CAPÍTULO 56
Alexander Caruso
O tempo passou, Laura estava demorando. Meu corpo e minha mente brigavam a cada segundo, pensando se eu deveria bater naquela porta e esperar até que ela saísse, ou se eu deveria deixá-la respirar, pensar e aguardar uma próxima oportunidade.
Meu corpo estava cansado, me aproximei do seu travesseiro, seu cheiro havia ficado ali, sorri ao fechar os olhos.
Quando acordei pela manhã, arregalei os olhos. Laura estava em pé, com uma roupa de couro preta, justa no corpo, uma verdadeira tentação... usava uma bota de salto fino e colocava um coldre personalizado, com suas armas muito bem arrumadas.
— Onde é a guerra, querida? — sorri e deitei de frente pra ela, que me olhou num pequeno susto.
— Vai me dizer que esqueceu? Vamos trabalhar juntos, hoje! — arrumou uma das armas e mantive o sorriso com a sua determinação.
— Se não fosse minha mulher, eu diria que você é um soldado disfarçado... — falei, mas então desci os olhos pela cintura dela e fui descendo até chegar nos saltos.
— Vá para o diavolo que te carregue, Siciliano! Hoje você não encosta no soldado, aqui! — levantei apressado para consertar, eu não poderia estragar o dia logo cedo. Fui até ela, agarrando sua cintura.
— Brincadeira meu amor! Você é linda, a mais linda que já vi, vai me inspirar a matar os inimigos que olharem pra você! — ela fez alguns movimentos e me empurrou, me olhando feio. — Só é brava... isso não tem como negar!
— Não sou não... apenas com quem merece! — ela se virou de costas, mas esqueceu do espelho logo a frente, e vi o seu sorriso largo. — Vá se arrumar, Siciliano! Eu só vou arrumar melhor esse cabelo...
Quando ela falou isso, a vi segurar a escova, então fui bem devagar, me abaixei colocando os dois braços em volta dela na penteadeira, e a minha mão direita cobriu a sua delicadamente.
— Eu faço isso! Vou arrumar o seu cabelo. — ela não reclamou, soltou a escova e comecei a pentear. Seus olhos me encaravam no espelho da penteadeira, mas depois logo relaxou, quando a toquei com cuidado, passando as mãos em seu pescoço, erguendo o cabelo para amarrar.
Vi quando os pelos quase imperceptíveis da nuca, se arrepiaram, fiz questão de beijar ali, beijei três vezes, devagar.
— Adoro seu cheiro... acho que só consegui dormir, porquê seu cheiro ficou na cama!
— Sem drama, soldado! — falou firme, sorri e fui mais perto, beijando seu rosto.
— Ao seu dispor, querida! — tentei beijar mais, alcancei o canto da sua boca, mas ela levantou.
— Se quiser ficar em casa, posso ir sozinha... — tentou cortar o clima.
— Não vai estragar meu dia, meu bem! Deixe para estragar o dia dos alvos! — sorri largo, ela se levantou sorrindo também.
— Vou esperar lá fora!
— Não liberaram ainda, vou dar uma olhada nas filmagens da casa!
— Porquê não deixa isso pra depois?
— Tem medo de quê? Estou começando a ficar curioso...
— Não tenho medo! Por mim pode passar o dia vendo, assim me deixa em liberdade para trabalhar! — saiu do quarto meio irritada, vesti a roupa e peguei o notebook.
Laura dirigiu o Mustang, e quando chegamos, reconhecemos o local e identificamos o alvo.
— Laura, você vai entrar pela esquerda e... — antes que eu terminasse, ela já havia saído do carro, pulou o muro com facilidade e entrou pelo lado direito. Tive vontade de atirar naquela tratante, mas me esforcei em descer e ir atrás dela, precisando atirar no cadeado, já que não poderia pular.
Como o esperado, haviam mais homens daquele lado, ela simplesmente segurou uma arma em cada mão e começou a atirar.
De onde eu estava, a observei. Também peguei minhas duas pistolas e a cobri. Ela estava linda, sorrindo enquanto atirava e mudava de posição para atingir cada um dos homens, atéde cócoras ela ficou para atirar, uma gata naquela calca de couro preta. Até que num canto vi alguém escondido pelo reflexo de um porta-retrato.
O homem estava praticamente na mesma direção que eu, mas duas ou mais paredes nos separavam, eu não conseguiria atingi-lo, ele atiraria nela.
Laura estava entre as mesas de uma grande sala, então precisei ser rápido, praticamente rolei pelo chão para não ser visto, e também não dobrar a perna.
Atirei num cara atrás dela, quando parou um segundo para me olhar, e quando peguei o escondido desprevenido, parei na frente e iria atirar...
O cara estava morto com uma faca na cabeça, nem cair, o corpo havia caído.
— Relaxa, marido! Esse foi o primeiro que eu vi! — abri a boca em espanto...
— Além de linda, muito esperta! Você me surpreende, ragazza mia!
— Não comece tentar consertar! Não esqueça que me chamou de soldado! — virou as costas, recolhendo as armas com postura.
“Quando é que vou te acalmar, maledetta?“

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