CAPÍTULO 176
Débora Andrade
Luigi não me engana, está com o rabo preso com essa vagaba, ou vai aprontar alguma.
Terminei o meu jantar que estava ótimo, até porque não tenho nada a ver com isso... então falei:
— Será que posso descansar? Amanhã preciso acordar cedo...
— Sim, vamos para o quarto! — ergui a sobrancelha e sorri.
Ele esticou o braço, aceitei a sua ajuda para chegar lá, novamente.
— Essa casa tem muitos quartos, acredito que vá dormir em outro! — ele sorriu com cara de cafajeste.
— Não, se posso escolher... quero este! — Fui me virar para procurar outro, mas o safado me empurrou, me jogando na cama. Fiquei de cotovelos tentando reagir, saber como reagir.
— Não ouse, Luigi! — veio sobre mim.
— Precisa concordar... é tortura demais te ter na minha casa, na minha cama, e sem calcinha! — franzi a sobrancelha.
— Se sabia que eu estava sem, porque não me arrumou uma? — colocou uma perna de um lado e outra do outro, dobrando os joelhos, em seguida segurou nos meus pulsos e os prendeu na cama, acima da minha cabeça.
— Queria uma calcinha da minha mãe? — puta merda, ele ficou tão sensual agora, que fiquei com dificuldades em responder, olhando para àquele sorrisinho malicioso.
— Não! — falei soando rude, sobrancelhas franzidas.
— Então, do quê está reclamando? Eu também prefiro sem! — veio vindo bem perto, eu sabia o que ele iria fazer, seu olhar era certeiro na minha boca.
— Luigi... — antes que eu o impedisse, ele já estava me beijando, e que beijo!
Tentei soltar os pulsos, mas não posso ser hipócrita, nem tentei tanto assim... é que esse homem é muito folgado e atrevido, mas na hora do “vamo vê”, me deixa louquinha, completamente sem ar e sem vontade de parar, só que quando parou, bati os olhos nele bem de perto, sentindo meu corpo gelar.
— O que foi? — perguntou sem aquele sorriso, virei o rosto completamente para o lado. — Sério isso? Lembrou daquele figlio de puttana? Ou o problema sou eu? — levantou irritado. — Só pra te informar... eu também não vou implorar por você! — ergueu o tom de voz — Se quer, quer... se não quiser, tem quem queira! — saiu batendo a porta, e agora eu nem sabia pra onde tinha ido.
Deitei de novo na cama, respirei fundo.
“Até quando, você vai me atormentar, Leonardo?“ — “Por que me lembrei dele, de novo?“
Tentei dormir, mas virei de um lado para o outro e o sono não vinha. Talvez eu tenha estranhado a casa, ou a cama.
Bastante tempo havia passado, até que ouvi um arranhado na porta do quarto, levantei e fui abrir, mesmo ainda mancando.
Era uma das gatas dele, porém me chamou a atenção ver a folgada da filhote de cruz-credo, saindo de um dos quartos com uma camisola minúscula e transparente, passando pelo corredor.
“Que isso, agora?“
Eu não sou curiosa, nem um pouco... muito menos ciumenta, só achei uma boa ideia dar uma volta com a gata e bisbilhotar o que aconteceria, se Luigi está tirando onda com a minha cara, e está de rolo com a folgada... vou saber.
Fui a passos de tartaruga, percebi que estavam no bar, a maledetta quase no colo dele enquanto bebiam.

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