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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 180

Residência dos Hamilton

O carro de luxo deslizou pela alameda de pedras até parar diante de uma imponente mansão em estilo clássico, marcada por colunas severas e janelas altas que refletiam a luz do entardecer. O homem que desceu do veículo trazia no rosto uma expressão dura e calculada, mas por dentro um sorriso irônico se abria.

Sebastian Hamilton ainda ruminava a lembrança da reunião com John Walker. Havia ouvido histórias sobre ele, um negociador que ninguém conseguia enganar e agora podia confirmar cada uma delas. Tentara, com habilidade e disfarce, inserir armadilhas no contrato, pequenas brechas que pudessem desestabilizar o Grupo Walker. Mas John, com frieza e perspicácia, não apenas desfez cada uma delas como também virou a situação em seu favor. No fim, foi Sebastian quem aceitou os termos, e mais: propusera futuros contatos.

Entrou na mansão, no salão principal, Pamela estava recostada no sofá, folheando distraidamente uma revista de moda. O sorriso doce que surgiu em seus lábios ao vê-lo entrar escondia uma ansiedade mal contida.

— Como foi a reunião? — perguntou, levantando-se com uma elegância estudada.

— Foi boa — respondeu ele, com um riso zombeteiro. — Os rumores sobre John Walker são todos verdadeiros. Ninguém o engana. Mas, ainda assim, fechamos o negócio.

Pamela aproximou-se devagar, retirou o paletó dos ombros do marido e pendurou-o com delicadeza na poltrona. Depois, foi até o aparador e serviu dois copos de uísque, oferecendo-lhe um. Sebastian tomou um gole generoso, saboreando o peso da bebida.

— E os preparativos para o jantar com os empresários? — perguntou ele.

— Estão todos em ordem. — Pamela respondeu com naturalidade.

— Ótimo. Envie os convites. E, claro… inclua John Walker e a esposa.

Ela congelou por um instante, a taça em mãos. Fingiu surpresa.

— Mas, querido… depois do que aconteceu no passado, será que é sensato?

Sebastian a fitou de lado, o olhar carregado de uma ambiguidade desconfortável.

— Pelo que foi divulgado, a senhora Walker tropeçou e caiu. — Ele pausou, encarando-a com intensidade. — A não ser que você tenha alguma culpa nisso…

Pamela manteve o sorriso sereno, embora os olhos cintilassem.

— Claro que não. — Sua voz soou firme, quase doce demais.

— Então não há nada a temer — concluiu ele, indiferente, virando-se em direção ao escritório.

Pamela acompanhou-o com um sorriso ingênuo, mas, assim que Sebastian desapareceu pelo corredor, sua expressão se desfez. Os lábios se contraíram em uma linha fria, e o brilho dos olhos transformou-se em algo sombrio, duro como gelo.

Antes da chegada do marido, passara horas revendo os relatórios que Logan lhe enviara. Descobrira que ele havia conseguido infiltrar alguém dentro da casa dos Walker. Pamela lia e relia os detalhes: horários, rotinas, os passos de Elizabeth pela mansão. Um arrepio de prazer correu-lhe pela espinha ao imaginar aquele cotidiano perfeito sendo lentamente invadido.

Um sorriso torto surgiu em seus lábios.

— Elizabeth Stewart Walker… — murmurou, quase num sussurro. — Finalmente vou vê-la novamente, cara a cara. Mais de dez anos não foram suficientes para apagar nada…

O nome soou como uma promessa amarga, mais próxima de uma obsessão doentia do que de um simples ressentimento.

Assim que Sebastian se afastou, Pamela pegou o telefone que ela mantinha em segredo e fez uma ligação, do outro lado a voz de Logan ressou irônica:

— Oi princesa, gostou do que te enviei?

— Ótimo trabalho, Logan. Mas tenho outro serviço para você.

— As suas ordens, princesa.

Pamela já não se importava de ser chamada de “princesa”, ela estava focada.

— Quero que encontre uma pessoa para mim. — Disse com voz fria.

— E quem seria?

— Algum desafeto de John.

Logan deu um sorriso irônico.

— Isso é fácil. John tem muitos deles.

— Não um qualquer. Alguém que odeie John e faria qualquer coisa para se vingar dele.

Logan soltou um longo assobio.

— Ok, mas por que você quer alguém assim? — A voz de Longan ficou preocupada.

— Isso é assunto meu. Encontre essa pessoa e te dou um bônus.

Logan sorriu, afinal era seu trabalho investigar, observar, encontrar pessoas. O que Pamela queria com alguém assim não lhe dizia respeito.

— Tudo bem. Só que. — Logan fez uma pausa. — A partir de hoje não vamos falar de negócios por telefone e nem te enviarei mais nada, terá que arrumar um jeito de me encontrar.

— Você sabe que meu marido não me deixa sair sozinha e sempre tem alguém me vigiando.Por que isso agora?

Logan era esperto e começou a achar que Pamela queria muito mais que informações e achou melhor evitar e deixar provas tão fáceis de achar.

— Só precaução e não se preocupe, eu arrumo um jeito.

Logan desligou o telefone. Acendeu um cigarro e se recostou no encosto da cadeira vendo a fumaça se dissipar.

“Princesa, o que você está tramando?”

Mas ele não era pago para pensar e já tinha uma pessoa em mente que provavelmente deveria odiar John Walker.

David Graham

Sorriu e abriu seu computador buscando informações sobre ele.

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Residência dos Walker

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