CAPÍTULO 53
Laura Strondda
... estremeci. Pelo jeito dele, vi que não iria falar é nada. Pensei em sair dali, mas eu não havia dormido quase nada durante a noite, ainda era de manhã, dava para dormir um pouco.
Demorei um tempo para conseguir fechar os olhos, era estranho demais ficar deitada assim com ele depois de tudo o que aconteceu. Não consigo simplesmente esquecer e acreditar que ele seja apenas esse homem bonzinho de hoje, até porque estava com febre e delirando, mas preciso lembrar que mesmo atraente e sedutor, ainda é o mesmo babaca possessivo que não acredita em mim e tentou me matar naquele dia.
Quando acordei a minha mãe estava no quarto, sorriu ao me ver acordar.
— Não queria acordar vocês, voltem a dormir! — ela disse com a voz baixa. Coloquei a mão na testa do Alex e ainda estava quente, porém menos que antes.
— A febre ainda não abaixou...
— Fico feliz em ver que se dão bem! Acredita que seu pai invocou que tem algo errado? Até me pediu para investigar! — pigarreei, me ajeitando na maca, Alex não acordou, ou fingiu, pois me abraçou ainda mais.
— Esses homens são todos desconfiados! — brinquei. Porém me lembrei das palavras da Débora, meu pai e meu irmão são espertos, preciso dar um tempo de boa esposa por agora.
Levantei da maca e fui do lado de fora do quarto, deixei o Alex com a enfermeira e fui buscar um café. Conversei um pouco com a minha mãe e depois que disfarcei o suficiente, voltei para o quarto.
Ele já estava sentado, havia uma bandeja com o café da manhã.
— Pensei que tivesse ido embora! — reclamou, me olhando inteira.
— Não dava... — me aproximei. — Você ainda não contou o tal segredo... — ele sorriu, em seguida esticou as mãos para que eu segurasse, então me aproximei mais.
— Descobri que nunca amei a Anita... não sei o que era, mais... me enganei quando disse que o meu coração tinha dona. — fiquei olhando e tentando entender o que ele estava querendo dizer com aquilo.
— Eu não gosto que tire onda com a minha cara! Você chegou a comprar o perfume dela, bebia todas as noites que ela não estava e dormia naquela cama, por causa do seu sofrimento! — dei de dedo nele.
— Eu não comprei aquele perfume, ela me enviou! E, também não comecei a beber por causa dela, sim pela morte do meu pai...
— Mas era na cama dela que você dormia para se acalmar, não é? — sua expressão mudou.
— Aquele era o quarto da minha mãe, ela morreu lá, então eu me deitava naquele que era da Anita, sempre que bebia, não gostava de lembrar. — abaixou a cabeça, tomando o suco de laranja.
— Então aquele quarto que estávamos na nossa noite de núpcias...
— Era o quarto deles... um local que não aprecio. Por isso quis ficar com você no outro.
— Não sei onde quer chegar, mas precisamos estabelecer alguns limites! Você viu com os próprios olhos que parei de dançar, então não me atormenta, atrapalhando o meu trabalho, posso deixar meu celular com o localizador sempre ligado, e você sempre saberá onde estou, mas você também deixará o seu...
— Não precisa tanto. Se não vai dançar, já fico melhor. Não sabe como me senti te vendo a primeira vez lá em cima... completamente impotente! Você sabe melhor do que eu como as coisas funcionam, se a sua família descobrisse seria punida, e não é isso que queremos.
— Pra quem tentou me matar por me ver lá, você está tolerante demais, hoje! Eu sei o que você quer, e fique sabendo que não darei! Algumas coisas foram quebradas, outras nem existiram, então me deixe em paz como mulher, quando eu te quiser, eu te procuro! — ele segurou o meu pulso.
— Se você não ceder em nada, as coisas não darão certo! Eu só estou tentando te dizer que Anita não me interessa mais. Estamos casados, podemos tentar novamente...
— Podemos..., mas eu não quero! Me deixe entender a minha nova vida, me adaptar às mudanças e principalmente esquecer o que você me fez passar! Ou acha que está tudo bem? Que fico tranquila pensando que o nosso “felizes para sempre chegou?“
— Não, eu...
— Eu penso em uma nova defesa a cada segundo que estou com você! Tenho receio, insegurança... Casei pensando que agora poderia relaxar com alguém! Ser eu mesma... — fiquei de costas. — Vejo como meus pais se relacionam, eles enfrentam coisas juntos, planejam juntos, sorriem juntos... — falei devagar.
— Posso fazer isso com você...
— Então, faça! Não venha me dizer que vai fazer, apenas faça! Porque chegamos num nível, que infelizmente a confiança foi quebrada. Quando eu me sentir segura, quem sabe não poderei relaxar e até te ver com outros olhos. — ele assentiu, começou a comer devagar.
— Está bem! Faremos uma coisa de cada vez.
— Parece que a febre abaixou.
— Você pode me ajudar a tomar um banho? Sinto que a perna já não dói tanto.
— Depois que você comer, pedimos autorização para o médico. — ele sorriu e se esforçou mais no café da manhã para se alimentar, até que uma pergunta veio à minha cabeça, precisei perguntar:
— Se foi Anita que te trouxe aquelas fotos... acha que seria capaz de me entregar? Contar ao meu pai ou ao Tony que eu dançava na boate?
— Não, acho que não! — ele falou convicto, mas penso que aquela mulher não perderia uma oportunidade se dessem à ela...
CAPÍTULO 54
Alexander Caruso
Já vi que as coisas continuam complicadas, Laura não vai esquecer tão fácil tudo o que aconteceu, e eu também ainda me sinto estranho com o fato dela ser assim, tão independente e diferente dos perfis de mulheres que eu conheço.
Acredito que ser a filha do Don, a moldou assim, mas dentro dela existe uma mulher doce, eu já vi isso nela, e foi por culpa minha que hoje não consigo mais encontrar essa doçura.
— Vai me ajudar a levantar? Realmente preciso de um banho.
— Vou chamar os enfermeiros, é melhor você tomar na cadeira de banho! — Laura respondeu e foi verificar isso, quem sabe não consigo mais proximidade com ela?


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