CAPÍTULO 19
Laura Strondda
— Chefe? Seu pai sabe disso? — levei a mão até o pescoço, massageando enquanto recuperava meu ar e pensava no que eu diria.
— Não sabe... ninguém sabe! Mas, isso não significa que eu tenho qualquer tipo de relacionamento com ele, apenas me ensinou muitas coisas e trabalho de vez em quando, em algumas execuções da máfia italiana! — eu não diria que quando estava em Roma, ia todas as noites escondida para a boate que também faz parte da nossa corporação e é de responsabilidade de Luigi, ou melhor, El Chapo, como o chamam.
— Eu não acredito em você! — falou ainda sentado, parecia pensar. Olhava para o chão, levemente apoiava a cabeça, mexendo nos cabelos.
— Problema seu! Só pare de perguntar dele, porque nunca se aproximou de mim, é um homem respeitoso! — me afastei um pouco.
— Quando voltarmos quero conhecê-lo! Tenho alguns assuntos para acertar com ele. Com certeza deseja manter seu segredo, então me levará até lá sem reclamar, tem sorte que eu esteja de bom humor! — fiquei o olhando e pensei em explicar melhor as coisas. Dizer a ele que nunca fui de outro, que ainda sou a esposa pura que ele esperava, que nunca fui tocada..., mas pra quê? Se ele ama outra? Porquê, se ele quer é me fazer sofrer?
Talvez nunca acreditasse em mim, seria a minha palavra contra a dele, a não ser que eu provasse o que digo, mas não vou me entregar apenas por isso. Apenas para aumentar o ego desse maledetto que só pensa na outra. Me repugna saber que já esteve com ela, provavelmente sinta falta do seu corpo e queira apenas compensar com o meu... não posso me rebaixar a tanto. Só farei sexo com ele se sentir desejo, tiver incontrolável e eu queira mais que tudo, caso contrário não valerá a pena.
— Eu não vou discutir com você! Só quero entender o que te fiz, e o que os meus pais te fizeram? Porque não consigo entender os seus motivos... um homem normal, não deixaria seu grande amor para viver com quem odeia! Porquê me odeia, Alexander Caruso? — ele levantou a cabeça e me encarou. Ele tinha um olhar frio, que ficou sombrio agora, era nítido como tinha raiva.
Quando se levantou, dei um passo para trás. Passei meus olhos pelo chão, procurando a minha arma, que por azar estava caída mais perto dele do que de mim. Então eu precisaria ser mais esperta e não deixá-lo me pegar desprevenida, não outra vez.
— Se quer se fazer de sonsa, eu te digo... quem sabe assim não refresca a sua memória e você para de me fazer pergunta idiota! — ele andava na minha direção enquanto falava, e fui automaticamente andando de costas, até dar a volta no sofá. — Está com medo, esposa? Onde está a sua coragem, agora? — ele zombou. Mal sabia que cheguei onde queria, e num movimento rápido me abaixei pegando a minha arma, em questão de segundos eu me movi para mais longe e ele estava sob a minha mira.
— Eu nunca tenho medo! Agora me diga... porque eu preciso sofrer!? — ele estava muito sério. Eu sabia que não sairiam palavras doces da sua boca, mas insisti, precisava saber se os boatos que Luigi comentou faziam sentido. Ele olhou para o lado direito, segui seu olhar e vi um quadro grande, era sua família.
— Vocês mataram o meu pai! — neguei, movendo a cabeça, sem dizer com palavras. — Eu ouvi toda a conversa, não negue! — me encarou de olhos vermelhos. — Todos nós sabíamos desse acordo, e você me negou como marido. Fez seu pai negar um acordo antigo por sua causa...
— Não, espera aí! Eu soube desse acordo dias antes de te conhecer! Não me venha de mentiras, eu quero a verdade! — falei, ele gargalhou e respondeu.
— É claro que sabia! Num dia ouvi a conversa dos nossos pais, onde Don Pablo se negou a te dar como minha esposa, e achei até bom. Vi uma foto sua e gostei, mas eu já estava prestes a me casar com Anita, então até gostei que tivesse negado.


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