CAPÍTULO 46
Alexander Caruso
— Preciso de uma bebida bem forte, Peter! — Disse quando cheguei em casa, e fiquei ainda mais irritado quando vi tudo vazio, sem nenhum móvel, as paredes todas manchadas pelos buracos que o soldados taparam hoje, precisava secar.
— O correto seria você descansar, está tomando medicação, não deveria beber! — o olhei com vontade de mandá-lo para o diavolo.
— Não tomei porra nenhuma! Agora me arrume uma bebida, antes que eu perca a cabeça de vez! — ele abaixou a cabeça e voltou com uma garrafa e um copo comum, fiquei parado olhando aquilo, “onde estava o copo que eu costumava usar?“ — Pensei.
— O quê? Já esqueceu que você e a sua senhora destruíram? Vai ter que beber nesse copo aqui! — peguei a garrafa da mão dele e ignorei o copo. Percebi que Peter se afastou e depois veio empurrando uma poltrona da cozinha. — Sente-se! Não force essa perna!
— Pensei que depois da morte do meu pai, não teria dias tão ruins, meu caro! — virei a garrafa.
— Se quiser, podemos ir atrás da sua mulher! — neguei.
— Ela me pediu para ir encontrá-la, amanhã! Vai se apresentar novamente, e vai me fazer ver! — sorri — Pelo menos terei uma chance de me desculpar, mas precisarei de mais uma garrafa dessas para aguentar vê-la dançar!
— Se eu fosse você aceitava... pelo que investiguei hoje, ela nunca se aproximou de nenhum homem que não seja o chefe! — apertei forte aquela garrafa. Mesmo sabendo que ela nunca esteve com ele, não gosto de ouvir isso, saber que a minha esposa tem uma interação melhor com o outro capo do que com o marido, que sou eu.
— Espero que também tenha encontrado o Albert! Já estou cansado de esperar, e o maledetto está aqui em Roma!
— Bom, eu pensei que gostaria de saber da sua esposa com mais urgência...
— E, aposto que não encontrou, né? — ele negou, então continuei bebendo.
— Conseguiu alguma coisa estando o dia todo em frente ao hotel com esse carro velho? — ele me alfinetou.
— Sim. Anita mentiu pra mim! Se ela aparecer aqui, mande-a embora. — balançou a cabeça. — Olha... não vai perguntar o motivo?
— Não. Nunca gostei dela, com certeza fez merda! Boa noite, chefe! — ele se levantou e me deixou ali sozinho, aquela sala parecia ainda maior, agora.
A cozinheira me ofereceu comida, mas acabei bebendo até apagar naquela poltrona, e acordei todo torto e com mais dor na perna no outro dia.
Don Antony me mandou duas localizações e levei Peter para me ajudar nas execuções, pois a perna não estava ajudando.
O dia parecia mais longo, quando cheguei em casa fui apressado tomar um banho e um remédio para dor, queria encontrar com ela de uma vez.
Sorri quando de longe avistei a porta aberta, ela esperava que eu fosse vê-la. Fui passando as mãos nos cabelos, alinhando a camisa... nem bebi para não correr o risco de falar alguma merda pra ela.
Mas quando entrei no camarim, me assustei ao encontrar El Chapo, lá.
— Onde está a minha esposa?
— Olha... Laura tem lugares para se esconder que ninguém jamais viu! Então não sei onde está, ela apenas me avisou que essa seria a última apresentação e que tiraria folga por alguns dias do outro trabalho...
— Como assim, não sabe? Ela combinou comigo! — perguntei já sentindo a raiva subir pelo meu corpo.
— Te aconselho a esperar! Mesmo que a procure e a encontre, ela não quer te ver, então vão se matar a cada encontro... ela sabe que está casada e quais são os seus deveres, então espere... uma hora ou outra ela irá voltar.
— Esperar? — passei a mão no rosto — Vou atrás dela, nem que esteja com o diavolo! — virei as costas irritado.
— Ela disse que voltaria um dia... — ainda falou, mas virei de costas e lhe mostrei o dedo do meio.
— Cuide da sua vida, maledetto!

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