CAPÍTULO 25
Alexander Caruso
Não imaginei me arrepender tão rápido de me vingar da Laura. Como iria imaginar que existiam outros naquele dia, e que a prova havia desaparecido?
Porque as coisas tem que ser tão complicadas pra mim? Agora estou aqui, a horas consertando coisas, e esperando outras chegarem para que eu não destrua o que sobrou desse casamento.
Mas amanhã vou resolver muitas coisas, já me programei, e deixei alguns assuntos no jeito, as coisas não vão ficar assim, alguém vai pagar pelo que fez.
Que merda não ter funcionários na casa, apenas o soldado que ficou responsável pela segurança. Precisei deixar os chuveiros funcionando, arrumar os fios da elétrica que cortei, e acabei tirando todos os forros de cama e cortinas empoeirados, depois as empregadas cuidarão do resto, já estou exausto.
Estranhei não ver mais a Laura, andei pela casa toda e não a vi. Quando fui para o lado de fora levei um susto ao não ver o carro. O que estaria acontecendo?
— DROGA, DROGA! SOLDADO, A MINHA ESPOSA SAIU COM O CARRO? — gritei de longe enquanto olhava aos arredores minuciosamente.
— SIM, ELA PARECIA DANÇAR QUANDO ENTROU, ESTAVA ANIMADA, EU VI QUE NEM ABRIU A PORTA, ENTROU PELA...
— AHHH! NÃO ACREDITO! ONDE FOI QUE ELA SE METEU? — comecei a andar de um lado para outro. — Eu não tenho a porra de um celular, um mísero carro! — chutei um vaso de flor que vi no chão, puxei meus próprios cabelos.
— Acha que pode ter acontecido algo, chefe? — o soldado perguntou ao se aproximar, ficou olhando, tive vontade de socar, mas ele não tem culpa que me casei com um furacão chamado Laura.
— Tem um celular? — ele estreitou os olhos. — TEM CELULAR, PORRA? — ao gritar ele se apurou todo procurando nos bolsos, parecia que tinha uma batata quente nas mãos, de tão desengonçado.
— Aqui. Eu não fiz nada de errado, essas mulheres aí são apenas...
— CALE A BOCA, INFERNO! EU SÓ PRECISO FAZER ALGUMAS LIGAÇÕES! — gritei novamente e apontei o aparelho pra ele. — Desbloqueia logo!
Assim que colocou o dedo com a digital, eu disquei o número da Laura, que começou a chamar:
— Por acaso é cego ou lerdo? Não lembra do nosso acordo? Nem leu o recado que deixei naquela mesa? — Laura já atendeu assim, com as garras afiadas.
— Laura, onde está? Você simplesmente saiu e não me avisou! Levou o carro, me deixou a pé e ainda estou sem celular porque você destruiu! — eu falei irritado, mas a maledetta riu na minha cara.
— Não destruí nada, e tenho provas! Você mesmo disse para o meu pai que foi um acidente sem importância! — comecei a andar com os pés duros até a mesa que ela disse, passando vontade de moer o celular do soldado com os dedos de tanta raiva.
— Volta agora mesmo para casa!
— Se não tem mais nada para falar, vou desligar, ok? Já cheguei onde queria, e estou atrasada, então apenas lembre do nosso combinado, o bilhete pode te ajudar. Passar bem, marido!
— Ah, mas se quiser assistir a um show de verdade, vá até a ala “ouro”. Hoje a atração principal é a “Maschera d'oro”! A mais bela e sensual mulher, venha comigo! Ela não é vulgar como as outras, ninguém nunca conseguiu nem chegar a dois metros de distância, ela só dança com roupas é muito discreta.
Estreitei os olhos, sem entender direito o que ele falava, e por curiosidade acabei o seguindo, entendendo que o lugar era dividido em três, logo em cima da porta dizia: OURO.
Quando coloquei os olhos lá dentro, haviam poucos homens, talvez porque a mulher que desfilava pelo palco estava vestida, diferente das outras da ala “Bronze” de onde saí.
Ela dançava de costas, seus cabelos loiros e longos passavam da cintura, que inclusive... ual! Que bela cintura, naquela calça justa, branca com muitos brilhos e um tecido diferente que fazia uma saia falsa, e na parte de cima usava uma blusinha que a cobria inteira, mas isso só a deixou mais sensual, e hipnotizado para ver mais e ver o seu rosto, eu me sentei.
O atendente colocou a garrafa na minha frente, mas eu segui aquela bela mulher com os olhos, enquanto ela descia até o chão e então num salto pulou no poli-dance.
Quando ela deu o primeiro giro cheguei a levantar parcialmente o corpo, senti quando os nossos olhares se encontraram, mas não dava para saber muito dela, pois usava uma máscara branca, completamente brilhosa como a cor do restante da roupa, e logo depois foi aplaudida e desapareceu da pista.
— Quem é essa mulher? — perguntei ao atendente.
— Quando descobrir eu te falo, meu amigo! Só precisa decidir se assistirá ao verdadeiro show, que começa em cinco minutos. Para permanecer na ala ouro é muito mais caro, apenas quem tem dinheiro fica, mas digo que vale a pena, essa mulher é surpreendente!
— Vou embora! — virei outro gole de uísque e me levantei, Laura ainda não havia aparecido, e se manteve a palavra e não me traiu, me mataria se me visse olhando outra.
Porém, as luzes apagaram e de repente aquela mulher havia voltado e a sua roupa brilhava no escuro... acabei sentando novamente, “uma olhadinha não faz mal, não é?“ Laura não precisa saber!

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