CAPÍTULO 177
Luigi / El Chapo
É claro que eu não ficaria bêbado com algumas doses, ainda poderia beber a noite toda, sem problemas, como é fácil enrolar a Débora...
As gatas me chamam naquele quarto todas as noites, dificilmente deixo a porta fechada, mas hoje fechei... eu sabia que ela abriria para as gatinhas.
O plano era esperar, fiquei irritado de pensar que ela olha pra mim e lembra dele... esse homem só existe para me irritar, me lembrar que é melhor que eu, e isso é horrível.
Quando Gleice apareceu eu sabia que a brincadeira ficaria mais divertida, principalmente quando vi a Débora escondida atrás da porta, pelo reflexo do espelho do bar.
É claro que me aproveitei, não sou de ferro!
Débora não recusou o meu beijo agora. Ela sabe que me provocou e não foi pouco. Me deu um tesão do caralho ficar aqui com ela, não consegui evitar e passei a minha mão sobre o seio dela.
Desci e subi a mão, sentindo seu seio enquanto a beijava, e ela pareceu me deixar fazer aquilo. Ela parecia relaxada dessa vez, soltou o corpo sobre a cama, me deixando tocar ali.
Me mexi sobre ela e gemeu.
— Ai meu tornozelo... — levantou levemente a cabeça e saí de cima dela.
— Está doendo ainda?
— Um pouco.
— Sério? Vou ter que cobrar depois, então? — ela sorriu.
— Não passou pela sua cabeça que eu não queira transar com você? — aproximei o meu rosto e a beijei devagar, em nenhum momento ela recusou. Eu a olhei profundamente, tentando entender.
— Eu sei que está gostando...
— Você não sabe de tudo, o tempo todo...
— O que quer dizer? Ainda pensa nele? Você tinha dito que não pensou...
— Não falei isso. Mas você precisa entender, saí de um relacionamento abusivo, não quero outro. Até gosto de você, gosto de te beijar, mas...
— Mas?
— Prefiro ir com calma...
— Porque me tirou da Gleice, então?
— Quer voltar? Acho que ainda está te esperando, mesmo ameaçando, deve estar lá, aquela interesseira.
— Estou brincando, não fique brava! — comecei beijando seu pescoço e a vi se arrepiar.
— É que se procura sexo, procurou no lugar errado, só isso! Não quero outro relacionamento tóxico, que me faça mal, me prenda...
— Beijar eu posso?
— Não é nada meu, porque quer me beijar?
— Débora, eu não sou ele! Não sou um infeliz, cafajeste... bom, talvez um pouco cafajeste, mas nunca vou te machucar ou te forçar. Eu te prendo na parede, posso até rasgar uma roupa ou outra, te jogar na cama ou te deixar de quatro, mas não faço o que ele faz. — arregalou os olhos — Bem lembrado, ainda não te deixei de quatro! — sorri, ela ficou sem graça, escondeu um pouco o rosto, mas perguntou:
— Sabe o que ele faz? Como faz?
— Sei. Fez questão de me enviar o vídeo do que fez com a Bete... — situações horríveis, onde ele a torturava durante cenas sexuais.
— Bete?
— A minha ex. Só assisti os primeiros e o último, porquê queria entender melhor o acidente em que ela morreu, mas não tinha nada relacionado, entendi que era melhor nem investigar. — levantei da cama, respirei fundo.
— Sinto muito... — fui em um dos armários e peguei a caixa de primeiros socorros.
— Vou colocar uma faixa no seu tornozelo, ou quer fazer um raio-x? Eu te levo.
— Não quebrou, se puder colocar a faixa, está ótimo!
Ergui o pé dela com cuidado, comecei a encaixar.
— E, essa fênix nas costas? É recente? — perguntei, pois já havia visto — É bem bonita.
— Foi depois... depois do acontecido. A Fênix significa: renovação e longevidade. É um símbolo de força e resistência perante a vida, me senti exatamente como essa ave, ressurgi das cinzas... quando ele pensou que me destruiu, eu nasci de novo, revivi. Eu precisava ter uma dessas nas costas.
— É linda. — terminei de enfaixar e prender, então em pé, eu falei: — Só não me compare com ele, não sou aquele homem.
— Então não aja como ele. Não me force, não me prenda, e não me enrole.
— O que eu faço, então? — tentei com Bete, me traiu, gostei da Laura, mas demorei de mais... — Não quero perder a oportunidade, penso que daríamos certo.
— Seja você. Quero saber quem é o Luigi... me deixe ter a oportunidade de escolher se o quero, sendo você mesmo. Não queira uma mulher que não te conhece, não te apoia, não te ama...
Engoli seco, porque é exatamente isso que tive a vida toda. Mulheres que não me conhecem, não me apoiam, não amam.
Tirei a camiseta, deitei ao lado dela, a ajeitando na cama.
— O que está fazendo? Não vai dormir no outro quarto? — neguei.
— Não gosto de dormir sozinho. Se queria conhecer o Luigi, esse sou eu... as gatas sempre dormem aqui, pode olhar naquele canto, tem as camas delas, e a Polly logo vai subir aqui. Por isso a cama dela é tão nova, quase não usa. — ela assentiu.
— Certo...
— Não se preocupe, só quero um beijo de boa noite.
— Está mesmo me pedindo um beijo? Ou é outro truque?
— Estou pedindo... — ela mesma me beijou, não aprofundei. Débora pediu liberdade, dei a ela. — Boa noite...
— Boa noite.
Puxei o celular do bolso e enviei uma mensagem para o mordomo:
— Encontre aquilo que me sugeriu há alguns anos, e coloque na mesa com o café da manhã!
— Sim, senhor! — deitei perto dela, mas a deixei dormir, amanhã terá uma surpresa.
CAPÍTULO 178
Débora Andrade

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