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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 124

Pamela

Pamela estava sentada em um discreto restaurante, daqueles que ninguém de seu círculo conheciam, justamente como queria. Evitava lugares onde pudesse ser reconhecida por amigos da alta sociedade ou por jornalistas curiosos. Mexia o café lentamente quando viu um homem se aproximar. Ele tinha barba por fazer mas nele trazia certo ar de masculinidade, usava roupas simples, mas seus olhos cor de âmbar eram ágeis, como de, quem vivia atento ao perigo.

Ele sentou-se à sua frente sem cerimônia.

— Então, conseguiu o que pedi? — foi direto ao ponto, sem disfarçar a impaciência.

— Calma, princesa, um “bom dia” cairia bem antes. — disse ele, abrindo um sorriso cínico.

— Não me chame assim, Logan. — rebateu, sem esconder o desprezo em seu olhar. — O que descobriu sobre Elizabeth Walker?

— Tudo bem, princesa. — repetiu propositalmente, apenas para provocá-la, e sorriu de canto ao ver o olhar fulminante que recebeu. — Olha, essa senhora Walker tem uma vida mais parada que água de poço. Confesso que não foi fácil investigar sem levantar suspeitas, corri um certo perigo, entende?

Pamela cruzou as pernas e suspirou, irritada.

— Se as informações forem realmente boas, terá um adicional.

Logan ajeitou-se na cadeira, recostando-se com ar satisfeito antes de começar:

— Não consegui nada com os seguranças, são completamentes leais, mas descobri que a casa não tem empregados fixos. Eles usam uma empresa terceirizada que faz a limpeza duas vezes por semana. Consegui informações com uma das funcionárias. Parece que a madame cuida sozinha do restante das tarefas. Ah, ninguém entra no quarto principal.

Pamela arqueou as sobrancelhas, surpresa.

— Está me dizendo que a esposa de John Walker vive como uma simples empregada?

— É o que parece. Minha informante, disse que a mulher se veste como empregada, sempre com roupa escura e parece que ela está viajando a um bom tempo. Depois que ela viajou, o senhor Walker contratou uma cozinheira e duas ajudantes, que parece trabalhar só meio expediente. — disse ele, dando de ombros. — Sobre a rotina da senhora Walker, descobri que ela quase não sai de casa. Vai à igreja quase todos os dias e faz trabalho voluntário em um asilo e num orfanato mantidos pela Igreja Católica. Conversei com uma mulher do coral… a mulher gosta de falar demais. Ninguém lá sabe que ela é esposa do John Walker. Mas teceram muitos elogios à mulher, todos lá parecem gostar muito dela. Na verdade, ela não aparece há algum tempo. Disse que precisou se afastar por motivos pessoais.

Pamela ficou em silêncio por alguns segundos, processando tudo aquilo. Era inacreditável que a mulher de um dos homens mais ricos do mundo vivesse de forma tão pacata e recatada.

— E sobre a família dela?

— Parece que não era muito querida pela madrasta. Visitava o pai de vez em quando, mas já faz muito tempo que não aparece por lá.

— E a viagem?

— Ninguém sabe de nada. Não consegui nenhuma informação com os seguranças. Tive que agir com cuidado, sabe como é… Os caras são casca dura e sabem que, se traírem o senhor Walker, acabam mortos socialmente, ou pior. Mas cutucando aqui e ali, ouvi boatos de que ela sumiu da noite para o dia. Ninguém sabe pra onde foi.

Pamela franziu o cenho, batendo os dedos na xícara.

— Isso não é suficiente. Algum encontro? Um caso no passado? Qualquer coisa…

Logan balançou a cabeça, quase se divertindo com o desespero dela.

— Nada. A mulher é um poço de virtudes, completamente pura. Nenhum namorado conhecido, notas altas nos estudos, formada em administração e gastronomia com louvor, até ganhou uma competição culinária na França. Um verdadeiro exemplo de filha, esposa e mulher recatada.

— Não é possível. — disse ela, quase entre dentes. — Todo mundo tem algo a esconder.

— Quer que eu continue cavando?

Ela o fitou, séria, inclinando-se para frente.

— Sim. Descubra mais. Tem que haver alguma coisa… algum erro, alguma falha, qualquer coisa que eu possa usar contra ela.

Logan respirou fundo, tirando um cigarro do bolso, mas ao perceber o olhar de reprovação de Pamela, desistiu.

— Olha, princesa… se o John descobrir que estamos investigando a mulher dele… você sabe a fama dele. O homem é implacável.

Pamela sorriu friamente.

— É por isso que estou pagando muito mais. E lembre-se, Logan, se ele descobrir, você estará tão morto quanto eu. Mas se fizer bem o seu trabalho… será muito bem recompensado.

Logan sorriu de lado, seu olhar ganancioso brilhando.

— Então está combinado. Vou continuar cavando. Mas não espere milagres… às vezes as pessoas são exatamente o que parecem ser.

— Ninguém é. — disse ela, fria, pegando sua bolsa para sair. — Me ligue assim que tiver novidades.

Martha ficou alguns segundos em silêncio antes de falar, sua voz baixa, quase suave:

— Ela tem o John. - Disse com um suspiro. — Nunca deveria ter escolhido ela para casar com ele. Foi o maior erro da minha vida… aquele maldito contrato — seus olhos se estreitaram. — Pamela sorriu.

— Pensei que poderia… ajudar com isso.

Martha a fitou fixamente, como se analisasse sua alma. Então, sorriu de volta, mas seu sorriso não alcançou os olhos.

— O que você sugere?

— Podemos expô-la. — disse Pamela, seu tom venenoso. — Criar um escândalo. Dizer que ela o traiu, que fugiu com alguém, qualquer coisa… John sentiria vergonha, seria obrigado a se divorciar. Ou… — ela fez uma pausa, olhando para as próprias mãos. — Há outras maneiras mais… definitivas.

Martha não se moveu, apenas continuou olhando para Pamela com intensidade.

— Não sejamos tão impulsivas. Não podemos provocar um escândalo como esse. Tem que ser um divórcio sem alarde… mas precisamos que John a repudie por vontade própria. Que a veja como uma mancha em seu nome. E, para isso, precisamos de provas, não de boatos.

— Mas ela não tem nada, Martha! É perfeita demais… — disse Pamela, frustrada. - Talvez podemos criar algo. — Fez uma pausa calculista — Inventar algo convincente.

— Não, não podemos arriscar que John descubra que é mentira… e ele descobre. Não podemos inventar nada, temos que ter algo concreto, não forjado.

Pamela estreitou os lábios.

— Então o que podemos fazer?

— As investigações continuam?

— Sim. Pedi a ele pra cavar mais fundo.

— Ótimo. Até ele descobrir algo, não podemos fazer nada. Não se engana meu filho tão facilmente e se ele descobrir que estamos envolvidas… não quero nem pensar na reação dele. Seja discreta e dê mais um tempo.

— Eu confio na senhora.

Martha apenas assentiu.

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