CAPÍTULO 50
Laura Strondda
Fui apressada até o quarto. Débora estava segurando uma bacia com água e a sua expressão não era nada boa.
— O que foi? Desculpe a demora...
— Precisamos levá-lo para o hospital! Aqui não tem medicação, ele vai precisar internar para receber medicação intravenosa, caso contrário pode generalizar e até levar a óbito — apontou para a perna dele — Veja a situação da ferida, nem ousei lhe dar nada para a dor! — olhei para ele.
— Certo, vamos levar! — revirei rapidamente o closet, peguei algumas roupas para ele, então entreguei para um dos soldados. — Se o médico do meu pai chegar, ele o examinará no hospital.
— Senhora, tem uma cadeira de rodas que o patrão usou um tempo atrás, quer que eu pegue? — Maria perguntou.
— Sim! — parei um segundo e olhei para o Alex, não parecia em nada com o homem que eu casei. Estava muito cansado, mais magro, com olheiras... me abaixei, coloquei a mão na sua testa e estava muito quente. “Respira, Laura! O maledetto mereceu, não se culpa, não!“ — repeti na minha mente, quando a culpa tentou me pegar na curva.
É que ele realmente não estava bem, eu deveria ter perguntado da sua perna, mas nem atendi às suas ligações, agora preciso correr contra o tempo.
— Alex! Alex, acorda! Me ajuda a te levar para o carro! — chacoalhei ele, e o soldado logo se prontificou:
— Que isso, senhora! Eu carrego o patrão! — lhe lancei um olhar feroz.
— Querida, deixe que ele ajude, pelo menos... — Débora deu a ideia, então não falei mais nada, e ele me ajudou a colocar o Alex na cadeira, enquanto fui segurando o seu pescoço.
Já dentro do carro, o médico chegou, e só confirmou que deveríamos mesmo, levar o Alex para o hospital, e assim fizemos.
Quando chegamos, a equipe toda já estava esperando, nosso médico deve ter avisado, meu irmão comprou o hospital depois de alguns inconvenientes, então agora, temos tratamento VIP.
Débora não pode entrar, porquê não estava no seu horário de trabalho, era sua folga. Então, eu liguei para o Luigi e pedi para que ele viesse buscá-la.
Ligação:
— Não pode ser um dos soldados? — ele perguntou, então virei o corpo e me afastei um pouquinho dela, para falar:
— Se quiser perder uma oportunidade, vai fundo! Depois que o teu soldado comentar quem era que ele levou pra casa, não adianta reclamar!
— Que isso? Estou resolvendo algumas coisas, mas se der eu vou, sim! Te aviso daqui a pouco, se não, um dos soldados irá.
— Está bem! — desliguei e disfarçadamente tirei uma foto da Débora e enviei para ele em visualização única.
Segundos depois recebi uma notificação:
“Estou indo!“ — sorri.
Não vi quando ela foi, o médico chamou e eu precisei ficar com o Alex.
No quarto:
— Senhora Caruso, já cuidei do ferimento, e já começamos com antibiótico e remédios para dor e infecção! No momento ele vai dormir, provavelmente só acordará amanhã, a senhora pode ficar aqui, tem um sofá e...
— Está certo! — o cortei.
— Ok, então!
— Não sabe como esperei ansioso para que voltasse a me irritar! Pode fazer isso a vontade, ainda nem acredito que esteja aqui... não quero voltar a ficar sozinho, Laura! Já perdi todos que eu amava e moravam comigo...
— Pois não perdeu a bigato de goiaba! A bicha estava agarrada à oportunidade de te ter novamente, pois quando cheguei ela estava com você no quarto, só de cueca, igual está agora! — ele se esforçou e ergueu o lençol, arqueando as sobrancelhas.
— Está falando da Anita? — até que ele associou rápido, algum motivo tem, sorri. — Como ela entrou lá? Eu dei ordens claras para que ela não entrasse! — falou mais sério agora.
— Bom, um soldado te traiu, deixou que ela entrasse e ainda me desacatou!
— Vou resolver isso depois! — balançou a cabeça.
— Não se preocupe, que já resolvi! Ele viajou para bem longe, acredito que foi morar com o diavolo... bem a Anita que...
— Matou os dois? — perguntou assustado.
— Se vier me dizer que está preocupado com aquela naja que estava se aproveitando de você, eu vou embora! — ele segurou meu pulso, quando me irritei.
— Está com ciúmes?
— Claro que não!
— Tem certeza? — puxou a minha mão de novo, aquilo era estranho, novidade pra mim.
— Só não fale mais dela...
— Está bem... só cuide de mim, estou tão fraco! — colocou a minha mão no seu rosto e fechou os olhos, fingindo estar com sono. Tentei tirar, ele segurou. Acabei deixando ali... estava tão quentinho e... droga! Porquê não quero tirar?

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