CAPÍTULO 67
Katy Milgrid Caruso
Meu coração batia acelerado e com ele a dor no peito persistia. Meu pai nunca me deu atenção como uma filha legítima, vivi nas sombras daquela casa rica, e agradecendo a Deus por ter um irmão que se importava por mim.
A minha mãe era muito fria e amargurada. Ouvi muitos boatos sobre ela, onde diziam que meu pai tirou sua pureza e depois a rejeitou, a tornando a pessoa fria que sempre foi depois que eu nasci. Ela nunca confirmou, mas também a perdi, hoje só tenho o Alex.
Estudei numa escola de freiras, eram regras do grande Robert Caruso, meu pai. Então só tinha os finais de semana em casa, e alguns deles, meu pai mandava algum soldado me buscar.
Até que conheci Peter... ah, Peter! O soldado mais chato do meu pai. Eu já era adolescente e ele fazia questão de seguir à risca todas as ordens. No começo tentei enrolar ele e passar a perna para conseguir sair daquela casa, já tinha dezessete anos e não conhecia nenhum garoto, só via de longe, e sempre com a presença da minha mãe ou de algum soldado, se é que isso fazia diferença, pois ela era pior que eles, parecia ter medo do meu pai.
Porém todas as tentativas foram fracassadas, Peter parecia ter bola de cristal e sempre descobria onde eu estava, onde eu iria, o que estava fazendo e o que pretendia fazer. Ele era os olhos do meu pai.
Certo dia olhei pra ele e comecei a perceber como era bonito, que não era velho como os outros, e aquele jeito de me olhar me deixava instigada a saber o motivo. Peter tinha vinte e dois anos, e faltava dois dias para o meu aniversário de dezoito, ele não sorria, sempre neutro, e aquilo me parecia divertido, comecei a irritá-lo e a tentar conversar, então vi que ele suavizou a expressão e até conheci o seu belo sorriso, foi aí que senti vontade de me aproximar.
Eu parei na frente dele e pedi um beijo.
Flash back onn:
— Peter... se você não me beijar, vou dar um jeito de conseguir outro. — ameacei, quando ele negou.
— Não vai conseguir, sabe que não pode sair de casa, seu pai vai arranjar um bom casamento para você, então controle-se! — suspirei irritada, tentando encontrar um jeito de pular sobre ele e arrancar aqueles cabelos fora, mas eram muito curtos.
— Pois bem, então vou pedir para um dos soldados mais velhos! Você não tem capacidade de dar um beijo de presente de aniversário, então... — ele ignorou, maledetto nem me respondeu. Peter sabia que eu vivia numa prisão, mesmo assim não cedeu.
Quando virei as costas para ir do outro lado da casa onde haviam mais soldados, senti o meu corpo ser puxado. Eu não iria beijar outro de jeito nenhum, foi apenas uma maneira de convencer o chato e fiel soldado do meu pai, porém fiquei completamente mole, quando senti as mãos ásperas e fortes de um homem como ele me segurando nos braços, e então aconteceu... o meu primeiro beijo.
No começo parecia algo de outro mundo, não consegui sentir o restante do corpo, se ele me soltasse eu cairia no chão.
Sem nada premeditado a minha língua se movia sozinha, naquela loucura gostosa que era sentir a boca dele em mim, pensei que fosse morrer quando me soltou.
— Me rouba daqui, Peter! — pedi, quase implorei. Meu irmão estava viajando, eu estava muito sozinha. Ele me olhou diferente e ficou em silêncio como de costume, mas depois me colocou em pé me dando uma resposta.
— Vou te pedir em noivado para o seu pai! Então quando puder se casar te levarei daqui! — meus olhos lacrimejaram no rosto, eu teria alguém por mim.

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