CAPÍTULO 36
Anita
Prendi os meus cabelos de raiva, depois de ouvir aquela vadia vestida de macho, tentando me afrontar.
— As coisas já saíram completamente do nosso controle, Albert! Não me venha com a mesma história de sempre, porque fiz tudo conforme você me instruiu e olha onde estamos... andando para trás, retrocedendo, seu idiota! — esbravejei com meu irmão, que insistia em tentar mais coisas sem sentido.
— Pois precisa se esforçar mais, irmãzinha! A mulher insignificante que comentou outro dia, já conseguiu até ficar com o celular do cara que você conviveu a vida toda e não chegou nem perto! Eu te avisei para se deitar com ele na noite em que ele te trouxe, isso você não fez! — apertei os punhos no porta-retratos sobre o armário e parei quando senti a dor e o meu sangue escorrer com o corte que fez ao quebrá-lo.
— O único desejo do meu primo era pegar uma virgem! Como eu faria para fazê-lo acreditar que sou? Mandaria costurar? — o lembrei, que estou longe de ser uma. Ele pegou o Wisky e se serviu como se eu não tivesse dito nada.
— Tem muitas maneiras de enganar um homem! O mais fácil é fazê-lo beber, e você sabe muito bem, disso. — ergueu o copo pra mim, comecei a contar nos dedos as minhas desvantagens.
— A metida a macho me ameaçou. Não vou poder bancar a santa, porque Alexander descobriu o nosso envolvimento no atentado da sogrinha dele, que pensei que odiasse... e, você sabe que os homens dele estão atrás de você, não vai conseguir mentir por muito tempo que não está viajando. — me sentei e cruzei os braços, irritada.
— Não se preocupe comigo! Vá para lá, encontre um jeito de vê-lo, vou pegar uma coisa para colocar na bebida dele no cofre, então faça que ele a possua! — Albert falava como se fosse fácil.
— Que coisa? — questionei.
— Nada demais, ele vai ficar louco por você, acredite! Então o forçaremos “a assumir” e cancelar aquele casamento arranjado, só espero que você esteja certa, e ainda não tenha sido consumado, caso contrário seria quase em vão, ele não quer ir contra as regras da máfia, poderia te rejeitar.
— Não, ele não comeu aquela louca! Alex não gosta de mulher como ela, parece um homem, ele é diferente...
— Bom... vá se arrumar que eu vou no cofre pegar o remedinho! — bufei, mas outra vez faria o que ele pediu, estamos à beira da falência, eu preciso desse casamento. E Albert não disse quais os planos dele, mas sei que está atrás de algum cargo.
Um pouco depois eu estava pronta, mas então, Albert também apareceu com uma mala.
— Vou com você! Pensei melhor, preciso investigar algumas coisas. Se os homens dele vierem nos procurar, eu invento alguma mentira, afinal, o teu primo é milionário, precisamos aproveitar que ele não sabe disso. Você teve sorte do pai dele deixar escapar o assunto. — me lançou aquele sorriso mais falso que nota de doze dólares, me olhando por baixo.
— Está bem, faça como quiser. — dei de ombros.
Viajamos para Roma, então com cuidado aparecemos na casa do meu primo.
— É ele, está saindo! Parece que está sozinho! — Albert comentou, mexendo na barba, assim que paramos o carro.
— Vamos seguí-lo! Não deixe que ele perceba... — sorri. — Pelo visto já se cansou da mulherzinha!
— Não conte vantagem antes da hora.
— Eu sei...
Vimos que ele entrou numa boate, e meu sorriso ficou extenso. Estacionamos logo depois, mas eu não poderia entrar, se ele me visse estragaria os planos, então Albert foi atrás.
Fiquei no estacionamento trancada, ele estava demorando, porém de qualquer forma, eu precisaria esperar.
Quando Albert voltou, ele tinha um sorriso grande no rosto.
— E, aí? — perguntei ansiosa.
— Descobri algumas coisas muito úteis! Vamos para um hotel essa noite, preciso de um computador e analisar algumas coisas. Tenho um plano perfeito para amanhã, aposto que você volta para Tivoli com o casamento já arranjado e um bambino no ventre. — Albert falou animado, enquanto já manobrava o carro.
— Me conta... o que descobriu de tão especial assim? — ele me deu um sorriso diabólico, que até nossos pais ficariam preocupados do túmulo.
CAPÍTULO 37
Laura Strondda
Alexander me irrita, me faz querer estrangular aquele pescoço sexy, que as vezes me tira o juízo, mas só as vezes!
Odeio quando fala da Anita, parece que quer me irritar, e consegue com perfeição ao pronunciar qualquer coisa referente a ela.
Nem passei pela sala, preferi evitar conversas desagradáveis com aquele Siciliano.
Luigi me ligou, precisei cobrir uma equipe numa missão, coisa simples, apenas um casal que estava infiltrado, então corri me trocar para o show de hoje, porém ele apareceu.
— Máscara de ouro... seu marido veio te ver! — falou e imediatamente me virei preocupada.
— Como assim? Veio me ver, ou veio atrás da dançarina? — respirei irritada.
— Está sentado lá fora, já bebeu quase uma garrafa de Whisky! Acho que não engoliu quem é que dançava. — sorriu, mas eu fiquei louca com isso.
— Merda! Vou ter trocar de roupa!
— Porquê? Essa ficou linda, é preta, altamente brilhante e justa... — estranhei quando vi que desceu os olhos, olhando meu corpo.
— Ele me reconheceu pela manhã, usando uma roupa parecida com essa, vou usar algo mais feminino, um vestido daqueles brancos, com algo por baixo para não ficar vulgar! Terá que apagar as luzes, novamente.
— Vou pedir para escurecer mais, hoje! Até porquê, de branco fica bom mais escuro. Na verdade, eu nem me preocuparia, daqui a pouco dificilmente vai te enxergar, acabei de olhar pela fresta, pediu outra garrafa.
— Não se preocupe, o mato depois! Agora vou me arrumar, escolher a maior máscara e começar o show. — ele assentiu e depois saiu.
No palco, entrei com uma sessão de estrelas e assim que parei numa ponte para subir na barra de pole dance, eu o vi. Alex estava com uma roupa mais descontraída, o cabelo mais bagunçado que o habitual, e duas garrafas de bebida na mesa.
Percebi que se arrumou na cadeira quando me viu, parecia tentar me enxergar por baixo da roupa e da máscara, mas com os jogos de luzes mais escuros, dificilmente ele me reconheceria.
Tentei não olhar para ele, isso me entregaria. Comecei a fazer o que sei e por aquele momento, esqueci que ele existia, entrei na nostalgia que a dança me trás.
Quando estou por trás daquela máscara me sinto plena, livre e confiante. Posso ser o que eu quiser, sem que ninguém tenha acesso a mim, ninguém me toque ou me incomode.
Meu corpo foi de um movimento para outro com facilidade e desenvoltura, e fico feliz em poder continuar dançando.
Quando terminou, escorreguei pela barra e meus olhos me traíram, procurando por ele. Talvez a curiosidade ou simplesmente insegurança de ter me reconhecido, não sei explicar.
Me assustei quando percebi que Alex estava na beirada do palco, segurando a garrafa cheia e esticava as mãos para tentar me alcançar numa tentativa nula de conseguir, pois os seguranças não permitiriam.
— VENHA AQUI, QUERO TE VER DE PERTO! — ele gritou, mas recusei um passo. — VOCÊ É LINDA, QUEM É VOCÊ? — me perdi num sorriso ao ouvi-lo me elogiar, mas quando lembrei que aqui eu não era a Laura, esposa dele, e sim uma dançarina numa boate, meus olhos se encheram de raiva, virei as costas para voltar para o camarim.
— Tirem esse homem daqui, está quebrando as regras! — falei para um dos seguranças.
Com o canto dos olhos, percebi quando tiraram ele de lá, então caminhei a passos rápidos até o camarim, trancando em seguida.


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