CAPÍTULO 29
Laura Strondda
“Se vista... se vista, como?“
Estou com a roupa cortada, sutiã cortado, num lugar que nem sabia que existia. As minhas coisas estão lá no outro quarto, e a minha casa possivelmente invadida na primeira noite que cheguei.
Segurei firme o que restou contra o corpo, enfiei uma faca na minha bainha e fui correndo para o quarto, porém no caminho me assustei ao ouvir uma voz muito conhecida na grande copa.
— Laura? Está tudo bem? — fechei os olhos com força, com medo de abrir, ao entender que era o meu irmão, o próprio “Don” quem estava ali. — O que aconteceu com a sua roupa?
Comecei a praguejar mentalmente aquele Siciliano idiota que cortou tudo, com que cara iria olhar para o Antony? Me virei devagar, tentando não demonstrar o meu desespero e para a minha surpresa... El Chapo também estava lá.
— Tony? Que surpresa! Veio com a equipe? Não entendi, pois pensei que eu ainda estivesse em lua de mel! — falei firme e sarcasticamente, não queria que ele percebesse o que estava acontecendo, seria mais fácil seguir enrolando o Siciliano, já o Antony descobriria facilmente se investigasse, tem homens quentes de sua confiança nesse meio, a minha única vantagem era que para a minha família, eu era a apenas a doce Laura.
Não olhei mais para o Luigi, ali ele era apenas o outro Capo-regime da máfia, e não o meu chefe ou o meu amigo. Mas, observando à minha volta, a situação estava bem estranha, e para ajudar, Alex começou a encarar diferente o Luigi, droga! Será que sabe algo que não sei?
— Ah... não! É que um dos nossos caminhões estava com um rastreador desconhecido e constou no sistema. Mas, Alex acabou de me explicar que foi buscar comida na nossa outra boate e pelo que El Chapo contou, é comum soldados de fora, fazerem esse tipo de coisa. — olhou rapidamente para a minha roupa parcialmente solta. E, eu olhei surpresa para o outro lado da mesa, Alex comprou comida? Como nem vi?
— El Chapo? — Alexander perguntou olhando para o Luigi. — Então é você? — segui os olhares, respirando devagar.
— Sim! — Luigi respondeu com um aceno breve. Com certeza isso foi armação dele, deve ter ficado preocupado depois de tudo que já aconteceu.
— Ainda não o conhecia, cunhado? — Antony questionou.
— Pessoalmente, não. Sempre estamos comandando missões diferentes, mas acredito que trabalhe muito bem, e tenha uma excelente equipe! — veio até a mim me abraçando carinhosamente e com a voz suave falou me olhando nos olhos, mas para que todos ouvissem: — Meu amor, vista-se! Eu acomodarei as visitas, acho que você está muito cansada! — ele tinha um sorriso cativante, se não o conhecesse, ou se fosse antes do noivado, acreditaria que ele gosta de mim e não daquela branquela transparente. “Porque esse filho da mãe não é assim comigo, sempre?“ — pensei.
— Claro! Boa noite senhores! — respondi amavelmente, de acordo como Antony me conhece. Eu realmente precisava me vestir e estava numa condição horrível ali. Então, movi o corpo para sair, mas Alex me segurou para si e carinhosamente foi colocando a mão no meu pescoço e deslizou pelo meu rosto me dando um beijo de amor, que não recusei... as vezes sinto falta daquele Alex que encenava no noivado.
Me soltei dele depois de beijá-lo e saí. Quando atravessei a porta do quarto, ainda ouvi:
— Agora me explique: porque a minha irmã está com a roupa daquele jeito, com uma marca no pescoço e os pulsos vermelhos!? — Antony perguntou com a voz mais alta. — olhei para os meus pulsos, nem havia reparado que estava vermelho? Não resisti e fiquei atrás da porta, não perderia aquela resposta por nada.
— Eu não sei como foi a sua lua de mel, mas te garanto que a minha foi bem agitada. A sua irmã é... digamos que bem diferente do que pensei. Não acredito que seja um assunto que queira ouvir como aconteceu! — Luigi tossiu, ficaram em silêncio. Que merda não conseguir ver as expressões no rosto deles.
— Isso significa que está tudo bem, não é? Porquê a Laura é parte de mim, crescemos juntos e um arranhão no corpo dela que não tenha o seu consentimento, me faria esquecer que um dia já foram casados! — conheço o Tony, sua voz era descontraída, mas ameaçadora. Ouvi silêncio em alguns segundos, e depois gargalhadas. Estranhamente não ouvi mais nada, mesmo depois de alguns minutos esperando.
De repente fui pega desprevenida pelas mãos do Alex na minha cintura e cheguei a dar um pulinho.
— Agora a conversa é entre eu e você! Sabia que prefiro essa sua versão? Se esconder atrás da porta, me faz lembrar que tenho uma esposa, o que é diferente de olhar para armas e facas na minha direção o tempo todo... — escorregou a mão na minha cintura. — Quem é El Chapo? Apenas um capo do Don? O seu chefe? Ou tem algo que ainda não me contou, querida? — mudou o seu tom descontraído por um tom sério em questão de segundos, e engoli seco. “Merda! O que essa pergunta significava?“
— Preciso me vestir... — desviei o assunto.
— As visitas já foram, pode até ficar nua se quiser, mas me responda... Quem é El Chapo pra você?
— É...
CAPÍTULO 30
Alexander Caruso
Laura está me fazendo perder o controle. A morte do meu pai me deixou perdido, porquê depois disso eu precisei cuidar de tudo sozinho, mas a Laura... essa me tira completamente o juízo, e não sei porquê a cada dia eu sinto mais vontade de tê-la, e em controversa, parece mais difícil.
Eu precisava de mais tempo com ela, gostaria de ter muitas outras informações, porém o Don Antony estragou tudo. Mas, quando vi o rosto e ouvi o nome do homem que o acompanhava lado a lado... eu comecei a entender algumas coisas e ligar os pontos.
— Você não confia em mim! Não sente nada por mim, nem acredita que nunca estive com nenhum homem, Alex! — fiquei em silêncio, por mais que ela não tenha me traído, não consigo acreditar nisso.
— Como é o seu trabalho? Qual é o relacionamento de vocês? — ela começou a tirar as roupas cortadas.
— Eu sou apenas a soldado de confiança. Aquela que executa tudo o que ouviu sem deixar nada para trás, sem erros. E, Luigi é o único que sabe, me viu em ação uma vez e me deu uma oportunidade, me treinou! Mas, não é por isso que eu me relacione com ele. Por acaso você é desse tipo? Que leva para a sua cama todas que trabalharem com a sua equipe?
— Não trabalho com mulheres! Você é a primeira mulher que vejo fazer esse tipo de trabalho, além da Rebeca que ajuda o marido.
— Você deveria me apoiar, não me julgar!
— Então, trabalhe comigo! — ela virou de repente, assustada. — Se manterá secretamente, poderá me ajudar nas missões que ele me passa, também sou Capo-regime do Don! — ela negou.
— Eu continuaria nas sombras, porquê eles não me deixariam agir livremente, nem você. Pelo menos com o Luigi, eu posso assumir sozinha, sou dona do meu nariz! Escuta só, Alexander... se quiser manter nosso acordo terá que confiar em mim, caso contrário, nada feito! Quero o meu trabalho como sempre foi, você só precisa confiar, e eu me esforçarei para te dar o que deseja.
— Desde que eu feche os olhos, não é? Porquê se te beijar de olhos abertos, me afasta! — zombei, porquê pelo visto só eu tenho que ceder.
— Não é questão apenas disso...
— Então, tem mais exigências? — ela negou.
— Não... também não posso exigir algo que você não tem! — jogou a roupa no lixo e foi em direção ao banheiro.
— O que eu não tenho? Te garanto que posso te satisfazer como mulher, é só tentar e...
— Não é disso que estou falando... quer saber a verdade, porquê eu realmente me casei com você? — me aproximei, essa era uma pergunta que eu queria muito saber.
— Claro... porquê se casou comigo?

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