CAPÍTULO 49
Laura Strondda
Atirei aquela faca com gosto quando aquela bigato de goiaba me olhou e parou. Mirei o braço, pegou a pele dela, e a faca ficou parcialmente presa na parede.
Me preparei psicologicamente para ouvi-la gritando feito uma tonta, mas ela olhou para o Alex que estava apagado na cama, e me encarou de maneira perversa, arrancando a faca sem fazer careta e atirou em mim novamente, me fazendo precisar desviar para não ser atingida.
— Mas é falsa em todos os sentidos, não é? Vou precisar te ensinar o que acontece com vadias que gostam de roubar maridos e mentirosas que pensam que podem me atingir!
— Pode vir! Já faz tempo que estou me segurando para... — não deixei a vadia terminar a frase, virei duas estrelas seguidas e pulei sobre ela num chute frontal, onde ergui o joelho esquerdo e chutei a cara dela com a perna direita, a derrubando no chão.
— Eu vou acabar com você! — falou ao passar a mão e ver sangue saindo do nariz.
— Aqui não! Vem comigo! — aproveitei que ela estava no chão e arrastei pelos cabelos, fui puxando aquela nojenta pelo chão, e quando cheguei na sala avisei a Débora:
— Pode entrar, ver o Alex! Eu só vou tirar o lixo pra fora, porque meu marido não reformou a sala para ninguém estragar, não! — Débora sorriu satisfeita e imediatamente saiu da sala, indo ver o Alex. — QUERO TODOS OS FUNCIONÁRIOS LÁ FORA! — gritei e puxei a vadia ainda mais firme, e ela começou a se contorcer, tentando se soltar da minha mão, mas que se foda!
Adorei arrastá-la pela calçada e depois pelas pedras, e agora ouvi ela pedir:
— PARE! VOCÊ É LOUCA? COMO CONSEGUE ME CARREGAR! A MINHA PELE É SENSÍVEL! — ignorei tudo, depois a joguei no chão com força e meti chutes.
— VAMOS, LEVANTE-SE! QUERO VER VOCÊ TENTAR ME ATACAR AGORA! — meti um soco de direita e puxei outra faca, passando rapidamente pelo seu corpo, cortando o queixo e a manga do seu vestido imenso, “quem visse, pensaria que era freira”.
— EU VOU EMBORA, EU IMPLORO, ME DEIXE IR! VOU EMBORA! — implorou como se resolvesse, estava claro que não me conhecia!
— TRAGAM ÁGUA NUM BALDE! — gritei para os funcionários, e só a cozinheira saiu. — ESTÃO ESPERANDO O QUE? TIROS? EU DISSE PARA BUSCAREM ÁGUA, CADA UM TRÁS UM! A VADIA AQUI ESTÁ COM AMNÉSIA, ESQUECEU O QUE EU DISSE SOBRE VIR NA MINHA CASA, VAMOS AJUDÁ-LA A LEMBRAR O QUE ACONTECE COM QUEM NÃO OBEDECE A SENHORA DA CASA! — os outros começaram a sair apressadamente, até que...
— O senhor Alex não vai gostar que a senhora humilhe a prima dele! — enquanto mirava o rosto da vadia, ouvi... me virei para olhar no rosto de quem ousou me desafiar.
Soltei a vadia e fiquei em pé, ereta.
— Por acaso está vendo ele aqui, agora? — era um homem, me lembro dele, um soldado que veio de Tivoli, fica sempre na portaria.
— Não senhora, mais... — atirei a faca, acertando seu ombro, e fez cara feia, perdeu para a bigato de goiaba.
— Trabalhava para o Alex ou o pai do Alex? — agarrei a vadia num mata leão e vi a expressão do homem mudar, ele se preocupou com ela.
— O pai dele, senhora... — o soldado respondeu, puxei a arma da cintura.
— Deixou essa mulher entrar? Sobre ordem de quem? Porque eu proibi, por acaso Alex pediu que ela viesse!?
— Ele me ajudou... o Alex está doente, e você pouco se importando! — Anita falou com dificuldades, apertei mais o seu pescoço.
— Não senhora, o senhor Peter deixou bem claro que a ordem do senhor Caruso era continuar procurando a senhora, e essa daí estava proibida de entrar... — a cozinheira disse, ao chegar com a água e até me surpreendi.
— MENTIROSA! — Anita gritou.
— Então, vá para o inferno! — atirei nas duas pernas do soldado e ele caiu no chão, gritando.— Uma vez traidor, sempre traidor! — apertei mais um pouco o pescoço da mulher.
Então com raiva puxei seu cabelo para cima e passei a minha faca afiada, cortando aqueles pedaços de cabelo, e ela ficou desesperada, tentando fugir enquanto eu fazia estragos.
— Sim senhora...
— E, sabe de algo que não sei, não é? — ela olhou para a parede. — Se for fiel a mim, serei a você! Te dou a minha palavra que te protegerei se alguém a ameaçou...
— Eu tenho algo... não quis entregar ao chefe, ele não acreditaria. Posso te trazer a prova? Está guardada num lugar seguro, só te peço um tempo para buscar, não está na cidade!
— Qual seu nome?
— Maria, senhora...
— Certo. Confio em você, seus olhos não mentem! — a encarei.
— E nem os da senhora! Vou te contar o segredo, a prova a senhora vê depois...
Quando ela me contou não acreditei...
— Realmente! Vou precisar da prova!
— Eu lhe trarei! — disse com convicção.
— O que quer em troca? — ela olhou para os lados, se aproximou e cochichou:
— Saber de uma coisa: o que é “bigato de goiaba?“ — sorri.
— Aquela larva... bicho horroroso e branco que fica na goiaba! — ela gargalhou, gostei dela!

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