CAPÍTULO 26
Alexander Caruso
Com as luzes apagadas e aquele brilho lindo na roupa, ela começou. A bela dama de branco virou uma estrela e se esticou no chão com postura, agarrando no poli-dance e girando em seguida. Então, me lembrei que já tinha visto aquele movimento antes..., mas não poderia ser, Laura não buscaria a morte dessa maneira, dançando num lugar como este, buscaria? Pois foi esse movimento que fez ao entrar no Mustang, a diferença foi que virou uma ponte e subiu no carro ou invés de se esticar no chão, mas devo estar ficando louco.
De costas escorregou pelo ferro, jogando os belos cabelos loiros para trás, cheguei a abrir a boca olhando aquilo.
As luzes se acenderam parcialmente, apenas o palco refletia jogos de cores claras que deixavam o lugar mais atraente, mas os meus olhos estavam nela, não sei porquê eu estava com uma sensação tão estranha, mas tudo bem... preciso relaxar depois do que a minha bela esposa maledetta, fez.
Ela virou de frente, mas as luzes não chegaram até o seu rosto. Porém, lembrando daquele olhar de antes do início do show, voltei a comparar com o jeito da Laura e então decidi que precisaria ver aquela mulher de perto, nem que eu precisasse pagar um programa, pois certamente se não for a minha esposa querendo morrer, é uma das puttanas da casa.
— Senhor, eu sinto muito..., mas acredito que o caminhão lá fora seja seu! — alguém me cutucou e precisei tirar os olhos da bela mulher para ouvi-lo. — Está atrapalhando a saída de alguns carros!
— Estou pagando por estar aqui, não estou? Então me deixem em paz, ou eu começo a fazer um ritmo diferente ao usar variadas munições agora mesmo! — era aquele atendente de novo, mas agora estava me perturbando.
— É coisa rápida, senhor! Apenas uma pequena ré e estará tudo certo! Afinal, existem idiotas aqui e podem furar os pneus ou estourar alguma coisa de pirraça! — pensei por um momento e vi que precisaria do caminhão para voltar para casa, e sem contar que nem é meu, é um dos baús do Don.
— Saia da minha frente! — levantei irritado, vendo que agora começava a parte boa, e a mulher começou a dançar e rebolar levemente perto do ferro, mas precisei mesmo ir.
Demorou um pouco, até descer as escadas do estacionamento e resolver a situação, mas o fiz. Quando voltei a bela dama de branco estava esplêndida no poli-dance, fazendo manobras e parecendo ser tão livre, que inúmeras suposições passaram pela minha cabeça, e se fosse a Laura eu a mataria.
Mas infelizmente, o show já estava acabando, pois avisaram a entrada de outra dançarina, e quando vi uma de vermelho, com a roupa muito parecida, não quis ficar ali, eu precisava de um momento com a de branco, então fui até o atendente.
— Preciso de um quarto com a dama de branco, pago o que for preciso! — ele deu um leve sorriso.
— Você é segurança novo? Não me lembro de tê-lo visto aqui! — a de vermelho disse, mas ignorei, fui para cima da de branco e puxei aquela máscara do seu rosto de uma vez.
— Aí! Você é louco ou o quê? — ela reclamou, colocando a mão no rosto, mas vi a merda que fiz...
— Desculpe, eu pensei que fosse a minha esposa! — falei sem graça para aquela mulher. — Era você naquele palco à alguns minutos? — insisti perguntando, ela me olhou feio.
— Sim, era eu! Eu bem vi que estava me encarando demais, então faça o favor de sair daqui, antes que eu chame os seguranças no botão de emergência! — eu não pude reclamar e nem dizer nada, apenas devolvi a máscara e saí de lá estressado. Como pude confundir uma mulher assim com a Laura? A bebida deve ter me feito mal.
Fui atravessando os corredores com raiva. Já passava da meia noite e ainda não havia encontrado a minha mulher. Passei pela ala que dizia: PRATA, e num reflexo tive outra sensação estranha e pensei ter visto novamente a dama de branco, mas ela entrou num local fechado e não pude ter certeza. Mas, como? Se acabei de vê-la na ala ouro e sem máscara? Será que existem várias mulheres com o mesmo traje, aqui? Só posso estar ficando louco, vendo o rosto da Laura em todos os lugares, preciso comprar comida e voltar pra casa.
Fui na lanchonete e pedi para prepararem alguns petiscos para comer em casa, quando ficou pronto voltei e fiquei esperando a sua chegada, sentado na mesa, e com várias armas à minha disposição, de qualquer forma, hoje iremos conversar de verdade.

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