CAPÍTULO 20
Alexander Caruso
Aquela maledetta ainda vai me enlouquecer. Ela diz coisas sem sentido, mente o tempo todo e não perde aquela pose que tem.
Fiquei sem celular, deixei Anita falando sozinha, machucou o meu rosto, sem contar que ainda tenho o pé inchado pelo chumbinho que me atirou.
As suas palavras são como flechas sobre mim. A cada desaforo que ouço me sinto ainda mais irritado e aquele sentimento de desejo se mistura com ódio.
Passei uma raiva absurda ao tentar fazer aquela mulher sentir algo por mim durante a noite, eu não possuiria um corpo que não me quisesse, ou que parecesse um cadáver de tão frio, então suei muito e fiquei muito irritado.
Mas depois de ouvir tudo que ouvi naquela sala pela manhã, fui atrás dela.
— Vem dizer isso na minha cara! — praticamente corri, mas a maledetta entrou no quarto e pulou a janela.
Fui atrás dela e vi quando apertou o alarme do Mustang preto, e numa estrela seguida de uma ponte com o próprio corpo, ela simplesmente entrou no carro pela janela que havia aberto os vidros, nem sei como, pois não vi quando pegou de mim o controle, nem se deu ao trabalho de abrir a porta, com a sua enorme flexibilidade no corpo e uma roupa que ajudava, ela repousou as pernas ali em cima da janela e com uma postura divina ela tomou conta do assento do motorista, e me olhou quando fechou a janela, essa mulher me chamou tanto a atenção que não achei justo ir atrás dela... ela merecia aquela volta.
Vi o soldado mostrando o carro em direção à saída, mas fiz sinal que deixasse passar, então ela saiu e eu fui cuidar dos pequenos ferimentos do meu rosto.
Pedi a um dos meus homens que fossem atrás de outro aparelho celular para mim, e então comecei a limpar os cortes. Fiz algumas ligações do telefone fixo. Liguei o notebook e resolvi assuntos de trabalho, até que a Laura apareceu na porta do quarto.
Olhei no relógio e vi que havia se passado muitas horas. Ela estava séria e me jogou algo na cama.
— Onde esteve? E, o que é isso? — segurei na mão olhando de perto, era um pen-drive.
— Como viajaremos amanhã, fui atrás de algumas provas! Uma delas está aí... o carro do meu pai “com a minha mãe dentro”, chegou depois de outros dois carros que aparecem aí na filmagem! Se você calcular o tempo em que tudo aconteceu, e se for esperto... vai ver que seria impossível meu pai ter atirado, pois os barulhos de disparos foram antes! Ele só apareceu depois, quando outro saiu de lá.
Na mesma hora coloquei o pen-drive no notebook e comecei a procurar. Senti o meu corpo suando frio, as minhas mãos trêmulas. Apertei o notebook vendo as pontas dos dedos ficarem muito vermelhas, enquanto a mão ficava mais branca. Aqueles segundos pareciam séculos, olhei algumas vezes no horário logo em baixo e parecia que o notebook havia quebrado, pois não mudavam os minutos.
Eu havia procurado muito e não havia conseguido essas imagens, desapareceram logo depois do ocorrido. Eu realmente não estava acreditando que ela tinha conseguido, eu só queria abrir e ver o que havia ali.
Fiquei paralisado, tentei não demonstrar pressa, não adiantei o vídeo. Verifiquei o volume do notebook e fiquei olhando, receoso do que veria... até que o vídeo começou: era da área externa, a rua de trás da casa do meu pai.
Um carro parou do outro lado da rua, um bem velho com vidros escuros, como não conheço, não deve ter relação com o ocorrido.
Logo depois um carro parou ao lado... — estreitei os olhos, aquilo era bem estranho. — Um homem desceu, ele usava boné, óculos escuros, e uma jaqueta grande. Mas, estranhamente o carro não era do Don Pablo.
“Como é possível?“ — pensei.
Ele pulou o muro e depois não deu para ver nada. Nisso deu para ouvir o barulho de disparos, que foi muito rápido, e então o outro carro foi embora. Mesmo velho, está sem placa.
“Aquele carro teria envolvimento? Mas, porquê?“ — me pergunto.
Segundos depois o homem pula o muro novamente, saindo da casa, e enquanto ele arranca com o carro que veio, Don Pablo estaciona do lado do meio fio da nossa casa e... não é possível! Aquela mulher é a Camila, não a Laura. — coloquei as mãos na cabeça, me faltou o ar. Olhei para ela na minha frente.


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