Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 123

Elizabeth

Elizabeth passou os próximos dias envolvida com os últimos preparativos do restaurante. Chegava cedo ao local todos os dias, conversava com a equipe, acertava a decoração. O espaço começava a ganhar vida, cada detalhe da decoração era revisado com atenção. Ela percorria o salão observando as luminárias de cristal refletindo a luz suave sobre as mesas impecavelmente postas.

Entrou em contato com os antigos funcionários do restaurante e após entrevistá-los, percebeu que eram não apenas capacitados, mas também apaixonados pelo ofício. Antes de fechar a contratação, no entanto, quis vê-los em ação.

Conversava com os funcionários, discutia ajustes de cardápio, acompanhava a disposição das mesas e a posição de cada arranjo floral.

— Quero que me mostrem o melhor de vocês — disse ela certa manhã, reunindo-os em torno do balcão central. — Atendimento, postura, precisão... e, claro, sabor. Nosso público espera mais que uma refeição: espera uma experiência.

O teste foi quase uma coreografia. Os garçons, impecavelmente trajados em camisas brancas, coletes pretos e gravatas finas, se moviam com passos calculados, equilibrando bandejas com taças de cristal sem um único ruído de atrito. O chef Bryan, alto, de postura imponente e fala precisa, coordenava a cozinha como um maestro. Seus ajudantes, ágeis e concentrados, cortavam, selavam e temperavam sob seu olhar atento.

Elizabeth observava tudo com orgulho. De tempos em tempos, aproximava-se para dar um toque pessoal às criações, ajustando um molho, corrigindo a apresentação de um prato ou sugerindo uma nova combinação de sabores.

— Bryan, esse risoto precisa respirar mais o aroma do limão-siciliano — comentou, provando delicadamente uma colher.

— Entendido, chef — respondeu ele com um leve sorriso.

Bryan era chef de cozinha a mais de vinte anos, contava com mais de quarenta anos, tinha um rosto redondo e sempre sorridente. Assim como ele, todos da equipe de cara gostaram de Elizabeth, de seu jeito gentil e ao mesmo tempo exigente. Sua organização e forma de liderança eram precisas, sabia exatamente o que queria.

Os garçons também receberam sua atenção especial. Elizabeth os treinou para que a abordagem ao cliente fosse cortês, mas calorosa, sem excessos. Explicou que o tom de voz deveria ser baixo, o sorriso genuíno, mas discreto e a postura sempre ereta.

— Lembrem-se: não servimos apenas comida. Criamos memórias — disse, olhando cada um nos olhos. — Quando um cliente sair daqui, quero que leve consigo a sensação de ter sido único.

À medida que os dias avançavam, a equipe se tornava uma extensão de sua própria visão. O salão ganhava perfume de flores frescas, a cozinha pulsava com aromas tentadores, e a energia no ar era de expectativa.

Elizabeth sabia que, quando as portas se abrissem pela primeira vez, não seria apenas a inauguração de um restaurante, seria a concretização de sonho e paixão. E ela estaria ali, à frente da cozinha, lado a lado com Bryan, garantindo que cada prato servido fosse digno de um verdadeiro restaurante de alto padrão.

Olhou em volta, orgulhosa, finalmente o dia da inauguração se aproximava.

Quando estava saindo do restaurante após um dia exaustivo, não foi surpresa encontrar Steve.

— Elizabeth. Vejo que está quase tudo pronto. — Disse ele assim que se aproximou.

— Sim, mais alguns dias e poderei marcar o dia da inauguração. — Os olhos de Elizabeth tinham um brilho que há muito tempo não aparecia.

— Fico feliz.

— E você me ajudou muito obrigada.

— Nada me deu mais prazer. — Steve pareceu hesitante. — Será que poderia me acompanhar para um café e me contar os detalhes?

— Claro. — Elizabeth concordou rapidamente e Steve sorriu feliz.

Ambos foram em direção à cafeteria conversando tranquilamente.

******

John

O expediente já havia se encerrado há mais de uma hora quando uma batida na porta tirou John de sua concentração. Logo em seguida, Bruce entrou.

— Bruce, pensei que já tivesse ido — disse John, com um toque de surpresa na voz.

— Estava terminando de revisar os últimos balancetes para apresentar ao senhor — respondeu Bruce, a voz carregando um leve cansaço.

— Não precisava fazer isso hoje.

— Caso queira dar uma olhada… — disse, estendendo a pasta.

John ergueu os olhos para o assistente, desta vez sem a carranca habitual, e falou num tom mais suave:

— Bryan, depois que terminarmos aqui, quero que a equipe da cozinha se reúna comigo. Vamos revisar o cardápio final e planejar o pré-preparo.

— Entendido, chef.

— O festival gastronômico está chegando e tudo tem que está perfeito para a inauguração.

— E vai está chef.

Enquanto Elizabeth orientava a equipe, o senhor West entrou no restaurante com um largo sorriso.

— Bom dia, senhorita Stewart. Vejo que está quase tudo pronto.

— Bom dia, senhor West. Sim, mas ainda faltam muitos detalhes, e são justamente esses que exigem mais tempo e dedicação.

Ele percorreu o salão com o olhar atento, surpreso com a harmonia entre a simplicidade e a sofisticação do ambiente.

— Está maravilhoso. O lugar mais acolhedor que já entrei — elogiou com sinceridade.

— Obrigada, senhor West. O seu imóvel é excelente.

— E por falar nisso, acho que podemos assinar o contrato. O que acha?

— Claro. Vou entrar em contato com meu sócio e pedir os dados dele.

— Ótimo. Ficarei no aguardo.

Elizabeth assentiu com um leve sorriso.

Aos poucos, o restaurante ganhava corpo. Não era apenas um espaço bonito, mas um organismo vivo, que respirava organização, cuidado e propósito. Ela sabia que, a cada detalhe colocado no lugar, estava um passo mais perto de abrir as portas e oferecer não apenas uma refeição, mas uma experiência inesquecível.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento