eu apenas perguntei como ela estava.“
— Nunca fiz nada, esse é o problema. Queria agradá-la, mas não sei como.
— Pense no que ela gosta, ou o que a faria sorrir. — Minha mente foi longe, nunca fui romântico, nunca fiz algo assim por ninguém, mas vou pensar...
(...)
Cheguei em casa, Katy estava com um fone no ouvido, cabelos presos, vários cadernos na mesa do escritório e com uma roupa esportiva, bem justa.
— Sim, confirmado! Terá alguém para receber a equipe no local no dia informado. — ela estava linda, toda distraída conversando no celular, então quando desligou, tentei não assustá-la.
— Ainda nem acredito... que tenho uma mulher assim, em casa! — abracei a sua cintura e ela deu um pulo.
— Peter! Quase me matou. — tirou o fone, então me toquei que ela nem me ouviu, a abracei.
— Desculpe.
— Está todo mansinho, foi na terapeuta? — brincou, agora já sabe que a doutora Márcia é alguém muito profissional.
— Fui, e foi ótimo! — a apertei um pouco mais, cheirando seu pescoço.
— Ah, que bom! Agora deixa eu te contar... consegui agendar tudo certinho. Tem a equipe que vai fazer a organização do local, a equipe de jardinagem, o azulegista, consegui agendar tudo em tempo recorde. — a sua expressão era bem animada.
— Você é incrível!
— Bobo, nem sou! — a ergui pela cintura a colocando sobre a mesa, depois de empurrar os cadernos.
— Me responde uma coisa? — olhei bem pra ela.
— Claro. O que quer saber?
— Você está bem? Te vejo trabalhando tanto no projeto, nunca para, nunca descansa... — seus olhos brilharam, suas mãos se ajeitaram em mim.
— Nossa, está me perguntando? Fico honrada!
— Sim, não temos pressa, pode fazer tudo devagar, quero te ver feliz.
— Eu dou conta, Peter! Fique tranquilo... — me agarrou, retribuindo meu aperto nela. Até que a encarei melhor, afrouxei o abraço.
— Katy, o que te faria feliz, “hoje”? — ela sorriu, com aqueles olhos lindos, brilhando.
— A sua cura, Peter... isso me faria a mulher mais feliz! Quero que chegue o dia, que me diga que acabou, que você está livre emocionalmente, que não existem mais demônios, que... — encheu o pulmão de ar, parecendo sem palavras.
— Eu te amo tanto, Katy! Você é tão especial...
— Eu amo mais, Peter! — seu sorriso tão lindo me deu uma ideia...
CAPÍTULO 175
Katy Caruso
Peter me olhava tão diferente, havia algo naquele olhar que eu não conseguia decifrar. Do nada soltou o meu corpo, pegou o celular no bolso e fez uma ligação:
— Nicolau, quero que contrate uma equipe de assessoria para o nosso projeto, cuide disso pessoalmente. — falou mais algumas coisas, e fiquei observando.
— Não gosta que eu trabalhe? — perguntei, e distraído, guardou o celular no bolso e me olhou.
— Adoro. Te acho linda, cuidando disso, só não te quero cansada, e também vou te roubar hoje. — sorriu de leve, me deixando intrigada, Peter não é disso.

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